segunda-feira, 28 de outubro de 2019

Só o Amor Pode Mudar


Autora: Genha Auga(*)

 (Autor desconhecido)


Chegou do hospital debilitada e ao mesmo tempo, forte para enfrentar o mal que tinha a pretensão de lhe arrebatar.


Foi repentinamente que se viu na cama de um hospital quase que à beira da morte e sem nenhum aviso prévio de problemas anteriores que sinalizassem uma possível doença ou mal que a fizesse vítima desse golpe.


Na cama, assustada e surpresa, teve tempo para rememorar alguns fatos; contabilizou as mágoas e infelicidades que a pessoa, para qual se dedicou e amou tanto, fez seu corpo somatizar emoções fortes e estressantes que a derrubaram.


Mas, no momento da dor e quase sucumbindo, amparada divinamente, pode usar a razão e lembrar-se de que aquele "ser" não merecia seu sofrimento e sua família que tanto a amava e que a amparava, merecia sua volta e superação.

Cheia de razão e de força, decidiu que sairia dali vitoriosa e, assim foi...

De volta pra casa e consciente de que a ruptura com o mal que a acometia seria importante para o resto de sua sobrevivência, resolveu com a solução que há tempos já deveria ter enxergado: o divórcio.

- Divinamente adquirimos forças para o que podemos suportar e alívio para confortar quem realmente merece nossa energia .

Ainda mal restabelecida, veio a notícia de que sua querida mãe, com idade já avançada estava com a doença do século; um câncer e suas sérias consequências que a foi debilitando e sugando aos poucos sua alegria e a abatendo com dores e uma forte depressão.

Nessa outra etapa pela qual estava passando, não se deixou cair, entendeu a lição e se debruçou de corpo e alma para aquela pessoa que desde que nasceu foi seu suporte e a quem havia negligenciado por alguém que nunca lhe cuidou.

Zelou por ela, amou-a nos momentos mais difíceis, falou-lhe palavras boas, acarinhou-a cantando sempre atenta em todos os segundos de suas intensas e últimas horas juntas. Entendeu que o amor traz tudo que precisamos ou, que a falta dele nos sucumbe, sentiu que se sua mãe em breve poderia deixá-la, mas, nesse tempo que restava, teria muito carinho e atenção, mesmo porque, se esse sofrimento se prolongasse, sua missão estaria cumprida....

Orou por ela, agradeceu por sua dedicação, pelo carinho e pelos seus acertos na sua formação como ser humano, relembraram alegrias, choraram juntas as tristezas passadas, perdoaram-se, aceitaram-se e entenderam o sentido da existência.

Abraçaram-se agradecidas e felizes. A filha olhou docemente para a mãe que pairou seu olhar no céu...

Mesmo com todo mal que sofrera, foi com o tempo que retomou a autoestima e sua mãe pode ver a filha recuperada. E assim, serenamente ela se foi!

Foram libertadas pelo amor, mas, fortalecidas pela dor para suas "novas vidas"... 

*GENHA AUGA



-Bacharel em Comunicação Social, com Habilitação em Jornalismo Impresso -(MTB: 15.320);
-Cronista do Jornal online “Gazeta Valeparaibana” - desde fevereiro de 2012;e
-Direção Geral da Trupe de Teatro “Seminovos” – Sede de ensaios no Teatro João Caetano de São Paulo (Secretaria Municipal de Cultura-Prefeitura de São Paulo) – autora de textos e roteiro - desde 2015 com apresentações em Teatros, CEUs, Saraus, Hospitais, Escolas, Residenciais para Idosos, Centros de Convivências, Eventos, Instituições de Apoio às Crianças Especiais




Nota do Editor:

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