terça-feira, 18 de março de 2025

Governança de TI no E-commerce



 

Autora: Mayara Figueiroba(*)

Já ouviu falar em governança corporativa? Pois bem, esse conceito está diretamente ligado a uma gestão eficiente no mundo empresarial. A governança corporativa estabelece regras e estratégias para a operação da empresa, a estruturação dos quadros societários, a participação de sócios e outros aspectos essenciais. A partir dela, é possível analisar com mais profundidade cada ponto do trabalho e do desenvolvimento do negócio. Neste breve artigo, abordaremos a governança de TI de forma simples e prática.

No cenário atual do comércio eletrônico, que está em constante crescimento, a tecnologia desempenha um papel fundamental na eficiência e no desenvolvimento das empresas. A governança de TI surge como um elemento estratégico para estruturar e organizar os negócios, proporcionando maior controle sobre processos e segurança nas operações. No e-commerce, onde agilidade e gestão eficaz de dados são essenciais, adotar práticas de governança pode ser o diferencial entre o sucesso e a estagnação.

A governança de TI é um dos pilares fundamentais do mundo corporativo, servindo como base para a organização e estruturação de qualquer negócio. No e-commerce, sua importância se destaca ao viabilizar uma gestão eficiente dos processos, garantindo ética, transparência e objetividade nas operações.

Com a popularização dos marketplaces, muitas pessoas sem conhecimento técnico aprofundado encontram oportunidades para empreender. O cadastro em plataformas de marketplace facilita a venda de produtos ou serviços de forma simplificada. No entanto, conforme o negócio cresce, torna-se essencial adotar regras e estratégias de gestão empresarial. Nesse contexto, sistemas de gestão como ERP e HUB desempenham um papel fundamental na administração dos anúncios e dos processos operacionais.

O ERP (Enterprise Resource Planning) é um sistema completo que integra e automatiza processos administrativos e operacionais. Com ele, o vendedor pode emitir notas fiscais automaticamente, criar, excluir e alterar anúncios, expandir vendas para diversas plataformas, centralizar a gestão de múltiplos canais e controlar o estoque físico, incluindo modelos como dropshipping. O HUB, por sua vez, centraliza a criação e gestão de anúncios, mas possui funcionalidades mais limitadas em comparação ao ERP.

A governança de TI surge como uma solução estratégica para integrar esses sistemas de gestão empresarial de maneira eficaz. Ela estabelece regras, permissões, processos e estratégias para garantir uma implementação alinhada aos princípios da empresa. Isso inclui a definição de regras de uso dos sistemas, o controle de permissões para colaboradores, a estruturação do processo de implementação em etapas e um plano de migração caso a empresa opte por trocar suas ferramentas no futuro.

Independentemente do porte da empresa, a governança de TI contribui para uma gestão eficiente e segura. Sua aplicação permite enfrentar os desafios do e-commerce com maior segurança e organização, garantindo que o empreendimento esteja preparado para crescer de forma sustentável, evitando a perda de informações e o consequente vazamento de dados.

No Brasil, a importância da governança de TI é reforçada por diversas legislações que regulam a operação de negócios digitais e a segurança das informações.

Entre elas destacamos:

-A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD – Lei nº 13.709/2018) que estabelece diretrizes para o tratamento seguro de informações pessoais, determinando boas práticas para gestão de dados, segurança e privacidade dos usuários;

-O Marco Civil da Internet (Lei nº 12.965/2014) que define princípios e regras para o uso da internet, incluindo diretrizes sobre privacidade, responsabilidade das plataformas e segurança da informação;

-O Código de Defesa do Consumidor (CDC – Lei nº 8.078/1990) que regula as relações de consumo, garantindo direitos aos consumidores em compras online, como transparência, direito de arrependimento e segurança nas transações;

-A Lei do E-commerce (Decreto nº 7.962/2013) que complementa o CDC, estabelecendo regras específicas para lojas virtuais, como a necessidade de informações claras sobre produtos, serviços e canais de atendimento e 

-Por fim, sem esgotar todas as legislações que orientam a estruturação de uma empresa, a Lei da Liberdade Econômica (Lei nº 13.874/2019) que facilita o empreendedorismo e a digitalização de negócios, reduzindo burocracias para empresas que operam online.

Ao adotar a governança de TI em conformidade com essas normas e outras que orientam a estruturação de uma empresa, seja ela pequena, média ou grande, as empresas não apenas garantem a regularidade de suas operações, mas também fortalecem a confiança dos consumidores, colaboradores, sócios e fornecedores, além de reduzirem riscos operacionais e jurídicos.

No fim das contas, investir em governança de TI não é apenas uma questão de organização, mas um grande diferencial para qualquer empresa que deseja crescer no e-commerce. Com processos bem estruturados, fica mais fácil manter tudo sob controle, evitar problemas e garantir que o negócio esteja sempre preparado para mudanças. Além disso, seguir boas práticas ajuda a reduzir riscos e a manter a empresa em conformidade. Ou seja, mais do que uma necessidade, a governança de TI é um passo estratégico para quem deseja se destacar e ter sucesso no mundo digital.

 * MAYARA FIGUEIROBA


















-Graduada em Direito  pela Universidade Paulista - UNIP (2021);

-Pós-graduada em Direito digital pela Universidade Anhembi Morumbi - UAM (2023); e

-Pós -graduanda em direito tributário pela Escola Paulista de Direito - EPD.

Nota do Editor:

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