sexta-feira, 27 de março de 2020

Tempos difíceis

Autora: Marilsa Prescinoti(*)



Tempo difícil para o Planeta Terra
Estamos sendo atacados por um vírus que se espalha de forma eficaz e veloz, desafiando governos, autoridades, profissionais, cientistas e a cada um de nós, individualmente.

A medida que se espalha pelos países, expõe a fragilidade e limitação do Homem, sua capacidade de reação diante do inesperado, a pequenez e a grandeza do individuo. Coloca em xeque o egoísmo e a solidariedade, aflora o instinto, a espiritualidade e o próprio senso de humanidade. Nas crises, quando vidas estão em jogo, é que conhecemos o homem como ele é; o Ter e o Ser se confunde com a necessidade de sobrevivência, preservação, dever, obrigação; o coletivo e o individualismo.

A insegurança e o medo rondam as famílias. Um vírus que não escolhe classe social e nos diz o quanto os recursos individuais podem ser limitados na eficácia em combate-lo. Para quem está atento, a situação fala aos quatro cantos, o quanto precisamos uns dos outros. Um momento que nos obriga a reflexão do quanto cada um, exercendo sua função, é importante no ciclo da Terra, ao mesmo tempo o quanto, individualmente, podemos ser frágeis. O vírus não respeita sua autoridade ou seu título nobre, nem se compadece da sua pobreza social. O mantra é solidariedade e ação.
Enquanto muitos precisam ficar confinados em suas casas no enfrentamento ao vírus, outros tantos precisam estar nos seus postos de trabalho para o mesmo fim.

Para quem tem olhos para ver, ouvidos para ouvir e sensibilidade para compreender, este é o momento de cada um exercer o seu papel, a sua função ÚTIL no seu meio, fazendo o seu melhor para tornar o meio em que vive, um meio melhor. O Homem, enquanto centelha divina, tem uma oportunidade para começar o processo de cura de uma sociedade adoecida pela arrogância, egoísmo e poder.
Tempo difícil para o Brasil

Pandemia, desemprego, desigualdade social, insegurança, extremistas em destaque, falta de liderança do Presidente da República, intrigas, politicagem, irresponsabilidade de líderes e coletiva, ataques as Instituições Constituídas partindo de quem deveria protege-las com apoio popular, democracia arranhada, divisão, bestialidade, criminalidade, guerra ideológica, obscurantismo, oportunismo explorado. Extremismo, ataques pessoais, falta de respeito, revanchismo, divisão da sociedade, afronta aos meios de comunicação, falta de postura e de respeito ao cargo e a sociedade como forma de governar.

Tempo difícil para a coerência

Brasileiros de brio (como sempre diz minha cara amiga virtual Marisa Cruz) que lutam por um Brasil descente e transparente acima de tudo, que enfrentaram resistência, os ataques das milícias virtuais em tempos de combate ao projeto de poder e estragos dos tempos petistas, e que hoje não se ajoelham diante do atual, encontram a mesma resistência, ataques, linchamentos pelas milícias bolsonaristas; o extremismo só trocou de lado, o modus operandi é o mesmo.
Pessoas que apoiavam as críticas, que criticavam, que até lutavam contra o sistema em outros tempos, se envergaram para o sistema atual. Apoiam no sistema atual os que condenavam no outro. Muitos passaram a fazer parte dos linchamentos com viés trocado. Hoje quem critica o sistema é acusado de ser contra o País, é rotulado, atacado no seu pessoal; patrulheiros de opinião alheia incapazes de discutir ideias políticas, políticos, sistema, atuação, resultado. Se você é contra o sistema atual; você e tudo e mais um pouco, assim como em outros tempos.
O nós contra eles iniciado pelo Lulopetistmo e ampliado pelo bolsonarismo, tirou do armário autoritários, inescrupulosos; arrogantes; intolerantes; preconceituosos; revoltosos. A intimidação como forma de calar a divergência, o grito autoritário de quem não aceita o contraditório, o messianismo, o fanatismo a devoção ao personalismo, usando o nome de Deus, não tem nada de patriótico, tem tudo a ver com limitações e rancor pessoal; dificuldade com o contraditório e com a própria democracia. Aos rancorosos, fanáticos e cegos de esquerda que se juntaram na mesma forma de ser e de agir os rancorosos, fanáticos e cegos de direita.
  
Tempo difícil para a verdade

Em tempo de fácil acesso a informação e fácil disseminação de narrativas em detrimento da realidade, está sendo sacrificada a verdade, os resultados, a pesquisa, a ciência, os fatos e a racionalidade. O que sobressai é a narrativa mais atraente ao grupo disposto a abraça-la como verdade absoluta. Em tempo de narrativas, está sendo sacrificado o senso crítico, a análise isenta, os resultados concretos e as duras verdades.

O território da política virou terra fértil para narrativas mentirosas, eleitoreiras inescrupulosas. É preciso ter cuidado, conhecimento e informação sob pena de pessoas bem intencionadas virarem massa de manobra de líderes e grupos inescrupulosos.
Recomendo prudência, análise aprofundada do que está sendo disseminado. Sugiro informações nos meios tradicionais e confiáveis de vinculação; sugiro atenção e persistência para distinguir o fato da opinião. As redes sociais se tornaram um poderoso veículo de aproximação de autoridades, governantes, fornecedores, ídolos. Uma poderosa aliada para cobrar resultados; uma poderosa aliada de debates construtivos entre pessoas em todos os Estados e no mundo.

Porém, é preciso cuidado e senso crítico apurado. Estejam todos muito cientes que eles, os covardes, os violentos, os virulentos, os desrespeitosos, os farsantes, os mentirosos e os perigosos estão todos conectados e dispostos a te enganar. 

Tempo difícil para a racionalidade.
Tempo difícil para a responsabilidade.
Tempo difícil para a cidadania.

Porém, com pequenas ações diárias, temos a oportunidade de mudar o cenário e reescrever a história. Muitos heróis anônimos estão dando o seu melhor para salvar vidas, resgatar o senso de humanidade em cada um. Façamos a nossa parte.

Mais tolerância, menos rancor, mais humanidade, menos revanchismo, mais empatia, mais informação, menos narrativas, mais razão, menos cegueira ideológica, mais patriotismo, menos paixão.

Mais cidadania.
Mais Brasil.

*MARILSA PRESCINOTI 
REVISÃO de MARESSA FERNANDES










De acordo com suas próprias palavras:
-Administradora de empresa, blogueira,twiteira,
politicamente engajada, esposa, mãe e cidadã comum.

Nota do Editor:

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Um comentário:

  1. Parabéns. Esse é um momento em que a politica e o idealismo politico tem que ficar de lado e todos juntos devemos lutar pelo bem maior que é a saude da naçao

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