sexta-feira, 8 de julho de 2022

Angústia


 Autora: Genha Auga (*)



Tem épocas em que um pressentimento estranho aparece e o aflige...

Aproxima-se bem devagarinho, invade o coração e nem sabe o porquê...

Uma sensação indefinida que o inebria com um sentimento que não é tristeza e nem parece alegria.

Exatamente como a água do oceano que vem de longe e misteriosa, mansa, aconchega a alma, sacode dentro do peito num vai e vem.

Como uma onda levanta e o derruba implacável, ali o deixa, sem eira nem beira, abandona-o num canto e some no horizonte.

É assim que o coração sente quando essa agonia o invade, essa angústia que não tem definição e o prosta, sem reação, mas, quando passa cala, confunde, pode até matar.

Machuca, leva o coração a trilhar pela melancolia, arranha por dentro e sangra a alma, faz morrer o sonho, a esperança e cerra os olhos para o belo.

Esse vazio que aperta o peito e derrama lágrimas de desamor sangra o ser. Olha para dentro de si e procura o que quer e nunca o vê pronto para dar e cumprir o que nunca prometeu.

Nunca jurou nada e sem discutir seu jeito e tempo, simplesmente se aproveita, não respeita.

Carrega-o até onde quiser, para elevar ou destruí-lo, para viver ou apenas morrer.

Então, o que fazer nesse hiato diante da indeterminação da vida e da necessidade de construir nova realidade? A angústia faz constatar o direito à liberdade e que estamos fadados a ser livres!

Somos os únicos dotados à autorreflexão sobre o sentido da vida e, à medida que nos entregamos à desesperança e impossibilidades, somos assombrados pela nossa própria existência e pela ideia do nosso próprio fim.

Mas eis que sobrevivemos a esse turbilhão de pensamentos!

Então, chegará o tempo em que não estaremos mais aqui, simplesmente nos libertaremos.

Seguiremos, enfim...

"Triste, sim.
  Sem esperanças, nunca!"

GENHA AUGA

















-Bacharel em Comunicação Social, com Habilitação em Jornalismo Impresso -(MTB: 15.320);
-Cronista do Jornal online “Gazeta Valeparaibana”;e
-Direção Geral da Trupe de Teatro “Seminovos” – Sede de ensaios no Teatro João Caetano de São Paulo (Secretaria Municipal de Cultura-Prefeitura de São Paulo) – Autora de textos e roteiro com apresentações em Teatros, CEUs, Saraus, Hospitais, Escolas, Residenciais para Idosos, Centros de Convivências, Eventos, Instituições de Apoio às Crianças Especiais

NOTA DO EDITOR :

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11 comentários:

  1. Meu Deus! Que texto lindo isso invade a nossa alma de alegria e é para nos refletirmos sobe nós e que fazemos de nossa vida é da vida de nossos amigos e as pessoas que nem conhecemos e devem estar precisando de auxílio. Esse nós faz pensarmos na nossa vida como agirmos após ler o que vc editou .parabens

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    1. Fico feliz por ter gostado e entendido minha reflexão. 🌹

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  2. O sentimento de esperança nos segue por toda nossa vida, e nos faz seguir em frente sempre.

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    1. E que assim seja sempre!!! Grata pelo comentário.

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  3. Gostei muito uma reflexão certeira abraço

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  4. Genha parabéns uma belíssima crônica que deixa uma bela margem para se refletir abraço

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  5. Como sempre amiga, você consegue traduzir exatamente o que sentimos. Aquela sensação estranha que chega sem explicação e que sufoca, deprime, reprime. E aí chega esse texto tão verdadeiro poético, real. Essa é a amiga que admiro essa é a Genha

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  6. Mais uma vez amiga, você traduz em seu texto todo aquele sentimento que chega e nos assalta e assusta, porque não sabemos explicar, amedronta, entristece, deprime.
    Parabéns amiga, essa é a Genha que conheço e admiro.

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  7. texto maravilhoso amiga, vc e mto especial, sentimentos puros e que chegam a todos te amo amiga

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