sábado, 16 de dezembro de 2017

Resiliência no Processo de Ensino:Interatividade entre Aluno e Professor


A sociedade contemporânea, caracterizada pela incerteza, complexidade e constante transformação depende da produção de novos conhecimentos, mas também da sua transmissão/difusão através da educação. Por outro lado, está, indissociavelmente ligada à sua divulgação pelas tecnologias de informação e comunicação. Este novo paradigma presume que a Universidade se afirme como um sistema de inovação contextualizado e adequado às estratégias de desenvolvimento nacional e internacional, nunca esquecendo as necessidades da Comunidade em que a mesma se insere.

Em uma sociedade de comunicação, o valor da Educação reafirma-se como fator de desenvolvimento das sociedades, tanto mais que o aprofundamento do conhecimento constitui uma exigência fundamental para a compreensão de expectativas pessoais e sociais; é de igual modo, um importante contributo para a definição de novos objetivos das instituições, atividades e práticas profissionais.

Nos dias de hoje discutir a educação é abordar uma nova sociedade emergente, a sociedade do conhecimento. Ora, esta sociedade do conhecimento (e da inovação e internacionalização) é a sociedade dos saberes, das atitudes e dos comportamentos. Mas tudo isto não basta para levar à prática este novo tipo de sociedade.

Desta forma , é indispensável fomentar através da formação: a abertura ao novo conhecimento, a valorização da pessoalidade e inter pessoalidade, e o redimensionamento da importância atribuída ao clima relacional, como facilitador do desenvolvimento durante a formação e a mobilização de informação e de procedimentos facilitadores da construção de conhecimento relevante para conseguir assegurar padrões de elevada qualidade na Educação.

A formação de profissionais em Educação deve, consequentemente, atribuir uma importância especial aos instrumentos teórico-metodológicos que permitem a compreensão dos processos que estão implicados na qualidade dos modelos de intervenção de cada profissional.

A educação se configura como um espaço de reflexão crítica em torno dos consensos/controvérsias existentes nos sistemas de formação, designadamente ao nível dos princípios orientadores, dos núcleos temáticos e da técnica nas aquisições e processos, da possível articulação teoria / prática, da importância atribuída por cada indivíduo (como sujeito - construtor do seu processo formativo), à inter pessoalidade na formação e à socialização profissional, em diferentes contextos conceptuais, metodológicos e físicos.

O processo formativo, sem descuidar da relevância do incentivo que os referenciais teóricos e os valores que os sustentam poderão fornecer, importa, sobretudo, reconstruir durante este processo, a partir da competência pedagógica e profissional dos formandos e dos seus formadores, uma capacidade potencial para o desempenho profissional adequado e para estarem preparados para intervir no sentido da inovação e da transformação, nos diversos contextos onde irá ocorrer a sua ação.

Desta forma, a importância das habilidades cognitivas e meta-cognitivas e dos ângulos humanos e emocionais na imaginação e a necessidade da preparação do sujeito com amplos conhecimentos, disciplina, empenho e trabalho prolongado para que ele alcance a manifestação plena de sua imaginação .

É através da habilidade de construir metáforas que o educador utiliza a imaginação para atrelar ideias ou informações de novas formas. No qual elabora e testa conceitos conforme possibilidades do seu fazer criativo e de impulsionar conexões entre ideias de diferentes áreas de conhecimento, faz alterações entre diferentes representações semióticas e se torna apito de administrar táticas de aprendizagem que permitam dar prosseguimento em áreas desconhecidas.

A pessoa imaginativa tem um pensamento ritilíneo , tem percepção forte e é emotiva em algumas situações , demonstra preferências pelo complexo e pelo assimétrico, é tolerante com as diferenças, aprecia o risco, é empreendedora e aventureira, manifesta maior abertura em relação aos seus próprios sentimentos e emoções, se aceita positivamente, possui autoconfiança, sendo dominante, firme, espontânea e confiante na interação social, receptiva em relação a novas ideias, autônoma, original e persistente. 

A ideia de resiliência tem origem na Física e na Engenharia e nessa área se relaciona com à capacidade máxima de um material de suportar tensão sem se deformar de maneira permanente.

Desta forma há educadores que demonstram maior resistência aos elementos adversos encontrados na prática, criando alternativas para controlar os desafios e assimilar às dificuldades, reagindo às adversidades e mostrando ser capazes de recuperação das agressões sofridas, e por isso, diminuindo o seu stress.

As engrenagens de proteção estão associadas ao modo como o sujeito trabalha com as adversidades em sua vida, ao sentido que ela concede às suas experiências e à sua forma de atuar diante das adversidades, podendo ser influenciadas por elementos de risco, tanto psicossociais quanto genéticos. Contudo não podemos discutir a resiliência nos termos que apenas se tornem efeitos das características internas da personalidade do sujeito, passíveis de serem construídas.

Desta forma, precisamos levar em consideração os elementos ambientais e o contexto social e ressaltar a relevância do suporte das relações de apoio incondicional para a promoção do sentimento de autoestima e auto eficácia. No qual devemos enxergar a resiliência em termos individuais podem contribuir para marcar a vítima como fracassada e reforçar o desequilíbrio social que não oferece oportunidades para que as pessoas se comportem de diferentes maneiras frente a uma dada situação, massificando atitudes e comportamentos.

A harmonização entre a habilidade da pessoa criativa de inovar, de ser flexível, de ter uma boa imagem de si mesma, de associar ideias de diferentes formas e de ser persistente e a capacidade de tornar-se resiliente que buscamos na aceitação do grupo de pertencimento a chave para o desenvolvimento de educadores mais seguros, mais emotivos e mais equipados para agir na transformação de seu próprio meio cultural.
" (...) implica novas formas de trabalhar em equipe, de assumir riscos, de ser pró-ativo, de utilizar as novas ferramentas tecnológicas, de identificar necessidades próprias de formação e possibilidades de complemento de formação. Isto pressupõe um perfil de formação inacabado, um conceito de formação permanente, contínua, especializada, em ação" (ALARCÃO, 2001).

A resiliência na ação docente se baseia no com o reconhecimento, pelo próprio docente , da relevância de se consolidar a harmonização dos diversos interesses envolvidos no seu contexto de atuação em direção a uma atitude dialógica, criticamente ética e flexível, participativa e colaborativa, que permita tomadas de decisão, reflexão sobre elas, construção de conhecimento docente, investigações e ao mesmo tempo, crie o ambiente de suporte afetivo e emocional necessário para se trabalhar com pessoas aprendizes.

Entendemos que o educador que busca conhecer a si mesmo tem maior abertura para conhecer seus alunos. O educador que conhece seus educandos ajuda-os na prevenção de problemas de adaptação escolar, tem melhores condições de promover um clima favorável na sala de aula para que a aprendizagem aconteça; além de colaborar com a equipe psicoeducativa no diagnóstico e atendimento de problemas de comportamento já manifestados, que podem afetar o desempenho escolar do estudante.

O educador tem a possibilidade de manter o interesse dos educandos nas atividades propostas quando cria um clima de relações positivas na sala de aula, que envolve confiança e cooperação. E o cenário escolar é um campo fértil para o ensino e aprendizagem, não só de habilidades acadêmicas, mas também de habilidades sociais e de autoconhecimento.

Conforme López Quintás os educadores devem promover experiências nas quais os educandos possam vislumbrar valores que não são ensinados, mas podem ser descobertos por meio de certas experiências. Assim, experiências como, ler e saber um poema, ou encontrar-se com o outro são essenciais para o despertar de valores intrínsecos da natureza humana.

Os educadores podem e devem possibilitar experiências pelas quais os educandos possam agir criativamente e exercitar o pensamento com rigor. Para ele, "Saber, a cada momento, qual é a atitude adequada à realidade que estamos vivendo é uma característica do pensamento rigoroso". Sobre a importância da criatividade para a vida de todas as pessoas, especialmente para os jovens, o autor comenta:

''Ainda hoje, a ideia de criatividade está estreitamente relacionada, de modo romântico, com a de genialidade. Os gênios são criativos em alto grau, mas a criatividade não pertence exclusivamente a eles. Toda pessoa, desde a infância até a maturidade, pode e deve agir criativamente em todos os momentos de sua vida. Estar plenamente consciente disso significa valorizar o cotidiano e libertar-se de desnecessários complexos de inferioridade. Quando um jovem descobre que toda sua existência, independentemente de quão simples ou até mesmo penosa que possa ser, é uma grande fonte de criatividade, está avançando a passos agigantados em direção à maturidade e à felicidade (LÓPES QUINTAS, 2002)".

Fundamentadas na comunicação que o educador e o educando estabelecem uma interação quando se encontram diante da situação ensinar-aprender tanto do ponto de vista cognitivo quanto dos pontos de vista afetivo e de relacionamento. Do ponto de vista cognitivo podemos considerar que cabe ao professor o papel de orientação e ajuda com o objetivo de possibilitar aos alunos a aprendizagem de determinados conteúdos. 

O educador , no processo de desenvolvimento preconizado por Piaget,desempenha um papel de facilitador do desenvolvimento da aprendizagem. É ao educador que compete, ao nível da situação educativa, promover a aprendizagem ativa do aluno, possibilitando-lhe experienciar diretamente sobre os materiais, os objetos, as pessoas e as situações, provocando um grau ótimo de equilibração cognitiva da qual emerge uma reestruturação cognitiva.


Na perspectiva de Piaget(1894-1980), os conflitos cognitivos são possibilidades de crescimento por meio da interação. As interações criam conflitos, geram perturbações, engendram problemas a serem solucionados. Em nosso entendimento não está no risco a condição de construir resiliência, nem no individuo a principio, para responder ao problema, mas sim na perturbação do sistema cognitivo diante do conflito gerado pela constatação da insuficiência de esquemas para a resolução do conflito gerado, o que obriga a construção de fatores resilientes. Construir fatores protetivos no processo de equilibração-desequilibração é tornar-se resiliente. Assim, a resiliência pode ser entendida como uma qualidade de interação por meio de elementos protetivos que são transformados de modo interdependente, por processo.

Desta forma, a ação estruturante do individuo permite a construção de estratégias de enfrentamento que não existiam nem na situação em si e nem no meio e que diante do desequilíbrio foram desencadeadas no processo de conhecimento. Os fatores protetivos e de risco engendram e denunciam o trabalho das invariantes funcionais do desenvolvimento: assimilações e acomodações que não são suficientes em si mesmos, pois implicam na tomada de consciência.

O educador tem um papel fundamental na elaboração das atividades e na preparação de situações que oferecem aos educandos possibilidades de aprendizagem. Do ponto de vista afetivo passa confiança para o educando, poder social, intelectual e um modelo (possível) a seguir, além da consequente motivação do desejo de saber. Ressaltam, ainda, que a importância da qualidade do vínculo afetivo entre o educador e seus educandos exerce grande influência sobre o relacionamento que crianças e jovens estabelecem entre si.

A Psicologia, por sua vez, dá realça e relevância relações familiares, sobretudo nos primeiros anos de vida , que construirá nesse indivíduo a capacidade de suportar certas crises e de superá-las. Essas experiências e estudos têm introduzido o conceito de resiliência.

No Brasil o estudo sobre a resiliência se restrige a um pequeno grupo de pessoas e a alguns círculos acadêmicos. Muitos profissionais da área da Psicologia, da Sociologia ou da Educação ainda não tiveram contato com a palavra e desconhecem seu uso e aplicação em qualquer das áreas da ciência.

A resiliência transportada para as Ciências Sociais, adquire um novo enfoque identificado como amplo, polêmico, dinâmico e ainda está em fase de construção. Em Psicologia, o estudo do fenômeno da resiliência é relativamente recente.

A resiliência não é apenas um conjunto de determinadas reações, mas se trata do resultado de uma combinação de respostas individuais realizadas em uma determinada situação social. A literatura mostra que, inicialmente, a resiliência referia-se a traços de personalidade e que, embora mais tarde o contexto e as redes de relacionamento fossem consideradas fatores protetores, enfocava-se o desenvolvimento individual saudável em condições difíceis no ambiente familiar ou em situações ambientais, tais como guerras, imigração, problemas sociais, entre outras.

Conforme Garcia (2001) refere existir três tipos de resiliência: social, acadêmica e emocional. A social apresenta como fatores protetivos ter um grupo de amigos e o sentimento de pertencimento ao mesmo, relacionamentos íntimos, bom vínculo com a escola, bem como modelos sociais que promovam uma aprendizagem construtiva nas situações familiares e escolares e equilíbrio entre as responsabilidades sociais e as exigências por obter determinados benefícios.

 A resiliência, constitui-se de três dimensões: a primeira é denominada de resolução de ações e valores, ou seja, indica ações relacionadas à energia, persistência, disciplina e à concepção de valores que dão sentido à vida, a segunda dimensão é a de independência e determinação, ou seja, caracterizada pela capacidade do indivíduo resolver, sozinho, situações difíceis, lidar com várias situações ao mesmo tempo, aceitar as adversidades e a terceira, é a autoconfiança e capacidade de adaptação a situações, em que indica acreditar que pode resolver seus problemas e que os mesmos dependem mais da pessoa do que dos outros, bem como realizar ações contra sua vontade e manutenção do interesse em coisas que considera importantes.

Existem os fatores de proteção que são descritos como recursos pessoais ou sociais que atenuam ou neutralizam o impacto do risco. Os fatores protetores podem atuar como um "escudo" para favorecer o desenvolvimento humano.

Ao passo que o resiliente abre mão de seus recursos positivos paraencarar as dificuldades , a resiliência pode ser considerada fator de proteção para a adaptação do indivíduo às exigências cotidianas. Também apresentam uma lista das principais características encontradas em crianças e adolescentes resilientes: bom funcionamento intelectual, sociabilidade e expressão adequada, autoeficácia, autoconfiança e autoestima elevada, talentos e fé. Inseridas em seu próprio contexto, essas crianças e adolescentes contam com práticas parentais competentes, vantagens socioeconômicas e conexões com redes familiares ampliadas e apoiadoras.

A resiliência se manifesta como um processo construído a partir da interação da pessoa com o meio. Seja qual for a conjuntura (família, instituição ou escola), este pode configurar-se como risco ou proteção. No entanto, isto dependerá da qualidade das relações, da presença de afetividade e reciprocidade que tais ambientes oportunizarem. 

Desta forma o conceito de fragilidade é formada por elementos que intensificam a situação de risco ou impedem afirmações relevantes diante de situações de risco e deve ser compreendida em três princípios básicos: o individual, que está relacionado aos comportamentos, o segundo plano é o social, ligado ao acesso à informação, aos serviços de saúde, e o terceiro está ligado ao institucional, ao desenvolvimento de ações por instituições específicas visando diminuir, ou eliminar os riscos que tornam os indivíduos mais vulneráveis (PADOVANI, 2006).

Este tópico tem como objetivo central discutir as similaridades e as diferenças entre os três grandes pensadores da Educação. 

Começando por Piaget e Vygotsky, eles têm grandes convergências, mas ao mesmo tempo trazem grandes divergências. Para Piaget o processo de conhecimento se dá interativamente por meio da percepção do que o sujeito tem de seu mundo dividido em estágios. No qual em cada novo ocorre apenas quando há um equilíbrio, que é fruto das assimilações e acomodações feitas no estágio anterior. O conhecimento se dá apenas a partir da ação do sujeito sobre a realidade. 

Vygotsky em sua teoria histórico-cultural, observou da mesma forma como Piaget que o sujeito é interativo porque constitui seu conhecimento a partir das relações. A diferença entre ambos é que Vygotsky diz que por meio intra e interpessoais que o conhecimento se internaliza. O conhecimento é proveniente dessas relações, mas o mais significativo é que ambos os pensadores reconhecem o papel ativo da criança no processo de ensino-aprendizagem. Entretanto, Vygotsky dá mais peso ás questões sociais influenciam o desenvolvimento. 

Desta forma, percebemos que ao estudarmos tanto Piaget quanto Vygotsky a questão da resiliência . Sendo que para Vygotsky a questão da mediação é um conceito fundamental para que possamos compreender as concepções sobre o desenvolvimento humano como processo da psicologiasócio-histórica. No qual trata-se de compreender que o homem não tem acesso direto aos objetos do conhecimento. A resiliência é um conceito no qual a teoria de Vygotsky abrange.

Segundo Piaget (1995), a aprendizagem está subordinada ao desenvolvimento de estruturas cognitivas, o que, muitas vezes, determina as formas de aplicações pedagógicas e didáticas. O conhecimento conforme proposto por Piaget, contribui para o levantamento de objetivos e atividades de ensino e aplicação necessários para o desenvolvimento dos alunos.

No qual o principal interesse de Piaget era o de estudar o desenvolvimento das estruturas logicas. Enquanto Vygotsky pretendia entender como a sociedade e as culturas influenciam na relação do pensamento com a linguagem e suas implicações no processo de desenvolvimento intelectual.

Enquanto na perspectiva piagetiana o conhecimento ocorre a partir da ação do sujeito na realidade, para Vygotsky, esse mesmo sujeito não somente age na realidade mas interage com ela construindo seus conhecimentos a partir das relações intra e interpessoais. Desta forma há outra divergência entre Piaget e Vygotsky que ocorre na parte da linguagem. Enquanto para Piaget, a linguagem se desenvolve de dentro para fora; já para Vygotsky, a linguagem se desenvolve de maneira socializada. Deste ambos seguem direções opostas. 

De Vygotsky retém-se a sua concepção de aprendizagem como fator fundamental do desenvolvimento cognitivo. Defende este autor que ainter-venção educativa do professor deve contribuir para a passagem do nível potencial do aluno ao nível atual, num processo ativo de relação e interação não perdendo de vista a sua atitude de facilitador do desenvolvimento global e do sucesso pessoal e acadmico do ser humano. De modo idêntico, destaca que a aprendizagem só se torna factível quando os instrumentos, os sinais e os símbolos são incorporados pelo aluno em função precisamente do seu grau de desenvolvimento anterior. A aprendizagem humana pressupõe uma natureza social específica e um processo por meio do qual os sujeitos acedem à vida intelectual que os rodeia.

Conforme Vargas em seu artigo "O desenvolvimento da resiliência pelas adversidades da escola" (2009) argumenta que o que torna-se mais importante a figura desse profissional na mediação das relações que as crianças e os adolescentes estabelecem com o mundo e com os outros. Nesse sentido, recorremos às contribuições de Vygotsky. O aprendizado humano carrega uma essência social e histórica específica, em um processo por meio do qual as crianças parecem adentrar na vida daqueles que a cercam. 

Segundo Oliveira (1995, p.57), pesquisadora de Vygotsky, o aprendizado é o processo pelo qual o indivíduo adquire informações, habilidades, atitudes, valores etc. É um processo que se diferencia dos fatores inatos.

 "Em Vygotsky, justamente por sua ênfase nos processos sócio-históricos, a ideia de aprendizado inclui a interdependência dos indivíduos envolvidos no processo (...) O ser humano cresce num ambiente social e a interação com outras pessoas é essencial ao seu desenvolvimento. (OLIVEIRA,1995, p.57)".
Ao estudarmos a questão da Resiliência no processo de ensino-aprendizagem percebemos que o sarau em si tem muito mais haver com as teorias de Vygotsky. Desta forma tanto Vygotsky quanto Piaget valorizam a interação do indivíduo como sujeito que atua no processo de seu próprio desenvolvimento. 

Enquanto Piaget diz que o desenvolvimento se constrói de maneira interativa, dependendo das estruturas previas do sujeito e, portanto, do indivíduo para a sociedade, Vygotsky afirma que a aprendizagem é como uma ferramenta sociocultural, que intervém fortemente na formação da mente, logo, do social para o indivíduo. 

POR VERINE STOCHI VEIGA












-Formada em História pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e mestra em História da Ciência pela mesma Universidade;
 -Conhecimento em pacote Office, digitação de textos, digitalização de imagens e pesquisa na internet. 
-Idiomas: conhecimento de Inglês e espanhol em nível intermediário.

Nota do Editor:

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Um comentário:

  1. Caríssima, a categoria dos professores (retroativos à década de 60), não foram felizes(?) por não conhecerem Jean Piaget e sua teoria sobre a aprendizagem no estágio ao qual nos encontramos. Sua tese hoje aplicada em larga escala no Brasil (ao menos em escolas particulares) tem resultados reativos e relativos.

    Nas escolas públicas a doutrina de que o pobre precisa de proteção e o meio em que vivem professores e alunos, degradado; retirou de ambos a percepção e a resiliência necessária para que se pudessem aproveitarem ao máximo a construção do aprendizado de forma cognitiva e de forma ampla no aprendizado de coisas novas.

    A síntese da educação brasileira é complexa mas podemos de forma objetiva afirmar que sem sombra de dúvidas professores e alunos estão preparados para construir um aprendizado através do novo, do desafio?

    A resiliência proposta soa como ilusão haja visto a forma que nos comportamos como nação... Será que nossos professores e alunos conseguirão serem resilientes no tempo? Sim, voltar a terem respeito, obrigações e deveres? Hoje vendo o status quo da política nacional e vendo nossos professores e alunos sendo manipulados, induzidos e conduzidos por espertalhões, deixa essa resiliência proposta distante...

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