domingo, 11 de dezembro de 2016

Compre malas novas!


A liberdade sempre foi pregada como uma das coisas mais maravilhosas de sentir.

Se sentir aprisionado é o pesadelo de qualquer ser.

Até a palavra aprisionado traz uma impressão ruim, de sofrimento.

Mas, e se tratando de aprisionamento interno?

Muitas pessoas são incrivelmente aprisionadas em si mesmas, muitas nem percebem.

São aprisionadas em hábitos sofridos, sentimentos velhos, lembranças penosas que não fazem questão de apagar. Detidas em velhas vidas que não querem deixar.

Aprisionadas em comportamentos repetidos, erros surdos, capítulos de novelas com mesmos desfechos, finais infelizes.

Pessoas que vivem no antigamente, no aposentado emprego, no primeiro relacionamento, na vivência que dividiu com quem não está mais aqui.

Vivem nas jazidas primaveras, como se não conseguissem enxergar novos verões que chegam, cheios de calor, trazendo novas chances para mudanças.

Há os que vivem sozinhos, por entrega, provando sua própria teoria de que não podem ser amados.

Há os que fogem por caminhos errados, se deixando engabelar, se afogando nos vícios, novos calabouços. 

E os presos em celas douradas, iludidos pelo brilho dos gelados quilates. 

Quanta prisão em corpos saudáveis e corações doloridos.

Quanta vida perdida em gaiolas de portas abertas.

Clausura, velha conhecida.

Cercas que criam a ilusão de proteção contra a angústia.

São muitas as prisões.

São muitos os motivos.

Felizmente muitos acharão suas próprias chaves . 

Ou poderão contar com quem vá apanhá-las e terão um cadeado aberto por uma mão amiga, mesmo que seja numa ajuda profissional.

Outros acordarão, darão sim um basta, caminharão enfim...que alívio!

Quiçá possam todos um dia colocar sua mão para fora das grades.

Identificar cada um a sua prisão interior e dela se cansar.

Porque a prisão pode ser a escolha por um preço tão caro, um peso tão alto levado em velhas malas, enquanto a vida e a liberdade estão ao alcance de todos, num catálogo ao lado, a preço de vontade e coragem.

Sugiro que você perceba se tem algo que te prende há tempos.

Analise bem se não está existindo desperdício em guardar bagagens e teias de aranha.

Depois disso é só lembrar que você pode ter as chaves.

Bem aí dentro e perto.

Então adquira malas novas, compre novas passagens.

E parta para novas viagens, cheias de ar fresco e paisagens coloridas.

POR ROSANGELA TAVARES











-Psicóloga Clínica
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Um comentário:

  1. Quero esquecer o passado. Mas ele está sempre aqui presente. Quero olhar para a frente. Mas a sombra do passado está aqui a nos perseguir.
    Achamos que temos as chaves desta cela chamada Brasil. Ledo engano. As chaves se encontram muito bem escondidas por uma alma não tão honesta quanto o passado nos desenhou.
    Seria lindo acordarmos e olharmos para frente sem medo do que vem atrás. Seria belo se não fosse trágico...

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