Autor: Adriano Silva Corrêa de Aguiar (*)
No que tange aos métodos de ensino e aprendizagem dos estudantes em processo de alfabetização e letramento, são diversos os meios que os professores utilizam para esse fim. Apesar das diferentes categorias escolares — públicas e privadas e, dentro das públicas, municipal, estadual e federal — apresentarem seus próprios métodos de ensino, os documentos orientadores, como a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), também direcionam a prática docente em todas essas esferas.
Levando em consideração os pilares de ensino dispostos pela BNCC, que orientam para o desenvolvimento da autonomia, solidariedade e responsabilidade, é possível afirmar que a autonomia das crianças em fase escolar contribui não apenas para o saber-fazer individual ou coletivo, mas também para a capacidade de enfrentar desafios de forma clara, objetiva e, sobretudo, pessoal.
Quando promovida no cotidiano escolar, a autonomia desenvolve nos estudantes uma participação mais ativa em seu processo de aprendizagem, estimulando o protagonismo e tornando-os autores de sua própria trajetória. Com isso, os conteúdos trabalhados em sala de aula passam a dialogar com a vida pessoal dos alunos, despertando a consciência de que as habilidades desenvolvidas na escola influenciam diretamente o cotidiano — e vice-versa.
Assim, o processo de alfabetização pode ser conduzido a partir de uma perspectiva autônoma, que envolva os estudantes em uma postura investigativa, científica e social. Nesse sentido, surgem dúvidas: "Quais estratégias podem ser desenvolvidas com os estudantes nessa fase escolar e para esse fim?” “Como alfabetizar os alunos levando em consideração o número elevado de estudantes por turma?"
Embora existam percalços na profissão docente, algumas estratégias podem ser desenvolvidas para auxiliar nesse processo. Os agrupamentos, por exemplo, são recursos valiosos para o desenvolvimento das crianças, tanto no aspecto pedagógico quanto no social. É possível explorar diferentes tipos de agrupamentos: aqueles compostos por crianças com habilidades variadas, que favorecem a troca de saberes; e aqueles formados por alunos com níveis semelhantes de desenvolvimento, possibilitando o planejamento de atividades específicas e direcionadas a cada grupo.
Outra estratégia interessante é a organização de grupos de pesquisa, que incentivam o trabalho investigativo. Os alunos podem ser convidados a observar os espaços internos e externos da escola, verbalizar o que foi visto, elaborar listas de palavras e frases, produzir desenhos, entre outras atividades que promovem a expressão, a curiosidade e a construção do conhecimento a partir da realidade vivida.
O processo de ensino e aprendizagem deve considerar elementos de construção pessoal dos estudantes. É fundamental que a habilidade de leitura seja desenvolvida de maneira orgânica e significativa. A investigação científica, nesse contexto, pode auxiliar os estudantes em fase de alfabetização a desenvolverem suas potencialidades, sendo uma importante aliada no cotidiano didático.
*ADRIANO SILVA CORRÊA DE AGUIAR
-Graduado em Pedagogia pela Universidade de São Paulo FEUSP (2020);
Pós graduado em Gestão de Projetos pela Universidade de São Paulo -ESALQ-USP (02/2024)e
É professor das séries iniciais na Prefeitura do Município de Cotia- SP e no Governo do Estado de São Paulo.
Nota do Editor:
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"Parabéns pelo trabalho inspirador! É maravilhoso ver como você valoriza a alfabetização de forma tão significativa e ainda estimula a aprendizagem investigativa. Essa abordagem ativa e reflexiva faz toda a diferença na formação dos alunos. Seu compromisso com a educação é admirável!"
ResponderExcluirIncentivo a leitura é responsabilidade de todos.
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