sábado, 23 de janeiro de 2016

Sala de aula invertida



Mais do que estudar em casa a sala de aula invertida é uma metodologia ativa que resignifica o papel do aluno, do professor e do processo ensino aprendizagem. O aluno passa a ser o protagonista do seu processo de aprendizagem e o professor como orientador da aprendizagem assume a mediação dos diálogos reflexivos que promovem o desenvolvimento de uma aprendizagem ativa, investigativa e colaborativa.

O professor promove aos alunos um processo de aprendizagem continuo, que acontece em diferentes espaços e possibilita ampliar seus estudos, conhecimentos, e ainda desenvolver habilidades de comunicação, gestão e autonomia. Neste novo formato de ensinar e aprender, os educadores são mediadores da aprendizagem e não detentores do conhecimento. Todos aprendem com todos e a aprendizagem além de ser compartilhada com os pares, passa a ter um maior significado para o aluno. 

Esta nova proposta de aprendizagem propõe que o aluno antes da aula estude sobre uma temática específica, vindo desta maneira mais preparado, com questionamentos e inquietações que serão o ponto de partida para as discussões na sala de aula. A aula passa a ser dialógica e interativa, invertendo assim a transmissão de conhecimento usada no ensino tradicional, onde o aluno, como um ser passivo, escuta o professor, faz atividades e estuda em casa para a prova. 

Uma das implicações da sala de aula invertida no processo de ensino-aprendizagem é que a sala de aula nesta nova abordagem abre espaços efetivos para a criação de uma rede cooperativa de alta interação, que possibilita o debate e a argumentação. Tendo em vista a interação e a dinâmica que envolve, a participação se manifesta como um processo ativo e não linear, a aula fica mais interessante para o aluno e a aprendizagem mais significativa. 

A utilização desta metodologia possibilita dar o verdadeiro significado para sala de aula: um espaço de construção, de diálogo, de colaboração e socialização. 

O aluno passa a ter mais autonomia e responsabilidade, as atividades podem ser lideradas pelos próprios alunos, iniciando a discussão antes mesmo do momento da sala de aula. 

Outro ponto importante é que com esta metodologia o professor passa a valorizar o aprendizado no ritmo de cada aluno, que pode aprender no seu próprio ritmo, tendo atenção mais individualizada do professor. 

A implantação desta metodologia exige mudanças na prática do professor, na gestão e na dinâmica da sala de aula. O uso de tecnologias educacionais para acesso à informação, resolução de problemas e colaboração entre os alunos, contribui significativamente para o processo da inversão da sala de aula.

Por KÁTIA RAMOS



-Apaixonada por educação e tecnologia;
-Sonhadora, motivada por desafios e projetos que transformem a mim mesma e aos outros;
-Atuou por mais de 15 anos coordenando projetos de educação e tecnologia em redes de ensino públicas do Brasil;
-Graduada em Pedagogia, Administração Escolar, com MBA da Gestão das Tecnologias de Informação e Comunicação em Educação, mestranda do curso Pedagogia do E-learning; e

-Atualmente é Coordenadora de EAD do Instituto Singularidades, implementando e coordenando projetos de formação online para professores e gestores educacionais.

2 comentários:

  1. Sou um contumaz crítico da EDUCAÇÃO no Brasil.A vejo como uma farsa,onde professores(uma boa parcela),não querem nada, os alunos(raríssimas exceções)querem metade, e os Políticos (sem exceções)querem que tudo fique a zona que esta,para que possam se eleger e reeleger pela eternidade.
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    É uma proposta de aprendizagem interessante mas esbarra em quesitos que fogem do controle dos Professores.
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    Nossos alunos(com raríssimas exceções),são preguiçosos,mal educados,sofrem um paternalismo barato(onde erramos lhes provendo tudo o que não tivemos),não respeitam o ambiente escolar,os materiais escolares,o patrimônio das escolas,enfim não fazem ideia do que é respeito.
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    Educar um aluno não é fácil.Educar uma nação é uma Hercúlea tarefa.Educadores,pensadores ,professores de boa formação,estrutura comprometida com a aprendizagem,não importa.
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    Comparemos nossas estratégia de ensino com as praticadas a milênios atrás, onde a humanidade evoluiu conceitos,descobertas que nos trouxeram ao que conhecemos hoje como tecnologia moderna em todas as áreas,qual o aparato que hoje nossos professores clamam, que existia na antiguidade e na idade média?
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    Carlos Magno promoveu reformas no ensino onde o ensino da dialética(lógica),foi fazendo renascer a INDAGAÇÃO ESPECULATIVA (Sala de aula Invertida?)algo que pavimentou a filosofia cristã da escolástica(Pensamento crítico) nos séculos XII e XIII,surgindo as Universidades Medievais.
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    Óbvio que qualquer tentativa é valida para ressuscitarmos nossa combalida educação que depois do advento Lula e suas ideias e ideais torpes sugaram dos professores aquele brilho no olhar,aquele tato e principalmente o respeito que um PROFESSOR transmitia a um aluno e a sua classe.
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    Como já disse a proposta é interessante,mas para funcionar tem que ser tirado da equação:
    Professores X Alunos / Pais e Políticos, os POLÍTICOS tem que serem extintos do aprendizado e da deseducação que proporcionam...

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  2. Em teoria, as expectativas de todos os autores em relação aos resultados de suas propostas pedagógicas são as melhores possíveis. Os alunos viram gente. O currículo, de repente, tem início, meio e fim. Os professores, em geral, são capazes de instigar os alunos a enfrentar os desafios da aprendizagem. Os hormônios são automaticamente desligados quando os alunos pisam no solo escolar. No mesmo instante, os desiguais se integram aos iguais. O tempo de duração de cada etapa pode ser reduzido graças à eficiência do método. Os gestores descobrem que devem oferecer aos professores todas as condições necessárias ao melhor desempenho do corpo docente. A escola, num passe de mágica, disponibiliza os recursos tecnológicos que enriquecerão as aulas de todos, não só de alguns. A Secretaria de Educação suspende os processos burocráticos e aceitam conferir autonomia à escola e aos professores. E muitas outras utopias como as já citadas. Conclusão: São estas as fantasias dos discursos que aparecem nas exposições de motivos que justificam as recorrentes propostas inovadoras de ensino. Concordo com Álvaro Marcos. As variáveis que interferem na aprendizagem de uma turma são infinitas. E qualquer proposta que deixar qualquer uma dessas variáveis fora da equação, não satisfará as expectativas de seus autores. É fácil promover um curso excepcional de voo e depois culpar os alunos por eles não terem movido os braços na velocidade exigida pelo instrutor. Por que essas sugestões de ensino não são experimentadas e comprovadas antes de serem apresentadas como soluções revolucionárias? Acontece isso com os remédios: Caso a cura não seja comprovada e os efeitos colaterais minimizados, os medicamentos não serão comercializados. Mas na educação, qualquer curioso pode vangloriar-se de ter a receita pronta para uma educação com qualidade e ao alcance de todos. Brincadeira...

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