sábado, 7 de novembro de 2015

Pátria Doutrinadora


Vou retornar ao tema da politização e partidarização da educação nos últimos 13 anos. O assunto é da extrema relevância e gravidade. 

A educação é o "molde" do individuo. Se a sua formação não se der em um ambiente de liberdade e pluralidade corremos o risco de formar cidadãos "peça" e não cidadãos "autônomos" do ambiente social.

Nos regimes Fascista , Comunista e Nazista , a educação ganhou destaque justamente por sua capacidade de formar indivíduos "peça" da máquina estatal. É o princípio Corporativista que dilui o individualismo em favor da idéia de "coletividade" social. Na Corporação o sistema é hierarquizado e as decisões emanam de um poder centralizado que dita as normas e os objetivos do partido e do governo. Decisões colegiadas se dão em um ambiente controlado ideológicamente. Qualquer idéia fora da "pauta" corporativa é rejeitada e tratada como "subversão" de valores.

As escolas, nos regimes totalitários, são centros de doutrinação. A formulação do programa atende aos interesses do partido e do Estado. Não há diversidade de pensamento. Não se permite o questionamento do que é ensinado . 

O resultado dessa "lavagem cerebral" pode ser dimensionada históricamente na histeria das massas ovacionando líderes sanguinários como Adolf Hitler , Josef Stalin e Benito Mussolini entre outros. 

Analisando as últimas provas do ENEM fica absolutamente clara a determinação do Ministério da Educação em impor um programa socializante e marxista para a rede de ensino médio do país, particularmente na área das ciências humanas. A ausência de questões de pensadores liberais e a predominância quase absoluta de autores da extrema esquerda transforma o exame em simples verificação do grau de adestramento ideológico do estudante. 

O prejuízo na formação do jovem , que é ensinado a enxergar a história e a realidade sob uma ótica exclusivista e excludente, é incomensurável. Felizmente existem outras variantes no processo de aprendizagem que escapam do controle alienante dos livros e professores militantes. A internet , a familia e os meios de comunicação acabam servindo como links alternativos na formação e informação dos alunos. 

Enquanto a educação for entendida como mero instrumento de dominação ideológica, servindo aos interesses de um partido , e não aos interesses plurais da nação , teremos que conviver com "exames nacionais" que privilegiam determinados conceitos em prejuízo de um entendimento mais abrangente das ciências humanas. 

Se por um lado a "pátria educadora" se esforça no sentido de homogeneizar o ensino das ciências humanas , produzindo um ambiente intelectual favorável ao seu projeto totalitário, outras áreas do ensino, como a lingua portuguesa e a matemática, tem apresentado resultados pífios que nos envergonham diante do mundo. 

A "pátria educadora" do PT pouco difere, em objetivos, da "pátria doutrinadora" dos regimes mais corruptos e autoritários da história. 

A função dos professores independentes é oferecer aos alunos uma educação democratizada que aceite a diversidade de pensamento como pilar básico do conhecimento humano. Esta tarefa se torna muito difícil quando um governo usa das suas prerrogativas legais para impor dogmaticamente sua visão autoritária do mundo e da história.

Por OMAR FERNANDES



-Licenciado e Bacharel em História;
-Graduado pela Universidade Gama Filho; e
-Atuou como professor na rede pública e privada da cidade do Rio de Janeiro.
@omarbrasilrj

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