Já fiz algumas inimizades para expor minha opinião sobre o
que significa ser escritor. Ao contrário do que muitos imaginam, não tem nada a
ver com fama, glória, e ou glamour.
Nesses 15 anos de ofício, vi escritores talentosos surgirem cheios de sonhos que se tornaram enormes expectativas, e muitos, hoje, estão deprimidos por não conseguirem alcançá-las. E, pior ainda! muitos abandonaram a escrita pelo caminho.
A fama cega. Há quem a persiga a qualquer custo, sem considerar o preço emocional que ela pode cobrar: distanciamento da família, agendas e viagens extenuantes, a privação dos momentos mais simples – como assistir a um filme no cinema, passear no parque ou curtir um espetáculo de teatro sem ser interrompido. É fácil esquecer que o reconhecimento público, tão desejado, pode trazer consigo uma solidão imposta.
Tem muita gente confundindo insatisfação profissional, falta de grana, ou ausência de alguém e até carência de amor próprio com depressão. Procurar um psicólogo ajuda, e acho que todo artista tem um pouco de loucura. Terapia pode fazer bem.
A fama parece ser uma consequência positiva do sucesso, mas o sucesso mesmo não tem nada a ver com fama ou glamour. Cumprir pequenas metas também é sucesso. "Um sucesso" também é ser inteligente o suficiente para criar metas realistas e alcançá-las.
Tenho observado há tempo algo no mundo dos famosos: o mesmo fã-clube que coloca um artista no topo é o primeiro a conspirar contra ele, jogando sua trajetória no lixo, sem preocupar-se com as consequências.
A fama talvez seja tudo, principalmente aos que não tem quase nada na cabeça.
*ADRIANA BATISTA DA ROCHA
Adriana Rocha, ou Drika Rocha é Drª H.C. em Literatura, escritora, autora de vários títulos; premiada nacional e internacionalmente, é colunista cultural e empresária.
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