segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Charles Chaplin

                                                                            DE


Nascido em Londres, no dia 16 de Abril de 1889, Charles Spencer Chaplin marcou os primeiros anos da história da sétima arte e deixou alguns dos filmes mais importantes do período de presente pra todos nós. Com histórias simples e emocionantes e um talento absurdo para provocar emoções, seus filmes ainda divertem espectadores em todo o mundo, geração após geração. E isto é tudo que pretendo dizer a respeito de sua história, até porque já existem inúmeras matérias competentes a respeito da vida deste respeitado artista, como na Wikipédia ou nesta matéria do site “Pensador”, com frases marcantes de Charles Chaplin.


O que pretendo abordar aqui são os aspectos que me chamaram a atenção enquanto preparava esta semana especial, ou seja, fazer um pequeno apanhado sobre algumas das características marcantes no cinema de Charles Chaplin.



Em primeiro lugar, o que me chama a atenção em praticamente todos os filmes que assisti é a facilidade que ele tinha de transmitir mensagens universais, algo facilitado, obviamente, pelo fato de grande parte destes filmes serem mudos (e que ele sabia perfeitamente e, por isso, resistia ao uso da fala). Antes de “O Grande Ditador”, seu primeiro filme falado por inteiro, as imagens e a trilha sonora eram as únicas responsáveis por transmitir as sensações que o cineasta desejava, o que facilitava a comunicação, eliminando a barreira do idioma e atingindo pessoas de qualquer parte do mundo de maneira praticamente uniforme. Além disso, os temas abordados pelo cineasta normalmente são temas universais (amor, amizade, fome, fé, etc.) e, por isso, além de atingir todas as nacionalidades, Chaplin também atingia pessoas de qualquer idade. E é assombroso constatar o quanto seus filmes ainda soam atuais, por exemplo, ao ver que a crítica feroz de “Tempos Modernos” ao capitalismo ainda hoje funciona.





Além da facilidade narrativa e da temática universal, Chaplin era um excelente ator, capaz de arrancar o riso e o choro da platéia de maneiras diversas. Atrás das câmeras, ele também demonstrava grande conhecimento da linguagem cinematográfica e, não satisfeito, Chaplin ainda trabalhava como roteirista, montador e preparava até mesmo a trilha sonora de muitos de seus filmes. Todo este enorme talento fica evidente, por exemplo, em longas inocentes como “O Circo” e em outros tocantes como “O Garoto” e o belo “Luzes da Cidade”. E por ter todo este envolvimento na realização de suas obras e uma invejável liberdade criativa conquistada com sua própria distribuidora, a United Artists, Chaplin aproveitava também para externar sua visão política e social, que o levou a ser chamado de “comunista” nos Estados Unidos e a ser expulso do país, após anos de sucesso em solo norte-americano.


Feroz crítico do capitalismo, Chaplin criticou a “evolução” do ser humano através da invenção de máquinas e da celebrada produção em série em sua obra-prima “Tempos Modernos”. Além disto, também criticou a imbecilidade da guerra, como deixou claro em “O Grande Ditador”, satirizando livremente o ditador Adolf Hitler. E anos mais tarde, em “Monsieur Verdoux”, Chaplin escancarou de vez sua visão sobre o mundo industrial e capitalista, ao defender a tese de que a diferença entre as grandes corporações e um assassino em série é apenas a quantidade de pessoas que elas matam.

Extremamente humano e com incrível talento para expressar o que pensava, Charles Chaplin certamente foi um dos maiores nomes da história do cinema e da arte em geral, e merece ter seu trabalho reverenciado, independente da posição política de cada um. Eu, particularmente, compartilho de muitas das visões dele, e fecho esta matéria com duas de suas célebres frases, apenas para reflexão:

“Mais do que máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que inteligência, precisamos de afeição e doçura. Sem essas virtudes a vida será de violência e tudo estará perdido.”

“O homem não morre quando deixa de viver, mas sim quando deixa de amar.”

Era gênio ou não era este tal de Chaplin?

Filmografia

A Condessa de Hong Kong (A Countess from Hong Kong, 1967)
Um rei em Nova York (A king in New York, 1957)
Luzes da Ribalta (Limelight, 1952)
Herrliche Zeiten (Herrliche Zeiten, 1950)
Monsieur Verdoux (Monsieur Verdoux, 1947)
O Grande Ditador (The Great dictator, 1940)
Tempos Modernos (Modern Times, 1936)
Luzes da Cidade (City Lights, 1931)
O Circo (The Circus, 1928)
Em Busca do Ouro (The Gold Rush, 1925)
Casamento ou luxo (A woman of Paris, 1923)
Hollywood (Hollywood, 1923)
Pastor de almas (The Pilgrim, 1923)
Dia de pagamento (Pay Day, 1922)
Os clássicos vadios (The Idle class, 1921)
O Garoto (The Kid, 1921)
Um dia de prazer (A day’s pleasure, 1919)
Idílio campestre (Sunnyside, 1919)
Carlitos nas trincheiras (Shoulder arms,1918)
The Bond (The Bond, 1918) – curta-metragem
Triple trouble (1918)
Vida de cachorro (A dog’s life, 1918)
Chase me Charlie (1917)
Carlitos presidiário (The Adventurer, 1917)
O imigrante (The Immigrant, 1917)
Carlitos nas termas (The Cure, 1917)
Noturno (Easy street, 1917)
O Vagabundo (The Vagabond, 1916)
Carlitos patinador (The Rink, 1916) – curta-metragem
Carlitos no estúdio (Behind the screen, 1916)
The Chaplin revue of 1916 (1916)
Casa de penhores (The Pawnshop, 1916)
O Conde (The Count, 1916)
Carlitos boêmio (One A.M., 1916)
Carlitos bombeiro (The Fireman, 1916)
Carlitos policial (Police, 1916)
Carlitos no armazém (The Floorwalker, 1916)
Carmen às avessas (Burlesque on Carmen, 1916)
Carlitos no teatro (A night in the show, 1915) – curta-metragem
Mixed up (1915)
Carlitos marinheiro (Shanghaied, 1915) – curta-metragem
O banco (The Bank, 1915)
Senhorita Carlitos (A woman, 1915) – curta-metragem
Carlitos na atividade (Work, 1915)
Carlitos na praia (By the sea, 1915) – curta-metragem
O vagabundo (The Tramp, 1915)
Carlitos quer casar (A jitney elopment, 1915)
Carlitos no parque (In the park, 1915) – curta-metragem
Campeão no boxe (The Champion, 1915)
Carlitos se diverte (A night out, 1915)
Seu novo emprego (His new job, 1915)
Chuvas (Between showers, 1914) – curta-metragem
Carlitos ciumento (A busy Day, 1914) – curta-metragem
Bobote em apuros (Caught in a cabaret, 1914)
Carlitos e a sonâmbula (Caught in the rain, 1914) – curta-metragem
Carlitos marquês (Cruel, cruel Love, 1914) – curta-metragem
Assombrado (The Face on the bar room floor, 1914)
O malho de Carlitos (The Fatal mallet, 1914) – curta-metragem
Carlitos e Mabel assistem às corridas (Gentlemen of Nerve, 1914) – curta-metragem
Carlitos, ladrão elegante (Her friend the bandit, 1914) – curta-metragem
Músicos vagabundos (His musical career, 1914) – curta-metragem
Nova colocação de Carlitos (His new profession, 1914) – curta-metragem
Carlitos e as salsichas (Mabel’s busy day, 1914)
Regra (The Property man, 1914)
Divertimento (Recreation, 1914) – curta-metragem
Carlitos rival no amor (Those Love pangs, 1914) – curta-metragem
Carlitos e Mabel em passeio (Getting acquainted, 1914) – curta-metragem
Histórico (His prehistoric past, 1914)
Carlitos na rosca (Dough and dynamite, 1914) – curta-metragem
O engano (His trysting palace, 1914)
Carlitos porteiro (The New janitor, 1914)
Carlitos na farra (The Rounders, 1914)
Carlitos coquete (The Masquerader, 1914)
Carlitos dentista (Laughing gás, 1914)

Carlitos e Mabel se casam (Mabel’s married life, 1914)

Postado em Cinema&Debate (cinemahttp://cinemaedebate.com/a-setima-arte/charles-chaplin/)

@cinemaedebate

Por ROBERTO SIQUEIRA

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