A famosa relação bidirecional é
complexa.
Essa é a relação da ansiedade com
o sono.
Para se ter um sono saudável é necessário que a pessoa tenha uma quantidade e uma qualidade de sono necessárias para ela. Em média é sugerido entre 7 a 8 horas de sono por noite para adultos, um sono reparador, sem interrupções e que permita a pessoa descansar. Nesse sono ela cicla em média de 6 vezes suas fases para regulação de vários hormônios, memória, recuperação física e mental.
Mas isso pode mudar quando estamos ansiosos…
A ansiedade diurna, pode afetar diretamente o sono. A ansiedade considerada "comum" é extremamente importante para nossa sobrevivência e manutenção da vida, porém ela costuma ultrapassar o limite de saudável e ser patológica para a maioria das pessoas nos dias atuais. Com tanto estímulos e obrigações globais tendemos a ficar muito mais preocupados e ansiosos.
Este sentimento natural pode ir se agravando ao longo do dia com medo e apreensões, ruminações mentais e sensações de hiperalerta com receio de que coisas ruins podem acontecer. Ciclos de catastrofização e visão negativa do futuro se tornam frequentes.
Nosso corpo acompanha toda essa questão emocional e reage de acordo, sofrendo com palpitações, náuseas, tontura, dores de cabeça, tensões musculares, problemas gastrointestinais, dificuldade de relaxar entre outros.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde ( OMS), o Brasil é o país com maior número de população ansiosa em todo planeta, cerca de 18,6 milhões de pessoas afetadas. Porém pouco se fala sobre o sono e suas relações com a famosa ansiedade. Cerca de 65,5% dos brasileiros já relatou ter ou ter dito problemas com sono em momentos ansiosos de sua vida. *
Uma pesquisa realizada na Universidade de Tel Aviv aponta que, diante da falta de sono, a área cerebral responsável por identificar ameaças é ativada, a amígdala. Diversos hormônios presentes em situações de perigo ( como adrenalina e cortisol) são liberados, fazendo com que o indivíduo apresente sintomas semelhantes aos da ansiedade, por exemplo: elevação da frequência cardíaca, sudorese, falta de ar e desconforto abdominal.
A relação bidirecional citada acima explica que dormir mal, piora ansiedade durante o dia e inverso também ocorre. A ansiedade diurna traz angustia para o individuo em querer parar de pensar e se preocupar e muitas vezes ele só consegue dormindo ou se medicando. Ai um grande problema surge, desespero para dormir e ansiedade noturna. Surgem em alguns casos crenças negativas sobre o sono.
Para melhorar o quadro a pessoa por si só pode tentar algumas manobras. Como:
*
Evitar
deitar na cama quando não estiver com sono.
*
Não
fica pensando em problemas na cama
*
Acordar
sempre no mesmo horário
*
Tirar
um tempo do dia para escrever sobre seus problemas ou até procurar ajuda psicológica
*
Praticar
atividades física constante
* Evitar assuntos interessantes e excitatórios
Caso isso não ajude a pessoa, é de extrema importância que procure um especialista no assunto para avaliar se a insônia é primária a ansiedade ou ao contrário para traças um plano de tratamento eficaz.
Luciano F. Drager, Daniela Vianna Pachito, Rogerio Morihisa, Pedro
Carvalho, Abner Lobao, Dalva Poyares,
Sleep quality in the Brazilian
general population: A cross-sectional study,
Sleep Epidemiology,Volume 2, 2022, 100020,
ISSN 2667-3436,
https://doi.org/10.1016/j.sleepe.2022.100020.
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