sexta-feira, 25 de julho de 2025

As mudanças da vida e a proteção do eu profundo e dos outros eus


 @ Ercília Ferraz de Arruda Pollice

Esta é mais uma Edição Especial do O Blog do Werneck

É  a Edição Especial em homenagem ao Dia Nacional do Escritor que hoje (25.07.2025) se comemora

Gostaria de saber por quais mudanças ando passando...

Já não sou a mesma...choro fácil, rio à toa? Mas, isto sempre fiz...Ordeira? Sempre fui...mas alguma coisa mudou dentro em mim…

Uma tranquilidade inquieta...já ouviu falar disso? Nem eu. Será o descontentamento descontente de que fala Camões?

Parece que estou à espreita, como se algo muito grande ou pequeno, não importa, fosse acontecer comigo.

A arte faz morada em minha vida, faz nela a sua casa, e desta vez definitiva.

Resolvi aprender piano e estou firme : "Misty", " Gente Humilde", "Este seu Olhar" , “Eu sei que vou te Amar”.

Estou me realizando, fazendo lição de casa feito bom aluno; mas alegre, muito alegre. É um prazer indizível !

O interessante , é que tudo é tão intenso, imensamente intenso e profundo. Creio que nunca fui tão mulher em minha essência, como agora.

Sinto urgência em tudo ; mais vontade de pintar, mais vontade em ler, vontade de conversar com algumas pessoas...

Viagens a bombordo, planos mil.’

Bem seletiva, é verdade; aprendi que menos é mais!

E , em meio a essas urgências todas, sinto saudades do amor que já fizemos, das palavras que nos dissemos do desejo que sentimos desde a primeira troca de palavras , lá em 2010,e, nunca saciamos completamente nossa fome de amor.

Vivemos sempre entre o ser e o não ser. Entre o sonho maravilhoso e a realidade não tão boa assim.

Mas nada me faz triste ou inquieta. Aprendi a aceitar a vida como ela é.

A maturidade nos faz sábias .

Pequenas alegrias nos fazem felizes e sonhadoras sem nunca tirar os pés do chão .

A vida exige isso de nós , para que possamos dar conta dessa conta , de vive- la bem e com inteireza.

Gratidão por tantas coisas boas com as quais a vida me premiou. O amor de Deus sempre me cuidou e nada me tira do eixo por muito tempo.

Amo a vida e ela me ama ; simples assim!

Isto é tão especial pro meu coração .

Sou como o principezinho , que ao ter um tempo sobrando coloco as mãos no bolso e caminho em direção à fonte.

O mundo moderno não me assusta porque já passei por tantas mudanças e tantas perdas e ganhos sem nunca me perder de mim mesma.

Fico pensando; será que vou morrer, e minha alma me avisa?

E você ? Como administra tudo isso?

Você,tão inteligente, tão eficiente , tão bom e tão tolo.

Precisa aprender a ver com os olhos do coração. A única visão que nos faz inteiros e completos.

Beijo você todas as noites com saudade e muito,mas muito carinho…adormeço e você me persegue pelas madrugadas . As conversas podem ser apagadas na telinha, mas quem as apagará da memória ?

Você , embora distante , sempre

"Você é luz
É raio, estrela e luar
Manhã de sol
Meu iaiá, meu ioiô"

Meu Xodó!

Como no meu livro "Conta mais , Xodó !”

A solitude na idade madura é enriquecedora .

Cultivar amigos que valham a pena e comemorar cada manhã como se fosse a primeira ou a cada entardecer como se fosse o último.

Encantar- me com poentes! E , ainda, como o principezinho de Exupéry , ir mudando o banquinho ao redor do planeta , pra ver muitos pores de sol nos dias de tristezas .
Porque há dias que a gente também se entristece.

São tantos sonhos frustrados, tantas coisinhas miúdas que há dias ;a alma não resiste.

Mas, daí , lembro- me do Chico: " Amanhã vai ser outro dia …"

Mulheres especiais gostam de bom vinho de cepa de uva fina .

Amigas, vamos lá, a lição sabemos de cor, só nos resta apreender .

"Esqueçamos a lembrança inútil dos rancores, um brinde à felicidade pela frente e aos dias inéditos que virão !… se tudo fosse claro nos pareceria inútil ( Paul Valery )"

ERCÍLIA FERRAZ DE ARRUDA POLLICE


















-Formada em letras pela Universidade do Sagrado Coração de Jesus - Bauru (1975);

- Escritora, poeta e artista plástica;

- Cronista semanal do Diário Campineiro e 

- Especialista em Literatura Portuguesa.

São suas palavras:

"Como escritora faço pinturas de palavras e quando pinto faço poemas de cores."
 
Nota do Editor:

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