sexta-feira, 9 de dezembro de 2022

Brasil: melhorou ou piorou?


 Ana Paula Stucchi (*)

 

Quando pensamos nas gerações x, que cresceram ouvindo frases como "o trabalho dignifica", que estudaram disciplinas na escola (aliás, estudaram DISCIPLINA, RESPEITO entre outras coisas que beneficiam uma sociedade) OSPB - Organização Social e Política Brasileira e EMC - Educação Moral e Cívica. Com essas duas disciplinas as pessoas eram mais cultas, respeitavam os valores primordiais de uma sociedade, valorizava-se quem trabalhava e consequentemente trazia sustento para a casa, pagava seus impostos e contribuía para o crescimento econômico do país. Havia moral e bons costumes. Era perfeito? Óbvio que não! Mas...

Daí alguns pseudo intelectuais e boêmios, que queriam apenas ter um sustento que proporcionasse todo o lazer e "cultura" possíveis, traumatizados porque seus pais queriam que eles tivessem trabalho decente, que produzisse bens e não males, começaram a criar pseudo ciências que os beneficiassem.

Facilmente percebemos traumas passados de geração para geração. As pessoas vão contando e reproduzindo as histórias vividas pelos antepassados e também transmitindo os temores para próximas gerações.

Veja esse texto abaixo:

Normalmente, quando alguém possui temores e medos, educa os filhos da mesma forma, ainda que inconscientemente. E, de alguma forma educacional, segundo Silvana, acaba ensinando os mesmos traumas para as crianças. "Muitas vezes, na terapia, ao tratarmos um trauma no adulto, acabamos contribuindo para superação da criança, que na realidade não possuía o medo, mas uma resposta condicionada, aprendida com alguém", destaca Adriana Potexki, psicóloga certificada pelo EMDR Institute, palestrante e escritora (Leia mais em:

 https://www.semprefamilia.com.br/comportamento/traumas-podem-ser-passados-entre-geracoes-veja-como-romper-o-ciclo-e-supera-los/  - Copyright © 2022, Gazeta do Povo. Todos os direitos reservados)

A geração que viveu o “trauma” de uma educação considerada rígida, de moral e bons costumes, onde tinha-se que ter disciplina, o trabalho é que dignificava as pessoas e  identificava-as como cidadãs de bem. Porém, esse pseudo trauma fez com que os pais dessa geração dessem facilidades aos filhos, conforto, apenas estudavam (ou os pais achavam que sim), tinham tudo que os pais não tiveram na época e só recebiam "sim" como resposta. Uma educação assim permissiva gerou a geração Z* que tem por objetivo de vida apenas o prazer, não importando quais os meios (mesmo que ilícitos) para atingir os fins.

Vejam alguns exemplos de comportamento da geração Z*:

-evitam sair com os pais ou familiares que não dividem as mesmas opiniões que eles (daí que percebemos onde surge o "discurso de ódio", se não concorda comigo, é meu inimigo);
-passam longas horas na internet (não colaboram em nada com serviço doméstico, se sentem como se estivessem num flat, hotel...);
-aceitam, facilmente, propostas para todas as festas e eventos, mesmo na incerteza de saber se poderão ou não participar (e trabalhar sempre é penoso);
- sentem profunda tristeza quando não conseguem adquirir as novidades tecnológicas, principalmente se algum amigo já comprou (baixa autoestima, o que importa é ter e não ser);
-costumam formar grupos seletos de amigos que dividem os mesmos gostos e estilo de vida (grupos/tribos/facções que odeiam o diferente);
-usam o smartphone a todo momento, mesmo durante as refeições, no trabalho, na escola ou no banheiro (não existe mais olho a olho, tempo de qualidade, tampouco bom senso à mesa, com a família);
-deixam de apreciar o momento e focam em fotografias para despejar nas redes sociais (o índice de aceitação na sociedade pra essa geração consiste apenas em curtidas e compartilhamentos em redes sociais);
-têm propensão a alterações de humor e irritabilidade e gostam de ficar sozinhos no quarto com o celular na mão (a dificuldade de comunicação interpessoal presencial é assustadora até para alguns, muitos têm dificuldades sérias de relacionamento).
Daí fica uma reflexão a quem é da geração X, que vivenciou a "sua época" e viveu as transformações da sociedade de hoje. Melhorou? Creio que não.

Vamos fazer um comparativo?

 

 

Geração X:

Geração Z*:

 

 

 

Trabalho e renda

as pessoas se casavam e formavam uma nova família, onde o homem e/ou a mulher geravam renda para sustentar os filhos.

 

as pessoas com 30, 40 anos ainda em casa dos pais e pior: quem é arrimo de família é o pai aposentado ou o avô, que tem renda do INSS fixa, eles nunca têm emprego fixo e alguns até batem no avô para extorquir dinheiro para os seus objetivos.

 

Hoje quando se trabalha é apenas um meio de conseguir dinheiro para o lazer

Relacionamentos

Família

O padrão era ser de bem, de família, cada um com seu próprio cônjuge. Ambos procuravam ser mais maduros e dar uma sustentabilidade psicológica e emocional para os filhos

 

Padrão é cada um por si, família instituição falida

 

 

 

Filhos

Os filhos tinham pai e mãe, estrutura familiar

Havia rigidez na educação; disciplina, estudo, tarefas domésticas, trabalho era bem visto e isso transformava os adultos em seres mais responsáveis

Filhos de pais separados, aquela confusão de irmão de pai, de mãe, de outro pai, de outra mãe (psicólogos realmente sérios apontam que sem figuras referenciais fortes de pai e mãe implicam em adultos disfuncionais)

Liberalidade: deixa-se que cada um faça o que bem entender e quando adulto, vê-se casos de filhos que fazem dos pais reféns de suas vontades.

Comportamento

Geração focada em trabalho, renda e um olhar pro futuro, conquistar pensando nas gerações futuras

Ansiedade, depressão, dificuldade no mercado de trabalho, relacionamentos superficiais, dificuldade em lidar com frustração e “nãos”


Nem vou entrar aqui em temas polêmicos sobre morte de crianças no ventre, uso de drogas, e Mídia iMunda valorizando mais o errado do que o certo. Quem se identifica com o comparativo acima saberá bem o que ainda temos de pior na sociedade hoje.

Em tempo: muitos podem discordar, porém, na época da geração X podíamos andar na rua sem ser abordado e constrangido em cada esquina. A sensação de insegurança toma conta das cidades e do campo também.

Portanto, se há esperança, que seja em que as pessoas mudem para melhor. Estou procurando fazer a minha parte.

*Nota: esclareço que usei o termo "geração Z", porém engloba os Millenials e seguintes.

* ANA PAULA STUCCHI

-Economista de formação;
-MBA em Gestão de Finanças Públicas pela FDC - Fundação Dom Cabral;
-Atualmente na área pública
Twitter:@stucchiana










Nota do Editor:

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2 comentários:

  1. Um árabe me contou essa:
    "Meu avô andava de camelo, meu pai andava de camelo, eu ando de Ferrari, meu filho anda de Ferrari, o filho dele e o neto dele; vai andar de camelo"

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