domingo, 14 de maio de 2017

MÃE:Eternas no tempo...em tempo e na hora!




Dia das mães? São todos os dias!!

Quando se tem uma;

Quando se deseja ser;

Quando se quer ser;

Quando se pode ser;...

Poderia escrever mil coisas sobre as mães, o ser mãe, a maternidade; mas sempre será uma obra inacabada e sem manuais;

É algo que pode até estar nos livros, psicologia, psicanálise; antropologia; ...mas...só quem é mãe; sabe o que é ser mãe! Ao menos assim; me dizem as moças!

Moças; "pobres moças" muitas delas ainda não sabem que: "O amor materno, o 'verdadeiro' é o mito de um amor pacificado" ...isso, pode até estar nos livros; mas elas não acreditam! ...e assim carregam suas devidas culpas;

Não acredito que a maternidade seja para todas as mulheres; a maternidade faz parte de uma construção social, um mito e também o espaço onde algumas mulheres encontram para ratificar sua feminilidade via este ato; não sabendo muitas delas que torna-se e ser mulher está para além de uma maternidade.

Os filhos nada mais são que produtos narcísicos da mãe. No momento que uma mulher toma consciência disso, penso ser muito mais salutar a mesma refletir de diversas vias, sob diversos ângulos e formas se de fato vale à pena mesmo colocar um filho ou uma filha no mundo; até porque em nosso século há várias formas do narcisismo feminino se manifestar. 

Escuto muitas mulheres afirmando "a maternidade foi ato mais consciente da minha vida"! Lamento informar; se fosse inconsciente; talvez fosse mais bem sucedido!!!! 

Algo muito pensando, planejado, imaginado, com muitas expectativas tende ao fracasso! E não distante surgem as ambivalências mãe - filho(a) inevitáveis nessa relação. 

Se os filhos são produto narcísico da mãe; estes encontram-se na condição de objeto. Em um processo "normal" (entre  aspas mesmo; uma vez que na minha prática psicanalítica, não acredito no conceito de normalidade); é possível pensar: No percurso de desenvolvimento ao sair da condição de objeto e torna-se sujeito; o filho não corresponde a demanda materna, complicando então as coisas quando esses inconscientes entram em cena! 

A relação é ambivalente para ambos até que a tão famosa lei - do - pai; possa ser vivenciada e internalizada pelos filhos de tal maneira que esses filhos possam responder por si mesmos ao passo que conseguem dar conta do seu próprio complexo de Édipo. 

Isso é possível de ser vivido em um processo de análise; uma análise quando bem sucedida; o analisante em suas operações inconscientes passam a dar vez ao seu próprio saber inconsciente e assim se autorizam a acreditar que na verdade a lei do pai é a lei dos filhos; pois são os próprios filhos que precisam dar conta do complexo do Édipo; logo; são os próprios filhos que passam a dar conta das suas próprias questões. 

Em análise, os analisantes descobrem a cruel realidade: O problema não é da mãe, do pai , de ninguém. Até porque cada um desses personagens da trama, puderam atuar em seus devidos papéis como puderam ser, nada mais do que isso. 

Uma análise quando bem sucedida, o sujeito sai do discurso da culpa ou da vítima para responsabilidade!!! Passam a saber que as mães???? São as mães que tiveram; e puderam ter! São as mães que são; e como podem ser! Bem como também, devem pensar não sei quantas vezes ao resolver por um filho no mundo; porque namoros podem acabar, casamentos também; trabalho, profissão, endereço, cidade,... tudo pode mudar. 

Tudo pode mudar na vida quando esse "tudo" depende só de si! ....mas ter um(a) filho (a)???? Ser mãe????? É condição eterna; por isso comungo com as ideias de Drummond; mães??? São para sempre! “(..) não tem limite, é tempo sem hora, ...” 

Para todas as mães, do ventre, do coração, do sangue; da alma, do querer, do desejo, do (in)consciente...com todo carinho; o dia das mães? São todos os dias!!!! 

Referências: 

Andrade; Carlos Drummond. “Lição de coisas: Poesias.”. São Paulo. J. Olympio, 1985;

Benhaim, Michèle. Amor e ódio: a ambivalência da mãe. – Rio de Janeiro: Cia de Freud, 2007; e

GUYOMARD, Patrick. A lei e as leis. In: ALTOÉ, Sônia (org). A lei e as leis: direito e psicanálise. Rio de Janeiro: Revinter, 2007. p, 3-59. 

POR CLARISSA LAGO








- Psicanalista;
-Graduada em Psicologia (Formação clínica e Bacharelado); 
-Graduada em Pedagogia – Licenciatura Plena com Habilitação em Orientação Vocacional e Educacional; 
-Especialista em Psicopedagogia. Mestre em Educação pela UFBA e 
-Pesquisadora; Escritora; Articulista; Cronista e Ensaísta. 
- Atua como psicanalista e supervisora clínica em consultório particular há mais de uma década. 
Contatos: 71 3354-9162/ cel whatsApp: 71 99990-6143. 
Twitter: @LagoClarissa / FanpageFacebook: Clarissa Lago Psicanalista / e-mail: claralago@hotmail.com / www.blogdapsicanalise.com.br


Nota do Editor:

Todos os artigos publicados no O blog do Werneck são de inteira responsabilidade de seus autores.

Nenhum comentário:

Postar um comentário