sábado, 7 de março de 2020

O Bullying e a Escola


Autora: Karla Oliveira (*)


Vez ou outra, e cada vez com maior frequência, a mídia destaca algum caso de bullying, seja por ter terminado em tragédia, como o caso do adolescente americano autista, de dezesseis anos, que lutava contra a depressão e que se suicidou após, nas palavras da mãe, assumir-se gay e sofrer bullying na escola, em setembro de 2019, ou para servir de alerta, como a história recente do menino australiano que teve um vídeo divulgado pela mãe como apelo, por retratar o sofrimento de uma criança de nove anos que queria morrer por conta de comentários maldosos e repetitivos de seus colegas de escola. 

A dor do menor chamou a atenção e dividiu opiniões.

Há os que se compadeceram, mas há os que disseram que em "outros tempos", todos tiravam sarro de todos e conviviam felizes, como se fosse algo natural e que hoje há uma geração que não suporta frustrações e é considerada “mimizenta”, ou seja, exageradamente sentimental. 

O episódio com o menino com nanismo correu o mundo e diversas personalidades famosas resolveram apoiá-lo para tentar alegrar sua vida de alguma forma. 

Mas o que choca são os comentários insensíveis que podem ser observados nas redes sociais, reforçando que a criança seria feia mesmo e que deveria se acostumar com a situação. 

Que tipo de pessoas, de seres humanos, a sociedade, os pais e a escola estão formando? 

Quem, em sã consciência, consegue se divertir ou mesmo ignorar a dor alheia, sem o menor grau de empatia e até mesmo com certo sarcasmo? 

Sem dúvidas, um dos pontos cruciais para se combater o bullying, em todas as esferas, é o trabalho de fortalecimento da vítima. 

Somente quem já sofreu bullying consegue entender o que é sentir-se emocionalmente preso, como em uma teia de aranha, sem movimentos para soltar-se do emaranhado e sem voz para pedir socorro. 

Entretanto, é cruel, é desumano imaginar que o autor de bullying possa sentir algum tipo de poder e de prazer com o sofrimento do outro. 

Parece óbvio que quem pratica esse tipo de agressão ou intimidação o faz por motivos específicos que também merecem atenção, acompanhamento e até mesmo tratamento. 

Por isso, a escola precisa estar sempre atenta e falar, discutir, orientar, conscientizar e sensibilizar sobre bullying. Não é apenas uma brincadeira. Não é algo normal. É uma questão de respeito e de formação de caráter. 

Mais do que cidadãos letrados, a escola precisa formar uma sociedade humanitária, generosa e solidária, que enxergue o outro, que tenha habilidade socioemocional e que busque construir um mundo melhor, mais justo e pacífico.

 *KARLA REIS MARTINS DE OLIVEIRA 


-Diretora da Escola Estadual Professor Aroldo Azevedo, em Lorena/SP;
- Pós-graduada em Supervisão Escolar, Psicopedagogia Clínica e Institucional, Gestão Escolar e Estudos Literários
- Twitter: @karla_martins18
- ORCID ID: https://orcid.org/0000-0003-4373-690X
Nota do Editor:

Todos os artigos publicados no O Blog do Werneck são de inteira responsabilidade de seus autores.

41 comentários:

  1. 👏👏👏 Completando.... " Mais amor por favor "... Amor todos têm, a humanidade precisa amar mais.

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  2. Rotina diária para o cenário escolar, lugar de convivência de grandes grupos, onde as fragilidades estão afloradas, a crueldade se revela, a humanidade se mostra com todas suas mazelas.Luta diária e olhares atentos para que possamos enxergar a dor do outro, a diferença do outro, e a luta constante em se aceitar e aceitar o próximo. Escola vai além da aprendizagem de conteúdos, temos a missão da educação para transformar uma sociedade cada vez mais doente.

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  3. Ótimo texto de reflexão, pois somente com empatia se consegue a transformação. Parabéns 😍

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  4. Clara e bela reflexão, professora. Concordo plenamente com as posições apresentadas em seu texto, pois creio que é de gente (especialmente de gestores) com sua coerência e clareza de pensamento que a Escola precisa. Parabéns.

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  5. Nossa isso muito bom para reunir e discutir não deixa acontece o que aconteceu

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  6. Parabéns pelo texto Karla, se conseguirmos despertar a empatia em nossos jovens, formaremos uma corrente humana que fará o possível para proteger o outro. É tudo o que precisamos, pensar que não é justo alguém sentir tanta dor, logo somos todos responsáveis por combater o que causa esse sofrimento.
    Ótima reflexão.

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  7. Karla, parabéns pela sua iniciativa! Vamos trabalhar por uma sociedade mais justa, onde o respeito entre as pessoas exista de forma verdeira e permanente. Um forte abraço.

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  8. Infelizmente é uma realidade de todas as escolas,o que acontece é a dificuldade de de identificada, porque as na maioria das vezes acontece entre os pares. Cabe a nós como adultos e gestores um olhar diferenciado para os alunos.
    Para que tenhamos esse olhar o primeiro passo é conhecê-lo.

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  9. Está cada vez mais frequentes os casos de bullying na escola. Os números aumentam assustadoramente, pois na maioria dos casos a vítima é a pessoa que se sente parte integrante do grupo de amigos, daí não consegue contar o que está acontecendo, sofrendo sozinho e calado, levando muita das vezes ao caos.

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    1. Realmente muito triste e preocupante! Obrigada pelo comentário!

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  10. Parabéns pelo texto, convordo com o seu ponto de vista, isso ajudará muitas pessoas a enxergar que o bullying, bela reflexão����❤

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  11. Parabéns pelo texto, convordo com o seu ponto de vista, isso ajudará muitas pessoas a enxergar que o bullying, bela reflexão❤

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  12. Lúcida reflexão,com um olhar também atento para aquele que pratica o bullying, tão necessitado ou mais do que quem o sofre. Excelente, professora Karla.

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  13. que essa mensagem consiga superar as fronteiras da internet, e toque em todos que precisam se conscientizar. EMPATIA !

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  14. É verdade vivemos em mundo onde o preconceito está cada vez ficando maior .
    Concordo Karla precisa ser mas falado sobre este assunto sim mas escola .Para que não aconteça mortes por preconceito para todos possam respeitar seu próximo e suas opções seja ela quel for.
    Parabéns minha Diretora linda Karla 😍👏👏👏👏

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  15. Excelente texto!!!Nós educadores devemos nos preocupar cada vez mais com q tipo de ser humano estamos formando,é nosso dever ensinar aos nossos alunos a se preocupar cada vez mais com o próximo e torná-lo um indivíduo capaz de entender e se colocar no lugar do outro.

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  16. Parabéns pelo texto. Excelente. Precisamos de mais humanização.

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  17. Muito importante, nós pais, juntamente com a escola e a sociedade caminharmos juntos para mudar esse cenário.

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  18. Excelente texto, Karla !!! É uma discussão muito pertinente. Como professora e mãe, percebo que, a cada dia, as crianças e jovens têm agido de maneira egoísta, faltando-lhes o exercício da competência socioemocional chamada empatia. É urgente pensarmos juntos em ações que colaborem para o desenvolvimento dessa habilidade tão esquecida, contudo imprescindível para uma sociedade mais humana.

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  19. Parabéns Karla , belíssimo texto ! Amei ...

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