sábado, 24 de junho de 2023

A escola como propulsora de mudanças ambientais positivas na sociedade


 Autora: Mariana Guatura (*)


O dia 05 de junho é conhecido pela comemoração do Dia Mundial do Meio Ambiente. Esta é uma data de extrema importância, pois propicia reflexões em diversas partes do mundo acerca do que está sendo feito por nós visando a urgente necessidade de conservação do local em que vivemos. Com base nessa premissa, questiona-se: como as escolas podem atuar buscando proporcionar a prática da Educação Ambiental em seu cotidiano?

Inicialmente, é importante recordar a razão pela qual se escolheu o dia 05 de junho para a comemoração do Dia Mundial do Meio Ambiente. Tal data foi escolhida em 1972 e se deve a uma homenagem por conta da abertura da Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento e o Meio Ambiente Humano, que ocorreu em Estocolmo e foi realizada entre os dias 05 e 16 de junho de 1972. A conferência contou com a participação de mais de 100 países e foi importantíssima por ser a primeira oportunidade em que os representantes de diversos países puderam se reunir a fim de refletir sobre as questões ambientais. Vale lembrar também que a Organização das Nações Unidades (ONU) promoveu diversas outras conferências sobre o meio ambiente, destacando-se a que foi realizada no Rio de Janeiro, conhecida como Rio-92.

Após refletir sobre o porquê 05 de junho foi escolhido como o Dia Mundial do Meio Ambiente, é importante considerar como os alunos enxergam o conceito de meio ambiente. Este é um ponto essencial para se iniciar as reflexões e o desenvolvimento das atividades de Educação Ambiental. Geralmente, ao se questionar os alunos sobre o significado que o meio ambiente tem para eles, a maioria das respostas que se obtêm é a de que o meio ambiente é o espaço que compreende a natureza (as florestas e as cachoeiras). Poucas são as respostas que associam o meio ambiente ao local ao qual as pessoas vivem e interagem entre si. Como Bióloga e docente de Ciências e de Biologia, vivenciei diversas situações do tipo em que os alunos representavam, inclusive por desenhos, as paisagens naturais sem que se fizesse qualquer alusão ao seu bairro ou a sua cidade como parte do meio ambiente.

Deste modo, uma das principais necessidades é desmistificar o conceito que os alunos possuem em relação ao meio ambiente. É preciso que eles compreendam que a sua rua, o seu bairro e a sua cidade compõem o meio ambiente. É somente se percebendo como parte do meio ambiente que será possível estimular os alunos a praticarem ações a fim de conservar o local em que vivem.

Outro aspecto bastante confundido quando se realizam atividades de Educação Ambiental nas escolas (e em outros locais também) é a distinção dos termos “preservação” e “conservação”. É importante destacar que o termo conservação visa a utilização dos recursos naturais de modo sustentável, enquanto o termo preservação visa a intocabilidade de um local. Por conta disso, as ações realizadas por nós visam conservar o ambiente que é constantemente modificado pelas ações humanas. Tal distinção é bastante importante no que diz respeito ao desenvolvimento das atividades nas escolas.

Também é fundamental que sejam desenvolvidas ações concretas de conservação ambiental nas escolas para que os alunos possam perceber que as suas ações podem melhorar o local onde vivem. Como exemplo, as escolas podem promover a coleta seletiva com posterior encaminhamento do material coletado para cooperativas de catadores, podem arrecadar os lacres das latas de alumínio (anéis de lata) para a troca por cadeiras de rodas para instituições que necessitem (atividade que visa, além dos aspectos ambientais, a responsabilidade social) e muitas outras atividades. O fundamental é que os alunos se sintam inseridos e responsáveis por modificar realidades. Somente assim ele estará engajado para buscar conservar o seu entorno.

Por fim, é importante destacar que as atividades mencionadas anteriormente bem como todo o conhecimento construído nas escolas podem e precisam ultrapassar os seus muros para chegar aos familiares dos alunos. Desta forma, espera-se que os estudantes e as suas famílias sejam educados ambientalmente, podendo, portanto, atuar buscando a conservação do ambiente a partir de modificações positivas na sociedade.

Referências:

PADUA, S. Afinal, qual a diferença entre conservação e preservação? Disponível em: <https://oeco.org.br/colunas/18246-oeco-15564/> Acesso em 21 jun. 2023;


SÃO PAULO. Conferência de Estocolmo. Disponível em: <https://cetesb.sp.gov.br/proclima/conferencias-internacionais-sobre-o-meio-ambiente/estocolmo/#:~:text=A%20Confer%C3%AAncia%20das%20Na%C3%A7%C3%B5es%20Unidas,Estocolmo%20e%20reuniu%20113%20pa%C3%ADses.> Acesso em 21 jun. 2023.

*MARIANA DOS SANTOS SIQUEIRA GUATURA
























-Graduação em Biologia pelo UNIFATEA (2009);
-Especialização em Gestão Escolar pelo UNIFATEA (2012);
- Mestre em Ciências pela Escola de Engenharia de Lorena da Universidade de São Paulo (2016);
- Professora preceptora do Programa Residência Pedagógica (UNIFATEA/CAPES) na EE Gabriel Prestes (Lorena/SP); 
-Coordenadora de Gestão Pedagógica da EE Gabriel Prestes e
-Professora de Ciências na EM Prof. Climério Galvão César (Lorena/SP).
Currículo Lates: http://lattes.cnpq.br/0653319436604048
Contatos:
Linkedin : Mariana dos Santos Siqueira Guatura;
E-mail: mariana.guatura@educacao.sp.gov.br

Nota do Editor:

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