domingo, 12 de fevereiro de 2017

TDAH: do diagnóstico ao tratamento



Todos nós, seres humanos temos em certo grau um nível de dificuldade em manter-se atento, focado em determinada situação sem desviar-se ou ainda, um certo nível de agitação, dificuldade em concluir tarefas antes de passar para a seguinte, manter-se sentado por muito tempo... Enfim, quando a desatenção e a hiperatividade precisa de tratamento?

Os portadores do TDAH – Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade, possuem grande dificuldade em manter a atenção, dizem que “vivem no mundo da lua”ou seja, estão sempre pensando em outra coisa quando conversam com alguém, quando estão estudando ou lendo, quando trabalham enfim, em várias situações.

Na grande maioria dos casos, porém nem sempre, essas pessoas são também inquietas, não conseguem permanecer paradas por muito tempo, detestam monotonia e coisas repetitivas, além de serem impulsivas no seu dia a dia. São pessoas que, vivem trocando de interesses e planos e tem dificuldade em levar as coisas até o fim e infelizmente podem ter problemas em várias situações de sua vida como por exemplo na vida acadêmica (onde geralmente iniciam-se as queixas) assim como em sua vida profissional, social e familiar. 

A questão é : quando essas características ou sintomas devem ser tratados? De que forma devem ser tratados? Com medicamentos? Com psicoterapia? Enfim, muitas dúvidas envolvem esse problema que foi identificado há alguns anos (aproximadamente 1998) como um “transtorno”a ser tratado o que não acontecia antigamente onde muitas vezes as pessoas portadoras eram rotuladas e punidas devido à dificuldade típica de obedecer a regras, limites e até mesmo dificuldades em torno do rendimento escolar gerando assim quadros secundários que agravava o problema. 

É inquestionável a importância da psicoterapia na adequação de comportamento para este quadro. É importante ressaltar que o tratamento terapêutico deve se estender ao ambiente familiar, social e educacional do indivíduo.

O Psicólogo precisa acompanhar de perto este paciente identificando assim situações gatilhos e mantenedoras dos comportamentos disruptivos.

Desta forma, o profissional precisa orientar esses familiares, escola como lidar com esses comportamentos quando eles aparecem de forma a não prejudicar o indivíduo. 

Pois, atitudes incorretas mediante os comportamentos inadequados prejudicam a auto estima do cliente gerando outros quadros que se estendem a vida adulta, quando o transtorno é identificado já na infância. 

O trabalho com portadores de TDAH quando bem conduzido é gratificante para a família e o profissional que está à frente do tratamento. Quero ressaltar aqui a importância de acompanhamento médico (Neurológico) em conjunto com o Psicólogo pois muitas vezes, dependendo do grau do comprometimento além das técnicas utilizadas no setting terapêutico, a medicação vem como um “bálsamo” minimizando por fim, comportamentos e situações que podem gerar uma “ferida” no indivíduo causando prejuízos futuros. 

Existem muitas medicações que podem beneficiar o paciente. A mais popular é a Ritalina porém, surgiram novidades neste mercado que prometem menos efeitos colaterais aos portadores além de melhores resultados. Por isso, procure o Neurologista ele lhe orientará sobre a medicação mais adequada para seu caso ou de seu familiar.

Encerro este artigo colocando a importância do diagnóstico o mais breve possível. Sabemos que quando criança, muitas vezes identificamos como natural e dentro da normalidade comportamentos tais como desobediência, agitação, inquietação, falta de limites porém, existe um grau para esses comportamentos ocorrerem. Você precisa se perguntar : Quando todos os coleguinhas estão sentados ao receberem um comando, meu filho é capaz de atender a esta solicitação ou ele continua falando e andando pela sala? Ele obedece às ordens e limites quando colocados ou reage com rebeldia a essas situações? Frequentemente você recebe queixas relacionadas ao comportamento de seu filho da escola? As outras crianças recusam-se a brincar com ele por conta de brincadeiras inapropriadas e muitas vezes agressivas? Ele coloca-se com frequência em situações de riscos sem pensar nas consequências de tais comportamentos ?

Essas são algumas perguntas que você precisa se fazer quando pensamos em TDAH tendo sempre como parâmetro, o comportamento de outras crianças na mesma faixa etária. 

POR BRUNA ROBERTA FERRO GONÇALVES


- Graduação em Psicologia – UMESP (2000); 
- Pós-graduação em :
   -Administração de RH – UNIP (2002)
   - Gestão de Processos de Negócios – UFRJ (2007);
- Trabalhou em :
  - Atendimento psicológico de nível ambulatorial a crianças, adolescentes, adultos, idosos e casais; e
 - Atendimento psicológico a pacientes no ambulatório, hospital dia e internos na ala psiquiátrica (feminina e masculina) abrangendo acompanhamento grupal e individual;
-
Atualmente   trabalha na GAPI – Escola de Educação Especial  fazendo:
 - Atendimento clínico na abordagem comportamental para crianças e adolescentes com diferentes patologias psiquiátricas e do neuro desenvolvimento;
 - Intervenções comportamentais no ambiente escolar, com o objetivo de compreender a dinâmica do aluno em sala de aula e orientar os professores no manejo de comportamentos disfuncionais; 

  - Atendimento em grupo para alunos com faixa etária superior a 18 anos; e
 - Orientação para pais referente o desenvolvimento psicológico do aluno.

Nota do Editor:

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