sexta-feira, 21 de agosto de 2020

As Mãos Lavadas que Consertam Caminhos

Autor: Luigi Morais(*)

Somos um povo feliz e trabalhador. Somos brasileiros empreendedores e criativos. Somos uma Nação rica e digna de força e desenvolvimento. Nós merecemos respeito e nossas famílias merecem, sim, dignidade e boa consideração. 

A pergunta simples para que, há muito, não vejo resposta convincente é: por que continuamos "em desenvolvimento"? Como continuar sofrendo corrupção, concorrências desonestas, fraudes, enganos e desvios, geração após geração, e não tomarmos uma atitude diferente, na hora de votar? Por que continuamos vendo nossos filhos sendo humilhados e explorados por corruptos inescrupulosos e impunes, dia após dia, e insistimos nos mesmos erros de escolha? 

Surpreendo-me curioso ao ver alguém estimular empreendedorismo num País que, onde chegamos, encontramos pessoas tentando iniciar ou manter seus negócios. Brasileiros tentam empreender a todo instante. Fato! O problema é continuar o negócio num país onde o crime compensa. É preciso estar numa sociedade onde o trabalho honesto e determinado seja protegido e garantido. Precisamos de segurança para trabalhar e viver. Simples: é preciso, já, acabar a impunidade no Brasil. 

Existem, sim, cidadãos dignos para representar a sociedade em que acreditamos. 

Muitos de nós gritamos "esperteza" aos quatro cantos do mundo e, em verdade, não passamos de esperançosos cidadãos governados por um apressado defensor da hidroxicloroquina, que distrai seu povo, entre outras maluquices, esperando que países desenvolvidos produzam a vacina que vai nos ajudar a superar a Covid-19. E antes deste, também, nada era louvável. Éramos governados por pessoas que nos convenceram que iam combater a corrupção e alguns foram presos por... corrupção. Mais impressionante, partidos ainda exaltam estes políticos mequetrefes… 

Ter que escolher o menos pior e estar aliviado por isto. Que perturbadora tragédia! 

Como podemos esperar um Brasil melhor se continuamos votando nos mesmos partidos políticos, ano após ano? Talvez esteja enganado, mas, por vezes, tenho a impressão de que aqueles partidos atraem e acobertam pessoas de civilidade duvidosa. Como podemos esperar representantes verdadeiramente comprometidos com o real desenvolvimento de nossa sociedade se estamos votando nos mesmos partidos desde sempre? 

E o que dizer das nossas instituições? Deveriam estar trabalhando para combater o repugnante e vicioso caminho da impunidade. Por que tanto silêncio dos que deveriam combater o mal? Assistimos paralisados às tentativas, por todos os lados, de desmoronamento da Operação Lava Jato. Do lado óbvio, criminosos descarados (no Brasil agem à luz do dia) querem destruí-la. Do outro, menos perceptível, alguns representantes da falida justiça, que mantém privilégios, feridos de orgulho acusam os lavajatistas de vaidosos. Ataques que denunciam mais quem os profere. Evidenciam, no mínimo, medo e conformismo. Como alguém pode mostrar aos eleitores que é possível fazer um combate implacável à corrupção? 

O espalhafatoso ano de 2020 veio ensinar muito à humanidade. Muito será registrado. Quero registrar um pequeno detalhe. Dois mil e vinte veio nos ensinar sobre cuidados de higiene. Este ano veio nos mostrar que é uma questão de vida lavarmos nossas mãos. E é sobre a lavagem efetiva e verdadeira. Não aquela de Pôncio Pilatos que deixa morrer e que, hoje, infelizes desavisados ainda adotam. Podemos e precisamos proteger nossos entes queridos, nossa sociedade, com medidas sanitárias simples. 

O milagre da renovação é a grande salvação para os nossos filhos e netos. Mais uma vez temos nas mãos o poder de decidir como nossos familiares viverão no futuro próximo. Podemos iniciar uma nova lavagem de mãos, nestas eleições, para prefeitos e vereadores, que encerrará este fatídico ano. Finalizar tal ano de maneira mais experiente. Ponderados pela vida que desafia. E podemos transformá-lo num ano de evolução e mudança. E fazer os próximos mais suaves. 

Então, lúcidos, lavemos as mãos também para votar. Isto pode decidir a dor ou a alegria de quem amamos. Mudemos nossa realidade com uma nova consciência de dignidade. Comecemos mais uma vez... 

*JACINTO LUIGI DE MORAIS NOGUEIRA


-Médico formado em 2003 pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará; 
 Anestesiologista especializado no SANE-RS / Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul / IC-FUC.; e
- Profissional liberal.




Nota do Editor:
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