domingo, 16 de outubro de 2016

A sexualidade e o prazer


A sexualidade faz parte do ser humano e, por esse motivo, devemos nos atentar a ela. Atualmente, o sexo aparece muito na mídia, porém será que há realmente abertura para falar sobre sexualidade? E mais, como você enxerga o prazer? Este artigo tem o objetivo de trazer esta questão à tona para nos instigar a falar mais sobre sexualidade e prazer.

Em um estudo sobre sexualidade no Brasil, Abdo (2004) demonstra que dificuldades sexuais trazem comprometimentos na autoestima, na produtividade no trabalho, no relacionamento familiar e social além das próprias dificuldades sexuais.

Resolvi escrever sobre esse tema, pois ouvi muito em consultório sobre o como é difícil falar sobre sexualidade. Adolescentes e adultos demonstram vergonha e medo de falar.

Apesar de ser um dos aspectos de nossa personalidade, a sexualidade é relegada ao último plano. Agora pense: será que você deixa sua sexualidade em último plano? Será que você sente prazer? 

Se formos pensar numa resposta sexual saudável teoricamente, pensamos que ela é um conjunto de quatro etapas: desejo, excitação, orgasmo e resolução. Na primeira etapa, ocorrem fantasias sexuais e o desejo pela atividade sexual. Logo após, há a fase de excitação com alterações corporais. Em seguida, há a terceira fase, a fase do orgasmo, na qual há a sensação de prazer máximo. Enfim, há a quarta fase, em que a tensão sexual diminui e abre espaço para uma sensação de relaxamento e bem-estar, o prazer.

Mas e o que é prazer? 

Prazer é um “sentimento agradável que alguma coisa faz nascer em nós”. 

Para ter prazer sexual, eu preciso estar focado no presente e entregar-me às sensações, sentimentos e fantasias do momento.

Porém, em um mundo em que as relações estão tão liquidas, ou seja, rápidas, buscamos o prazer imediato; buscamos relações que nos proporcionem o prazer imediato. Mas, o que acontece depois? 

Vivemos em um mundo em que as pessoas vivem de “amor líquido”, de relações instantâneas assim como o macarrão, em que é mais rápido e mais fácil. O que atrai no consumismo é a facilidade e a rapidez, e assim não conseguimos nos entregar. 

Em uma relação rápida, sem intimidade, há entrega? 

Como ter um prazer sexual intenso se para o prazer sexual, eu preciso de tempo, intimidade, entrega? 

As pessoas demonstram não se satisfazer mais com objetos materiais que compram, como celulares, computadores, sempre querendo alcançar algo melhor, diferente, mais atual. Será que na relação sexual isso também não acontece?

Percebo que hoje em dia, homens e mulheres buscam cada vez mais prazer sexual com diferentes pessoas, em diferentes lugares, posições, momentos, mas será que é isso o que elas precisam? 

Ou pessoas que evitam uma intimidade e, por esse motivo, acabam se relacionando sexualmente com diversas pessoas para não se apegar a nenhuma.

Agora, pergunte-se: Será que o que busco com o sexo é o que o sexo pode me proporcionar? E será que realmente me entrego e quero esta relação?

Referências Bibliográficas

Abdo, C. H. (2004). Estudo da vida sexual do brasileiro. São Paulo: Editora Cialis. 


POR CARINE FRANCESCHI SAITO
















-Graduada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie;
-Especialização e aprimoramento em Psicologia Hospitalar com pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP;
-Especialização em Gestalt-Terapia pelo Instituto Sedes Sapientiae;
-Estuda o tema de Sexualidade desde 2010;
-Atende crianças, adolescentes e adultos em psicoterapia individual e de casais;e
-Atua em consultório particular na Zona Oeste e Sul de São Paulo.
Contatos:
Telefone: (11) 3862-2774
E-mail: cafsaito@gmail.com
 

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