sábado, 9 de dezembro de 2023

O Dilema da Aprovação Automática


 Autora: Cintia Vasconcelos (*)

           
Umas das maiores discussões do ambiente escolar é a aprovação automática, que em tempos passados era praticado veladamente e hoje é praticado por ordenanças políticas.

E um dos pensamentos mais delicados é : por que devo aprovar um aluno que não alcançou as mínimas notas nas disciplinas lecionadas? Essa questão acompanha cada professor em cada disciplina, em cada ano. Mas essa pergunta tem um peso maior quando pensamos nos alunos do terceiro e último ano do ensino médio. Se aprovarmos um aluno nessas condições, ele terá o tal certificado de ensino médio completo sem ao menos saber ler e escrever corretamente.

Por outro lado, analisamos a realidade de cada aluno. E muitos na adolescência precisam trabalhar para não morrerem de fome, ou porque os pais morreram, ou porque seus pais não conseguem prover o que a família preciso... Isso quando eles têm pais! Outros desses, nunca conheceram seus pais!

Mas a pior realidade é a dos que possuem pais provedores de alimentação, moradia e vestimenta, mas que não conseguem prover orientação, educação. E alguns alunos simplesmente não conseguem seguir regras e orientações escolas e educacionais. Daí surge outra pergunta que não pode ser ignorada : por que manter um aluno assim na escola, prejudicando a aula, atrapalhando os outros colegas, desrespeitando os professores?

Talvez a única solução pra esse último caso seja o amargo remédio da Aprovação Automática, e deixar que a vida ensine, da pior forma possível, malefícios gerados por esse tipo de aprovação : pessoas sem um mínimo conhecimento, que terão portas e caminhos fechados, que apanharão não somente no mercado de trabalho, mas também da vida, por não se disponibilizarem a querer ser instruídos.

*CINTIA VASCONCELOS









-Pedagoga graduada pela Universidade Anhanguera(2011); e

- Atua como professora de ensino médio técnico - novotec.


Nota do Editor:

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