sábado, 11 de abril de 2020

Relacionamento de Pais e Filhos em tempo de Isolamento Social




Em todo o mundo, fala-se da necessidade de isolamento social para evitar a contaminação e/ou transmissão do Covid-19. Adultos não saem para trabalhar. Crianças e adolescentes não saem para estudar. Jovens não frequentam universidades. Todos precisamos ficar em casa. 

Como tudo na vida tem dois lados, o lado bom dessa pandemia (por mais difícil que seja) é que teoricamente teremos mais tempo para nossa família. Pais e filhos podem estar mais próximos. O trabalho, que antes atrapalhava a convivência, já não é mais desculpa. Espera-se que sejam revistos conceitos, valores e prioridades. Pede-se que valorizemos aquilo que o dinheiro não pode comprar. 

Mas o mais assustador é o relato de impaciência de pais para com os filhos! Não veem a hora de tudo voltar ao normal para que as crianças possam ir para a escola, para o shopping, para os parques, para que os pais tenham sossego. 

Em meio à esse desamor e impaciência, me pergunto: por que não pensaram nisso antes de gerarem um filho? Por que não serem gratos e aproveitar todo o amor puro e alegria que as crianças têm? Por que não ser grato por seus filhos serem tão ativos justamente porque tem saúde para dar e vender? Por que não se colocam no lugar dos pais que precisam sair de casa para levar seus filhos para a quimioterapia, por exemplo? 

Além de Pedagoga, sou voluntária num dos maiores hospitais de tratamento de câncer infantil do Brasil e do mundo, o Graacc. Corta o coração quando vemos o rosto de pais que dariam tudo para verem seus filhos curados, longe daquele hospital, implorando pela cura; aliviados quando seus filhos saem da sessão alegres e saltitando pelos corredores porque se sentem bem, estão vencendo a batalha pela vida, algo que infelizmente nem todos conseguem. 

Se todo esse caos causado pelo Covid-19 não quebrantar os corações duros de pais sem amor e ingratos pela saúde e pela vida de seus filhos, talvez nada mais será capaz de amolecer esses corações tão duros... 


CÍNTIA VASCONCELOS
-Pedagoga;
-Graduada pela Universidade Anhanguera(2011);
Atua na coordenação pedagógica em escolas de níveis médio e superior.

Nota do Editor:

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