domingo, 9 de julho de 2017

Educação Infantil :algumas dicas importantes para pais, cuidadores e terapeutas


Sou Psicóloga, especialista em Terapia Cognitivo Comportamental com experiência em Psiquiatria Adulto e Infantil, trabalho atualmente em consultório particular e em uma escola de educação especial para crianças e adolescentes com patologias do neurodesenvolvimento. Atualmente me especializando em Terapia Analítico Comportamental Infantil.

Já trabalhei com Psiquiatria Adulto em uma renomada instituição sempre me identifiquei com trabalho com pessoas atípicas e no decorrer dos anos, fui convidada a trabalhar com crianças especiais. Pensei: o trabalho com crianças deve ser mais simples, menos arriscado pois, são pequenos, frágeis e com certeza a aceitação, a formação do vínculo entre paciente x terapeuta deve acontecer mais rápido... porém, descobri que este público além de encantador é muito desafiador.

Diariamente, convivo com pais e educadores que muitas vezes percebo perdidos e desinformados sobre aspectos importantes que envolve este vasto, misterioso e maravilhoso universo chamado : INFÂNCIA. E quando mergulhei neste universo infanto juvenil, me vi apaixonada... Como a infância é linda apesar de difícil. 

Em um dos cursos que realizei, um mestre um dia citou que estamos lidando com a fase mais importante da vida pois é nela, na infância que se constrói e produz um novo ser humano! 

Com o passar dos dias, fui percebendo o peso desta frase (como mãe e como profissional), e que quando falamos de criança, consequentemente falamos de família. E desta forma precisamos nos preparar em termos emocionais para lidar com este ser pois, um lar disfuncional impacta diretamente na criança uma vez que o comportamento é aprendido nesta relação pais e filho.

Por isso, sempre que trabalhamos com crianças e adolescentes especiais ou não e sempre que esses pacientes apresentam problemas ou mudanças comportamentais, convido os pais para uma investigação e orientação e neste atendimento parental, consigo visualizar muitas vezes a origem daquele comportamento onde estão as falhas que passam despercebidas pelas pessoas que têm contato diário com a criança.

Os pais na orientação, me solicitam o que fazer quando o filho começa a apresentar comportamentos disfuncionais ou fora do padrão de comportamento adotado por uma criança. Há questões importantes a serem observadas aqui pois, a mesma orientação pode auxiliar e resolver para esta família porém, para outra a resolução seria completamente diferente... Por isso digo que não somos bolos portanto não há uma receita.

Estou dizendo que qualquer detalhe, mínimo que seja nesta relação pais e filhos pode influenciar positiva ou negativamente e por isso o ambiente familiar precisa de uma análise minuciosa para que a criança melhore quando falamos de comportamento. 

Também é importante nos alertarmos a parentalidade que se caracteriza pelos papéis que são exercidos pelos pais com relação a criança ou seja, como é estabelecida a relação entre os genitores e a criança.

Este é outro aspecto importante pois a parentabilidade não acaba nunca! A mãe nunca deixará de ser mãe e o pai por sua vez nunca deixará e ser pai ...Porém a conjugalidade sim, pode acabar em uma separação. 

Uma conjugalidade mal resolvida, impacta na educação da criança pois, gera disputa de poder, uso do filho como forma de ataque ao outro e isso é extremamente ameaçador a saúde mental da criança. Por isso mesmo que seu casamento naufrague, é muito importante manter uma parentabilidade saudável. Na frente da criança nunca desautorizar ou quebrar alguma regra ou limite colocado pelo outro. Resolva esta situação fora do olhos da criança para que ela não fique com uma imagem negativa da postura de um dos pais. 

Poderíamos aqui descrever, inúmeras questões que povoam este vasto universo infantil que provavelmente ultrapassariam as páginas deste artigo. É importante que os pais se responsabilizem pela parte que lhe cabe na educação da criança sabendo que situações vividas nesta fase da vida, ressoarão resultados positivos ou negativos no futuro. Por isso, cuide de seu filho! Dedique um tempo diário para estar junto, conversar, brincar, rir, estudar, enfim... dê ao seu filho o que ele mais necessita e espera: atenção. Ao contrário do que muitos pensam, a atenção mesmo em forma de bronca mostra para a criança o quanto os pais se preocupam com ela. A atenção é um recurso poderoso na educação das crianças.

Se os pais e profissionais soubessem usá-la devidamente, conseguiriam ótimos resultados com os pequenos. Um profissional da abordagem comportamental, pode orientar a família como usá-la a seu favor para conseguir resultados positivos da criança. 

Como disse anteriormente, existem vários recursos, técnicas e intervenções que auxiliam é corrigem comportamentos quando necessário que podemos usufruir em prol do desenvolvimento saudável do ser. E só é preciso tempo, disponibilidade e boa vontade para aprender e aplicar que os frutos serão colhidos. 


POR BRUNA ROBERTA FERRO GONÇALVES




- Graduação em Psicologia – UMESP (2000); 
- Pós-graduação em :
   -Administração de RH – UNIP (2002)
   - Gestão de Processos de Negócios – UFRJ (2007);
- Trabalhou em :
  - Atendimento psicológico de nível ambulatorial a crianças, adolescentes, adultos, idosos e casais; e
 - Atendimento psicológico a pacientes no ambulatório, hospital dia e internos na ala psiquiátrica (feminina e masculina) abrangendo acompanhamento grupal e individual;
-
Atualmente   trabalha na GAPI – Escola de Educação Especial  fazendo:

 - Atendimento clínico na abordagem comportamental para crianças e adolescentes com diferentes patologias psiquiátricas e do neuro desenvolvimento;
 - Intervenções comportamentais no ambiente escolar, com o objetivo de compreender a dinâmica do aluno em sala de aula e orientar os professores no manejo de comportamentos disfuncionais; 

  - Atendimento em grupo para alunos com faixa etária superior a 18 anos; e
 - Orientação para pais referente o desenvolvimento psicológico do aluno. 

Nota do Editor:

Todos os artigos publicados no O Blog do Werneck são de inteira responsabilidade de seus autores.

Um comentário:

  1. E tem gente que acredita que o Estado é o melhor educador para as crianças brasileiras.

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