domingo, 8 de novembro de 2015

Vai que eu precise





Sabe quando a gente guarda um objeto que nem usa mais?

Às vezes é até um estorvo no armário ou no cômodo da casa, mas a gente vai deixando, como quem diz “ainda vou precisar disso”.

E o pior: todos os dias desviamos dele, nos damos de cara com ele, nos incomodamos com ele.

Nós fazemos isso com os nossos sentimentos também.

O bom é quando a gente se dá conta da tralha parada em casa e conseguimos ter a clareza de que o estorvo está custando mais do que a falta que aquilo poderia fazer quando precisasse.

Pensando assim, quantas coisas velhas você mantém dentro de você, que não serve mais para nada?

Lembranças, raivas, dores, decepções, arrependimentos, tristezas.

Isso acontece muito com os medos.

A gente tem tanto medo de ser tomado por uma surpresa ruim da vida de novo, que fica meio preparado para enfrentar a próxima, mesmo que ela demore anos para chegar.

Como se não pudéssemos atualizar as reações e jeitos de combater quando acontecer novamente.

Guardar velharias emocionais é atraso de vida, ocupa um espaço desnecessário e muita energia também.

Porque a velharia sempre vai trazer a lembrança da má experiência, e os sentimentos junto.

Além disso é uma tralha desatualizada, de quando você tinha menos traquejo de vida.

É legal a gente conseguir “varrer a nossa casa”, sem medo de jogar os lixos fora, porque todos os dias nós somos uma nova versão de nós mesmos, e isso significa que depois de uma experiência sofrida você tende a ser mais forte para a próxima.

Precisa se dar conta disso.

Não há porque depender daquele velho medo como um remédio para quando doer de novo.

Ou daquela raiva, para poder juntar força para bater no próximo ataque.

De repente hoje você já aprendeu que nem vale a pena bater.

O que vale a pena é a libertação, que leva à transformação para melhor.

Sua felicidade é o que vale a pena.

Vida boa é aquela vivida no dia a dia, no presente, com qualidade e leveza, sem arrastar malas velhas e pesadas.

Pense nisso.

Varra a casa sempre, jogue fora o que não presta toda a vez que der de cara com aquilo.

Se limpe. 

Se livre. 



Por ROSANGELA TAVARES


-Psicóloga Clínica
Site:www.rosangelatavarespsicologa.com.br
Blog:www.rosangelatavarespsicologa.blogspot.com.br
Twitter: @Ro_tav

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