domingo, 1 de setembro de 2019

Suicídio: Sinais e Fatores de Risco


Autora: Ivete Messias(*)

Nota do Editor:

No mês de setembro desde 2014, por iniciativa da Associação Brasileira de Psiquiatria – ABP, em parceria com o Conselho Federal de Medicina – CFM é organizado nacionalmente o Setembro Amarelo como o mês de prevenção ao suicídio. 

O Blog do Werneck nesse mês se unindo à essa Campanha de Prevenção postará na Seção Psicologia alguns artigos tratando desse ato em que pessoas intencionalmente põem fim à própria vida. O primeiro deles segue abaixo:

O presente artigo pretende servir de auxílio para que o leitor possa identificar os fatores de risco mais frequentes em alguém com pensamentos suicida.

Os sinais de alerta descritos abaixo não devem ser considerados isoladamente. Não há uma "receita" para detectar seguramente quando uma pessoa está vivenciando uma crise suicida, nem se tem algum tipo de tendência suicida. Entretanto, um indivíduo em sofrimento pode dar certos sinais, que devem chamar a atenção de seus familiares e amigos próximos, sobretudo se muitos desses sinais se manifestam ao mesmo tempo.

O conceito de suicídio é o ato intencional de matar a si mesmo, e o cuidado com pessoas que almejam se matar é de extrema importância, já que a cada dia essa população cresce e por isso esse fenômeno não escolhe idade, classe social, gênero ou nacionalidade. 

Segundo a Organização Mundial de Saúde, o suicídio em si não é uma doença, nem necessariamente a manifestação de uma doença, mas transtornos mentais constituem-se em um importante fator associado com o suicídio.

Os fatores de risco mais frequentes são de Transtornos mentais e de comportamentos decorrentes de uso de substancias psicoativas incluindo o alcoolismo, transtorno de personalidade e/ou ansiedade, e/ou de humor (ex: depressão) principalmente borderline, narcisista, anti-social, esquizofrenia, perturbação bipolar, enfim todas as comorbidades potencializam os riscos.

Existem também os fatores psicológicos de grande incidência nos que tentam se matar e naqueles que conseguem de fato, nesta categoria destacam-se: Perdas recentes; perdas de figuras parentais na infância; dinâmica familiar conturbada; datas importantes; reações de aniversário; personalidade com traços significativos de impulsividade; agressividade, humor lábil (Estratégia Nacional de Prevenção do Suicídio, Ministério da Saúde; Organização Pan-Americana de Saúde; Universidade Estadual de Campinas, 2006, p. 16).

Os fatores acima foram distribuídos em uma forma mais didática com o intuito de facilitar a visão do leitor, porém, na vida real eles não aparecem de forma tão simples como aqui. Eles acontecem influenciando e sendo influenciados.

Além dos fatores já citados, existem sinais que podem estar evidenciando uma possível ideação suicida, tendo em vista que são frequentes nesse tipo de cliente. 

São "sinais para procurar na história de vida e no comportamento das pessoas" (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE (OMS), 2000) para que possam representar ou não riscos reais da presença de um comportamento suicida. Estes são: 

1. Comportamento retraído, inabilidade para se relacionar com a família e amigos;

2. Doença psiquiátrica;

3. Alcoolismo;

4. Ansiedade ou pânico;

5. Mudança na personalidade, irritabilidade, pessimismo, depressão ou apatia;

6. Mudança no hábito alimentar e de sono;

7. Tentativa de suicídio anterior;

8. Odiar-se. Sentimento de culpa, de se sentir sem valor ou com vergonha;

9. Uma perda recente importante – morte, divórcio, separação, etc.;

10. História familiar de suicídio;

11. Desejo súbito de concluir os afazeres pessoais, organizar os documentos, escrever um testamento, etc.;

12. Sentimentos de solidão, impotência, desesperança;

13. Cartas de despedida;

14. Doença física; e

15. Menção repetida de morte ou suicídio.

Esses são alguns sinais que um profissional ira procurar na história de vida e no comportamento das pessoas]

O suicídio é um fenômeno complexo, multifacetado e de múltiplas determinações, que pode afetar indivíduos de diferentes origens, classes sociais, idades, orientações sexuais e identidades de gênero.

Mas o suicídio pode ser prevenido! Saber reconhecer os sinais de alerta em si mesmo ou em alguém próximo a você pode ser o primeiro e mais importante passo. 

Por isso, fique atento(a) se a pessoa demonstra comportamento suicida, procure ajuda com profissionais especializados para investigar possíveis sinais na história de vida da pessoa, lembrando que somos seres com conjunturas biopsicosocial e espiritual.

Sendo assim, na psicoterapia aprendemos a identificar nossos pensamentos negativos por pensamentos mais adaptativos, assertivos, ou seja, por pensamentos positivos.

"As coisas não mudam, nós é que mudamos".

*IVETE GEA MESSIAS

-Graduada em psicologia pela Universidade Nove de Julho; 
-Pós-graduada com Especialização em Dependência Química, pela Faculdade de Medicina de São Paulo – FMUSP;
Atendimento individual e em grupo, participando de reuniões da equipe multidisciplinar, estudo de casos dos pacientes Dependentes químicos no ambulatório da ECIM do hospital das clinicas (Psiquiatria); 
-Palestrante, mediadora do grupo de apoio aos dependentes químicos na Casa Espirita Nosso Lar André Luiz. 





Nota do Editor:

Todos os artigos publicados no O Blog do Werneck são de inteira responsabilidade de seus autores.

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