domingo, 27 de maio de 2018

Autismo:Uma Questão de Saúde Pública



Escrevo esse artigo com o intuito de levar ao maior número de pessoas algumas questões que envolvem o Transtorno do Espectro Autista (TEA), além de alertar que esse assunto é uma questão de saúde pública. 

O DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais) traz o autismo como um espectro, ou seja, ele é amplo e engloba diferentes níveis de gravidade. As características essenciais do transtorno são prejuízos persistentes na comunicação social e padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividades. 

Alguns dados nos mostram que a questão do autismo não pode ser mais considerada como algo raro ou que "só vai acontecer na família do vizinho". 

No Brasil, mais de 2 milhões de crianças são afetadas pelo transtorno (2015). No mundo 1:68 crianças apresentam os sintomas. Esse número é maior que a quantidade de crianças com diabetes, câncer, paralisia cerebral e epilepsia juntas. 

Depois de saber essas informações você ainda acha que o autismo é raro???? 

O que percebe-se é que não existe uma política pública para atender as crianças e dar suporte aos seus pais e cuidadores. As faculdades da área de saúde ainda não reformularam seus currículos para formar profissionais capacitados para atender essas crianças.

Os movimentos que ocorreram na sociedade para que os autistas tivessem seus direitos garantidos foram feitos pelos pais/cuidadores (Lei 12.764, de dezembro de 2012). Esses se organizaram e pressionaram a classe política e a classe dos profissionais da área da saúde para que seus filhos tivessem seus direitos garantidos. 

A importância do engajamento dos pais de crianças autistas vai além da pressão política, esses pais precisam ser capacitados para que a evolução social e comportamental de seus filhos seja alcançada. A capacitação dos pais possibilitaria que esses fossem multiplicadores de conhecimento, compartilhando as experiências com outros pais e difundindo informações para toda a comunidade.

Não é raro escutar o relato de um pai que diz que quando recebeu o diagnóstico os sentimentos presentes foram de incapacidade e impotência diante da nova realidade. Capacitar os pais faria ressurgir a confiança deles diante de uma realidade delicada. 

Não podemos mais ter em mente que o autismo é algo raro e que está longe da realidade em que vivemos. É necessário a união da classe médica e demais profissionais da área de saúde, família e outros setores da sociedade para que tenhamos maior êxito no tratamento das pessoas com autismo. 

Fontes: 

A&R – Manual para Síndrome de Asperger ;
Mundo singular – Ana Beatriz Barbosa Silva;
Miami Children’s Hospital Dan Marino Center; 
Superspectro.com.br e
DSM-V 

POR KEITY TEIXEIRA FONSECA VALIM















-Psicóloga Clínica;
-Especialista em Neuropsicologia pelo CEPSIC-ICHC/FMUSP;
Especialista clínica na abordagem analítica – Unicamp;
Experiência como coordenadora pedagógica, formação de professores e assessoria educacional;
contato: keityteixeirafonseca@yahoo.com.br
Nota do Editor:

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Um comentário:

  1. Ariana Santos Ueda Santos Ueda27 de maio de 2018 às 13:42

    Parabéns Keity, muito feliz por você e obrigada por partilhar conosco conhecimento e informação! Abs

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