domingo, 3 de agosto de 2025

Ataques de pânico e síndrome do pânico


 @ Samuel Vaz Lima

Quais diferenças de um ataque de pânico e um síndrome do pânico?

O ataque de pânico compreende-se como um breve período de angústia, ansiedade ou medo que tem início subitâneo, ladeado por sintomas físicos e emocionais. Já a síndrome do pânico vem acompanhado por ataques de pânico recorrentes, que emergem com uma excessiva preocupação levando a alteração do comportamento.

Sintomas de ataques de pânico e síndrome do pânico

Um ataque de pânico implica no surgimento súbito de medo ou desconforto intensos e, no mínimo, em quatro dos seguintes sintomas físicos e emocionais:
  • Uma sensação de engasgo;
  • Vertigens, instabilidade postural ou desmaios;
  • Medo de morrer;
  • Medo de enlouquecer ou de perder o controle;
  • Sensações de irrealidade, estranhamento ou distanciamento do meio em que vive;
  • Agitação ou arrepios;
  • Náuseas, dores gástricas ou diarréia: Mal estar no estômago ou intestino;
  • Sensação de dormência ou formigamento;
  • Palpitações ou frequência cardíaca acelerada: Sensação de que o coração está batendo forte ou acelerado;
  • Falta de ar ou sensação de asfixia: Dificuldades para respirar ou sensação de aperto no peito;
  • Sudorese: Suor excessivo;
  • Tremores ou espasmos;
  • Desrealização: Sensação de que o ambiente é estranho ou irreal; e
  • Despersonalização: Sensação de estar desconectado de sí mesmo.
O ataque de pânico envolvem vários sintomas físicos e geralmente o sujeito logo pensa ter questões graves como problema no coração ou cérebro. É muito comum o paciente ter dor no peito e é claro que os sintomas mais graves devem ser consultados com um especialista para que seja obtido diagnóstico correto de pânico.

Embora haja incômodo, não há perigo, desaparecendo em aproximadamente uns 10 min. de modo não poder ser observado pelo médico; contudo há outras formas para se diagnosticar tal ocorrência .

Os ataques de pânico nem sempre são evidentes o normal é que o sujeito passe a se preocupar com outros episódios, ou seja ansiedade antecipatória procurando de alguma forma evitar outros momentos que levem eles.

A decorrência pode variar! Porém, alguns tem ataques semanais ou diários que podem durar meses. Aqueles que tem ataques diários acarretam intenso sofrimento psíquico com modificações importantes do comportamento.

Lembrando que esta síndrome não vem só, pelo menos vem acompanhada de mais um quadro clínico, como: transtorno de ansiedade, depressivo maior, bipolar, etc.

Diagnóstico

É importante que o paciente busque a avaliação de um profissional com base em critérios de diagnóstico psiquiátrico.

Este antes de mais nada irá confirmar se os sintomas são mesmo de doenças emocionais e não físicas e como fará? Ele coletará dados da pessoa, sua experiência com as crises e fará exames para ter a certeza.

O diagnóstico vem quando o paciente apresenta ataques consecutivos e inesperados observados pelo menos a um dos fatores abaixo por um período de 30 dias:

1.Preocupação persistente de que ela terá outros ataques de pânico ou preocupação com as consequências do ataque (por exemplo, de que ela perderá o controle ou irá enlouquecer); e

2.Alterações no comportamento devido aos ataques de pânico (por exemplo, evitar situações que poderiam causar um ataque).

Tendo confirmado que os sintomas causados é mesmo pelo síndrome do pânico, tentará evitar exames prolongados, a menos que os sintomas/resultados de exames físicos sugiram uma nova ocorrência.

Tratamento

Quando o sujeito confronta a situação que o levou a ter esses ataques em geral os sintomas tendem a desaparecer. Porém, se a pessoa por conta dos ataques veio a mudar seu comportamento com a intensão de evitar futuros (ataques) terá mais dificuldades pra superar e necessitará de um tratamento medicamentoso ou psicoterápico. O sujeito que está aberto ao tratamento, quando o quadro envolve processo físico e psicológico este tratamento é eficaz no controle dos sintomas.

Psicoterapia

É um tratamento fundamental para a síndrome do pânico e ataques de pânico, ajudando o indivíduo a entender e gerenciar os gatilhos, pensamentos e comportamentos associados a essas crises.

Cada processo terapêutico direcionado aos transtornos de ansiedade, incluindo a síndrome em questão, trás técnicas que estimula o relaxamento. Cada método de relaxamento tem a atenção plena, meditação, hipnose, além de execício e respiração lenta e constante. Todas elas formam um importante componente para reduzir os efeitos da ansiedade.

Mesmo sendo psicanalista compreendo que a abordagem Terapia Cognitivo-comportamental (TCC) tem-se apresentado eficaz em tratamento da síndrome do pânico. Atuando nos distúrbios da fala que se concentram no pensamento disfuncional ou comportamento disfuncional.

A TCC leva o paciente a arriscar de forma gradual a situações que induziriam ao pânico, tornando menos sensível a associação entre o ambiente e os sintomas.

Certamente o sujeito será orientado a:
  • A não evitar situações que causam ataques de pânico pode, paradoxalmente reforçar a síndrome do pânico. A evitação constante pode levar a uma restrição significativa da vida do sujeito, impedindo-a de participar de atividades sociais, de trabalho ou lazer. Ao evitar as situações, o sugeito não aprende a lidar com os sintomas da ansiedade e pânico, o que pode dificultar a recuperação;
  • Reconhecer quando seus medos provavelmente não resultariam em consequências ruins; e
  • Reagir ao ataque respirando de modo lento e controlado ou usar outras técnicas que promovem o relaxamento.
SAMUEL VAZ LIMA


















-Graduado em Psicologia Clínica pela UNESA - Universidade Estácio de Sá (2018);

- Pós Graduação em:
  • Psicanálise Clinica - Nova Iguaçu/RJ(2013);
  • Gestão da Aprendizagem e Educação Cognitiva, Macaé/ RJ (2019) e
  • Avaliação Psicológica e Diagnóstico - Macá/RJ (2021).
Abordagem: Psicanálise

Nota do Editor:

Todos os artigos publicados no O Blog do Werneck são de inteira responsabilidade de seus autores.

Nenhum comentário:

Postar um comentário