sexta-feira, 1 de julho de 2022

Mulheres que se acham demais...


 

Autora: Adriana  Rocha (*)

Dia desses eu e minhas amigas, falávamos sobre essa geração de mulheres mentirosas e insuportavelmente chatas, que fingem possuir a autoestima nas nuvens e que se acham imensamente superiores aos homens, não precisam de um namorado, ficante ou marido. As top five das assexuadas. 

Comentamos sobre essas feministas malucas que estão aí dando uma de "duronas"; disputando à faca entre elas o primeiro lugar, porém as mesmas nem sabem em que competição estão e qual é "o grande prêmio".

"Estou muito bem sozinha". "Homens estão em extinção". "Homens têm medo de mulheres independentes e poderosas como eu", "blá blá blá…" . Uma ova! Por mais bonita, bem sucedida, se é que você é tudo isso, admita: ninguém te quer e não o contrário. 

Eu arrisco a afirmar: uma mulher, por mais bem sucedida profissionalmente e economicamente que seja nunca será uma mulher realizada, se ela não for TAMBÉM, bem sucedida na dança do acasalamento, bêh… Vai me dizer que não gostas? Se não gosta, pode ser este mais um motivo de estar só, todo mundo gosta de gozar!

Será que é mesmo "muito melhor" sair todos os finais de semanas, com as mesmas amigas solteironas, "inteligentes" independentes e de ideologias idiotadas que passam a maior parte do tempo reclamando dos homens para depois irem dormir sozinhas, do que um saco de pipocas, chocolate, coca-cola e uns amassos? Ahhhhh…  Homens, aqueles ingratos.

Quem disse que só as mulheres evoluíram?  Acha mesmo que seria possível que nós mulheres aprendêssemos a dirigir, a trocar o chuveiro e os pneus e ninguém contasse nada aos homens?

Esse papo furado de que os homens não estão preparados para essa nova mulher seria revolucionário em 1940 na época da minha avó, D. Maria Angélica, que se casou e separou várias vezes, teve filhos em todos os casamentos, educou todos e morreu de boa…  Talvez tenha ficado mal falada na cidade, mas escolheu ser livre e feliz. 

Minha mãe não aprendeu a dirigir porque não quis, só foi estudar depois dos 50 anos e nunca ficou sem dinheiro ou emprego, até porque, a D. Dina, era a melhor costureira da região, tinha tempo para dar conta do trabalho, cuidar dos oito filhos e ser a gostosona do meu pai. Hoje em dia eles chamariam de "romantizar" a rotina cheia, a maternidade, a dupla jornada e etc.  

Meus pais sempre souberam que eu era libertária e sempre torceram para que eu encontrasse um companheiro maluco como eu para dividir a vida e nunca me fizeram pensar que escolher ser bem sucedida era sinônimo de ser mal amada.

Os homens não são incapazes, nós mulheres nos adaptamos aos novos tempos, mas os homens também. Todos nós precisamos de ajustes aqui e ali, mas está tudo caminhando, já até aprendi a cozinhar alguns pratos mais elaborados! Aprendi com meu marido e daí? Dia desses ele chegou a tempo de salvar a acelga das minhas mãos…

Tenho amigos homens e eles querem uma mulher para ser parceira e choram por um pé na bunda; eles também ficam perdidos sem conseguir agradar "essas fulanas" que nem sabem o que querem.

Eu ganho o meu dinheiro, gosto de tequila, de cerveja… dirijo "má ou meno", arroto bem alto, cuido do meu imposto de renda; sei pregar botão, mas alinhavo torto. Não sei por onde começa a receita de suflê de escarolas e só vou ao supermercado para comprar porcarias. No dia em que eu quis cozinhar o ovo perfeito dei um Google e deu muito certo. 

Compro botas e calças caras dividido em três vezes, mas eu pechincho na "brusinha"; bebo com as minhas amigas e nunca fui cobrada por ficar bêbada, por não esticar a cama ou ficar internada em meu escritório escrevendo.

Neste momento em que escrevo estou esperando meu marido chegar do mercado com meu shampoo e com a cerveja, é ele quem sabe escolher a carne, comprar peixe e fazer feira; vira e mexe está na cozinha preparando uma torta ou algo especial pra mim ou para o jantar da família, mas ele não é um paspalho, é o homem da casa: o que manda no "galinheiro".

Um maluco que escolheu me amar do jeito que sou: quem vibra com as minhas vitórias, se emociona com minhas histórias; ri da minha esquizofrenia e me salvou de jantar miojo pelo resto da vida.

E esse papo de "eu fico muito bem sozinha", pode ser papo furado de mulher que ninguém quer, porque será?

Conheço uma penca de gente que assume que precisa de alguém para amar, brincar, passear, irritar…  porque isso aqui não é uma competição é vida, e todo mundo quer a mesma coisa eu, você, a Maria, o Marco, a Matilde, o Rodrigo, o João, a Cris, a Camila; todo mundo quer subir na garupa do amor e viajar, todo mundo quer sossegar o rabo num relacionamento feliz e cheio de cumplicidade, de parceria, paixão, de mãos dadas, cercado de amigos ou quando estão a sós.

Chega desse discurso de ser mal compreendida pelo mundo e pelos homens. Tem muita gente dando sopa por aí, de ambos os lados, por inúmeras razões. Se você acredita mesmo que ninguém te merece porque és independente, poderosa, auto suficiente e que os homens não sabem lidar com isso, só quero lhe dizer uma coisa: você está sozinha porque é muito cheia de querer.

Bom, agora vou me arrumar porque meu marido está chegando, vamos tomar cerveja e ouvir rock juntos enquanto preparamos o jantar.

Nesta sexta-feira serei ajudante de cozinha. Muito justo. 

*ADRIANA ROCHA














Segundo suas próprias palavras:

"É escritora por paixão, cronista por necessidade de expressão e poetisa por puro tesão de recriar a paixão. "


Nota do Editor:


Todos os artigos publicados no O Blog do Werneck são de inteira responsabilidade de seus autores.

6 comentários:

  1. PQP! 😂😂😂😂🇧🇷
    'Algumas' mulheres evoluíram!
    Essa; é da pá virada! Faz parte das "ALGUMAS"👏👏👏🇧🇷

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    1. As chatas que me perdoem, mas mulher que "se acha" está, na verdade, perdida.

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  2. Caio Calisto da Trindade1 de julho de 2022 às 12:33

    INCRÍVEL

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    1. Cada um no seu personagem, do seu jeitinho de ser... Obrigada por comentar.

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  3. Parabéns pelo seu texto, Doutora Honoris Causa em Literatura, Escritora, Colunista, Cronista, Contista, Roteirista e minha grande amiga Adriana Rocha, a Fada das Letras!

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  4. Uaw, quem não gosta de um cafuné? Essa pressão só tem aumentando os casos de ansiedade e depressão no mundo. O momento pede união e parceria, para se evoluir como ser humano e quem sabe ter alguns momentos felizes, sozinho ou acompanhado, tanto faz!

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