sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Nós Cidadãos...


“Dos filhos deste solo és mãe gentil ...” 

                             Hino da Independência

Sou do tempo em que na escola aprendíamos não somente o hino maior, mas também o Hino da Independência e nós meninos vestidos de calças curtas azul marinho penduradas em suspensórios e envergando uma camisa imaculadamente branca tendo uma fita verde e amarela cingindo nosso braço esquerdo, desfilávamos orgulhosos pelas ruas do bairro atrás de uma fanfarra de um surdo, um repique e uma caixa de guerra de queixo erguido e a fronte alta encarando a bandeira nacional. Tempos pós-guerra em que civismo ainda era cultivado.

Orgulho maior era ser o porta estandarte do Pavilhão Nacional, um privilégio para os “nota 10” mais aplicados, mais bem-comportados e bons em religião. Os que envergavam as três medalhas de “general” no peito da camisa. Era assim na nossa Escola Primária onde estudávamos as primeiras letras e contas e aprendíamos o “beabá” do patriotismo.

Hoje busco desenvolver minha cidadania nas redes sociais, já sem usar calças curtas e suspensórios e tampouco camisa branca com fita verde e amarela, mas ainda fervendo naquele ardor patriótico. Faz parte da minha natureza ser apaixonado e lutar apaixonadamente pelo que amo e acredito e por isso talvez é que tenha me entregado a escrever.

Após muitos anos desenvolvendo-se econômica e socialmente é chegada a hora do desenvolvimento da cidadania e da política e as manifestações ocorridas nos três últimos anos vem comprovar esse forte desejo da sociedade. As redes sociais também têm estado agitadas e conflituosas, mas a maioria do debate que nela ocorre não vem para contribuir para esse desenvolvimento.

Todo e qualquer desenvolvimento só ocorre se o cidadão se educar para saber o que quer e o que é preciso fazer para atingir esses objetivos e principalmente, saber que fazer política é a arte da conciliação e do convencimento, ou caso as diferenças ainda se mantenham extremadas, saber fazer prevalecer política e pacificamente a imposição da vontade da maioria.

Infelizmente, o brasileiro nem estuda e nem tampouco se interessa em praticar as regras básicas da politização. Prefere se engalfinhar em discussão ideológica, quando nem mesmo sabe o teor ideológico clássico de qualquer uma das correntes. É a corrente dos contras e dos a favor em desfavor da educação, da cidadania e do patriotismo.

Temos ainda um longo caminho a percorrer, aprendendo por tentativa e erro a nos fazer representar, a determinar a quantidade e a proporcionalidade dessa representação e mais principalmente, o que exigir dos nossos representantes.

Não é uma tarefa pequena e que não consome um tempo pequeno.

Contudo, o pior de tudo é que as gerações que estão aí e as que estão chegando tem pressa e a teimosia e procrastinação de responsabilidade em mudar tudo o que está aí será debitado a nós. A geração do “vale tudo” nas redes ... 

Menos preparar o FUTURO. E o futuro é AGORA.

Por ANTONIO FIGUEIREDO

















-Brasileiro;
- Pensador Político, Construtivista e Ativista Federalismo Parlamentarista Unicameral c/Voto Distrital Misto; e
- Cronista e Escritor

4 comentários:

  1. Excelente texto! Saber os hinos, cantá-los com emoção, exercitar o silêncio como respeito, postura, disciplina... Por que tudo isso se perdeu?

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    1. Desgraçadamente no Brasil associou-se o patriotismo aos militares. Esqueceram-se que compõe as FFAA é o cidadão. Sem cidadania ... sem patriotismo.

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  2. Concordo ,temos um pais para construir, não será será fácil,nem rápido.

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  3. Essa é uma tarefa de todos e URGENTE !!!

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