sexta-feira, 8 de novembro de 2019

As Quedas de Braço no Comércio Internacional e seu Reflexo no Brasil

Autora: Ana Paula Stucchi(*)




Historicamente o Brasil sempre foi um país de colonização predatória. Explico: a colonização onde apenas se produz para exportação como se fosse uma extensão do país Potência é a predatória, enquanto que a colonização de povoamento é para estabelecer famílias e desenvolver o local onde são inseridas.

Sendo o Brasil colônia predatória, o que interessa consumir pelo colonizador é apenas o que não se tem no país, então nos tornamos exportadores de commodities desde então.

O que poucos sabe é que, na primeira e segunda guerra mundiais o Brasil, já com colônias de outros países vindo se estabelecer (italianos, espanhóis, alemães e japoneses) trouxeram com eles uma certa tecnologia, então mesmo rudimentarmente fabricaram produtos que eram exportados para os países em guerra. Quem, por exemplo, viu a ascensão do Grupo Matarazzo? As indústrias Matarazzo fabricavam em diversos ramos como serraria, refinaria, destilaria, frigorífico, fábrica de carroças, de sabões, perfumes, adubos e inseticidas, velas, pregos, vilas operárias, armazéns, banco, distribuidora pioneira de filmes, fábrica de licores entre outros. Mas infelizmente, quando a guerra cessava, as exportações caíam brutalmente, e o mercado interno nem sempre tinha renda para abarcar o que o conglomerado, entre outros, produzia...

Considerando esse breve relato, coloco você que lê este artigo, para observar que nem sempre quem mais parece forte é realmente forte. 

Recentemente, EUA e China entraram em "queda de braço" comercial. Muitos achavam que a Poderosa China (maior população do planeta) iria vencer, mas quem demostrou ter as cartas na manga (maior mercado consumidor do planeta) foi os EUA. 

Na negociação China deve recuar em algumas posições, como comprar produtos agrícolas dos EUA (China comprou várias propriedades na África para produzir alimentos e teoricamente não precisaria enriquecer mais os Norte-Americanos) e compromisso de se abrir mais a serviços financeiros internacionais, entre outras medidas. Isso traz divisas ao Mercado mundial, e descentraliza os rendimentos financeiros em vários países, fazendo assim os Capitais circularem mais. A contrapartida Norte-Americana ficou em manter a taxa de importação dos produtos sem subir nenhuma alíquota. 

Fica o "tirar o chapéu" para Trump, que mesmo com todos os seus defeitos, se fez, justamente por saber negociar com mão firme. 

Nem sempre um político precisa atender a todos os interesses, mas principalmente priorizar as famílias nativas que todos os dias suam o rosto e produzem um país melhor, um futuro melhor.

Fica os parabéns ao presidente Xi Jinping, que poderia produzir um incidente diplomático ou até guerra, mas conseguiu sentar à mesa e manter as taxas de importação, fazendo com que não foi a negociação melhor dos mundos, mas a menos ruim. Em planejamento estratégico, em sempre dá pra tomar a "melhor" decisão, mas na maioria das vezes a "menos ruim". Nessa queda de braço, EUA mantém a hegemonia e China reduz o prejuízo. Façamos votos que nossa equipe atual brasileira tenha a mesma postura, já que está em missão diplomática/de novos acordos comerciais no Japão, China e Oriente Médio. 

Espera-se que gere parcerias, acordos comerciais, além de investimentos em infraestrutura em nosso país através de PPPs - Parcerias público-privadas. O montante geral esperado está em R$ 7 bilhões. Com isso, daqui a dois anos em média, estaremos recuperando nossa taxa de crescimento do PIB, além de melhorar os números da balança comercial. 
#vamosemfrente #Brasil 

*ANA PAULA STUCCHI

-Economista de formação;
-MBA em Gestão de Finanças Públicas pela FDC - Fundação Dom Cabral;
-Atualmente na área pública
Twitter:@stucchiana
Nota do Editor:

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