segunda-feira, 10 de fevereiro de 2020

Vida


Autor:Edson Domingues (*)


A vida moderna nos oferece muitas facilidades que jamais imaginaríamos pudessem ocorrer. O Ifood te coloca em contato com qualquer restaurante de qualquer categoria em questão de pouco tempo, do Junk Food aos pratos mais elaborados. O Uber leva e traz pessoas em qualquer lugar, inclusive fora do nosso pais, ao simples toque de uma senha e aplicativo; o Waze te indica caminhos a percorrer em qualquer direção, sem que você precise se importar com itinerário, ou outras intempéries ;as empresas.com, vendem tudo o que você quiser, agulhas, máquinas fotográficas, aparelhos celulares, de qualquer lugar do mundo e entregam na sua casa, no conforto do seu lar; existem relógios e aparelhos celulares que te dão o esforço que você faz durante o seu dia, sem que você precise ir à academia usar uma esteira.

Produtos de beleza, sabonetes, de toucador, mobília, roupas lazer, jogos, tudo está à sua mão, basta alguns cliques, que estarão à sua disposição, em pouco espaço de tempo, sem que você precise se deslocar ou perder tempo indo às compras.

O mais diferente para mim, são os sites de relacionamentos, onde pessoas procuram parceiros, duradouros ou não, sem se darem ao trabalho de se conhecerem antes, e ver o que o outro pode despertar em você, para dar algum tipo de liga, esperança, ou possibilidade.

Hoje em dia, uma boa parte da população é mais madura, somos quase 30% que nasceu e viveu uma parte de nossas vidas no outro século, e testemunhamos essas mudanças, e procuramos entender ou não, convivemos com elas, cada um de uma forma, pois temos filhos, netos, amigos, parentes e pessoas que queremos bem, que fazem parte dessas tribos que passaram a conviver conosco.

Está indo embora o costume de sentar para conversar. Na calçada, então...nem pensar. Visitas já não se faz; convites para comer uma pizza, tomar um chope em algum lugar tradicional, começa a rarear, e espero que nunca acabe.

"Paquerar", palavra extinta de todos os dicionários, aliás, acho que os dicionários também estão em extinção, assim como os Atlas, mapas rodoviários e de cidades, e muitas outras coisas.

Jogar boliche, ver futebol na várzea, assistir os Periquitos em Revista, já fazem parte das coisas que se praticou um dia na vida, e estão nos anais das bibliotecas, que aliás também farão parte dos edifícios históricos que um dia acolhiam estudantes para pesquisa. As músicas que queremos ouvir, o Spotfy se encarrega, basta fazer uma playlist, que o resto é com ele.

Todas essas lembranças, muito mais do que saudosismo, nos permitiam estabelecer uma identidade, exercer nossos talentos, desenvolver nossa coragem, e o espírito de iniciativa, estabelecer contatos com pessoas, sentir frustração, criar esperanças, e sonhar!

Mas isso tudo faz parte de nossa história, e aproveito esse espaço para testemunhar e registrar como a minha, não, a nossa história, que alguém poderá lembrar. Resta apenas a esperança de viver a minha vida, sonhar, e ter a esperança de que todas essas mudanças sejam caminhos para um mundo melhor.

NAMASTÉ!

*EDSON ALVES DOMINGUES











-Psicólogo formado pela Universidade de Guarulhos – 1977;
-Especializado em Psicodrama, com titulação em Terapeuta, Terapeuta de Alunos, Professor e Supervisor pela Federação Brasileira de Psicodrama; 
-Especializado em Terapia de Casais e Família pelo Instituto Bauruense de Psicodrama e
-Psicólogo Clínico, por 20 anos. 

Nota do Editor:

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