Vivemos atualmente uma realidade que, no meu entender, já
superou aqueles tempos de disputas em sermos ou de esquerda ou de extrema
direita. É assim mesmo, diziam sermos um país de esquerda, com esquerdistas que
nunca eram radicais, e os de extrema direita, mesmo sendo apenas de direita.
Nunca eram capazes de admitir alguém que sendo só de direita, não fosse radical.
Estamos, todos, esquerdistas e “radicais de direita”,
experimentando tempos de economia extremamente preocupante, com a situação
daqueles detentores da menor renda, onde vamos encontrar uma grande parte da
nossa população, exatamente onde se concentram aqueles eleitores que fizeram o
“L”, ou seja, que acreditaram na picanha com cervejinha, ficando cada vez pior.
Os “de direita”, não menos preocupados, estão alinhados a todos os outros
vivenciando um momento de expectativas tenebrosas com o futuro de tendencias
negativas que se avizinha.
Para fazer valer a pretensão desta coluna, Economia
Descomplicada, vou procurar simplificar meu discurso, procurando fazê-lo ser
entendido com mais facilidade, usando termos mais comuns, mais próximo do
entendimento de muitos que não estão acostumados com um economês mais erudito.
Assim, as siglas, que para muitos parece mais uma sopa de letras, serão apresentadas
com seu nome por extenso, para serem compreendidas com mais assertividade.
Para 2027, muito embora tenha no caminho, o próximo ano de
2026, justamente quando teremos eleições, e onde, todos sabemos, o governo fará
de tudo para “fazer a cabeça” dos eleitores, com medidas eleitoreiras,
justamente para tentar ganhar novamente a presidência do país, as projeções,
admitidas pelo presidente, são pela falta de recursos para cumprir os
compromissos dos Ministérios da Saúde e Educação.
Fica deveras preocupante, já que, em se tratando de um
governo que procura maquiar os dados e resultados de pesquisas justamente para
dar suporte ao seu discurso de que tudo está às mil maravilhas, ver o Executivo
admitir dificuldades financeiras para um curto espaço de tempo, ou seja, daqui
há um ano e pouco, mostra que ele sabe que nem tudo vai bem.
A perspectiva para a economia brasileira, segundo fontes
oficiais, em 2026 é de um crescimento moderado do Produto Interno Bruto (PIB),
com a inflação se mantendo em níveis próximos à meta e um cenário fiscal que
ainda demandará atenção.
- PIB
– Produto Interno Bruto: O Ministério da Fazenda projeta um
crescimento de 2,5% para a economia em 2026. Já o Ipea, Instituto de
Pesquisa Econômica Aplicada, por sua vez, prevê 2%. Agentes financeiros,
em suas projeções, apresentam números ligeiramente diferentes, com algumas
estimativas chegando a 1,5%, entretanto isso não é uma regra. Dizem alguns
que considerar essa meta, beira a otimismo exagerado.
Devemos notar sempre que, em se
tratando de dados oficiais, de governo, eles vêm sempre cheios de otimismo
exacerbado, às vezes com dados mentirosos.
- Inflação
(IPCA - Índice de Preços ao Consumidor Amplo): As projeções para o
IPCA em 2026 variam. O governo estima que a inflação se manterá
"relativamente constante", passando de 3,5% para 3,6%, dentro do
intervalo da meta de inflação (que é de 3%). Já o mercado financeiro, de
acordo com o Boletim Focus, projeta 4,5% para 2026. A expectativa é que, a
partir de 2027, o IPCA se aproxime do centro da meta.
- Taxa
de Juros (Selic - Sistema Especial de Liquidação e de Custódia): A
mediana para a Selic no final de 2026 tem se mantido estável em torno de
12,50% por várias semanas, embora algumas projeções mais recentes tenham
indicado uma possível queda para 12,25%.
- Cenário
Fiscal: O cenário fiscal em 2026 ainda é desafiador. Embora o mercado
tenha reduzido ligeiramente as projeções para a dívida pública em 2026
(para 84,49% do PIB, ante projeção anterior de 84,55%), o governo possui
uma meta de superávit de 0,25% do PIB para 2026, enquanto o mercado
projeta um déficit de 0,8% do PIB. Isso indica uma diferença significativa
que pode demandar ajustes. O arcabouço fiscal e outras medidas, como a
elevação da faixa de isenção do Imposto de Renda para até R$ 5 mil (com
impacto na arrecadação federal), são fatores que influenciam o cenário
fiscal.
- Reforma
Tributária: A reforma tributária sobre o consumo, com a nova
tributação sobre bens e serviços (IVA dual - Imposto sobre Valor Agregado),
deve começar a ser testada em 2026, com transição gradual até 2033. As
novas regras preveem isenção para alimentos da cesta básica, redução de
alíquotas para diversos setores e a isenção de imposto de renda para quem
recebe até R$ 5 mil por mês, que deve entrar em vigor em 2026.
Em resumo, a economia brasileira em 2026, seguindo um
otimismo de governo, deve seguir um caminho de crescimento, mas com desafios
persistentes, especialmente na área fiscal. A implementação e os impactos das
reformas em andamento (tributária e arcabouço fiscal) serão cruciais para a
trajetória econômica do país.
Entretanto, se você está pessimista, não acreditando quando
vê órgãos oficiais e/ou a imprensa escrita ou televisiva dizer que tudo vai
bem, que as previsões são ótimas ou boas, você está absolutamente certo. Mais
certo ainda em levantar o ponto de que, apesar das projeções para 2026, as
perspectivas para 2027 e anos seguintes apresentam desafios significativos e
até mesmo "alarmantes" para a economia brasileira, especialmente no
que tange à sustentabilidade fiscal.
A postura do governo, especialmente a postura de Lula,
continua sendo a principal preocupação para 2027 em diante. Essa preocupação
reside na trajetória da dívida pública e na rigidez do orçamento, que pode
limitar a capacidade de investimento do governo e gerar ainda mais a
desconfiança nos mercados.
Gostaria de repisar aqui o que já disse aqui anteriormente:
O próprio governo tem posição que é também acatada pelo próprio presidente, a
de que haverá falta de recursos para cumprir os compromissos dos Ministérios da
Saúde e Educação, já em 2027.
Preocupante, não?
Sim, bastante preocupante. O que mais chama a atenção do
trabalhador brasileiro, de um modo geral, tanto do esquerdista, quanto o
direitista, é que estão vendo o dinheiro sumir, os preços irem para
estratosfera, as reservas minguarem, a possibilidade de desemprego estar se
tornando realidade e o governo, bem, quanto ao governo, o que todos veem é
apenas preocupação com a criação de impostos, aumento de arrecadação e gastança
e roubalheira desenfreadas.
Vamos aos principais pontos de alerta para 2027 e anos
seguintes:
- Dívida
Pública em Trajetória Preocupante:
- Pico
da Dívida: O Tesouro Nacional e outras instituições, como a
Instituição Fiscal Independente (IFI) do Senado Federal, projetam que a
dívida bruta do governo geral (DBGG) continuará crescendo e deve atingir
seu pico por volta de 2027 ou 2028, chegando a patamares como 81,8% ou
84,2% do PIB, antes de uma possível estabilização ou queda gradual (que
só ocorreria mais para o final da década).
- Impacto
dos Juros Elevados: A alta taxa básica de juros (Selic), mesmo que em
trajetória de queda, e o déficit primário nas contas públicas são
apontados como os principais impulsionadores do aumento da dívida. A
relação dívida/PIB mais elevada implica custos de rolagem da dívida
maiores, o que consome uma parcela crescente do orçamento.
- Meta
de Superávit e Realidade: Embora o governo estabeleça metas
ambiciosas de superávit primário (como 0,5% do PIB em 2027), as projeções
do mercado e de instituições independentes frequentemente indicam que a
realidade pode ser de déficits persistentes, ou, na melhor das hipóteses,
um superávit muito menor. O Fundo Monetário Internacional (FMI) também
projetava que o Brasil só alcançaria superávit primário a partir de 2027.
- Rigidez
Orçamentária e Gastos Obrigatórios:
- Despesas
Quase Inflexíveis: Um dos maiores problemas estruturais da economia
brasileira é a alta proporção de gastos obrigatórios no orçamento.
Projeções indicam que despesas obrigatórias (como Previdência, benefícios
sociais, reajustes do salário-mínimo etc.) podem chegar a consumir quase
a totalidade da arrecadação, deixando pouquíssimo espaço para despesas
discricionárias (investimentos em infraestrutura, saúde, educação, segurança
etc.).
- Ingovernabilidade
Fiscal: Alguns economistas alertam que, se essa tendência não for
revertida com reformas estruturais que contenham o crescimento das
despesas obrigatórias, o país corre o risco de se tornar
"ingovernável" fiscalmente em 2027, pois não haverá recursos
para o funcionamento básico da máquina pública e para investimentos
cruciais.
- Gastos
Tributários (Desonerações): Além das despesas diretas, os chamados
gastos tributários (isenções e subsídios fiscais) também consomem uma
fatia considerável do PIB, contribuindo para a pressão sobre as contas
públicas e reduzindo a capacidade de arrecadação.
- Crescimento
Econômico Moderado:
- Crescimento
Aquém do Necessário: As projeções para o PIB em 2027 e anos
seguintes, embora positivas (em torno de 2% ao ano), são consideradas
modestas e insuficientes para reverter o alto grau de desigualdade e para
impulsionar o país a um patamar de nação rica.
- "Armadilha
da Renda Média": O Brasil tem enfrentado dificuldades em sair da
chamada "armadilha da renda média", caracterizada por um baixo
crescimento da produtividade e falta de reformas estruturais que
estimulem investimentos de longo prazo.
- Persistência
da Inflação Acima da Meta:
- Convergência
Lenta: Embora a inflação deva desacelerar, o Banco Central projetava
que a convergência do IPCA para o centro da meta (3%) só ocorreria no
terceiro trimestre de 2027, indicando que a inflação persistiria em
níveis acima da meta por um período considerável. Isso pode levar a uma
política monetária mais restritiva por mais tempo, impactando o
crescimento.
Consequências potenciais desses desafios:
- Aumento
do Risco País: A deterioração fiscal pode levar a uma piora na
percepção de risco do Brasil, encarecendo a captação de recursos para o
governo e para as empresas, e inibindo investimentos.
- Volatilidade
Cambial: A desconfiança fiscal pode gerar pressão de desvalorização
sobre o real, com impactos inflacionários e na capacidade de endividamento
externo.
- Menos
Investimentos Público e Privado: Com o orçamento engessado, o governo
tem menos capacidade de investir em infraestrutura e em políticas que
promovam o crescimento. A incerteza fiscal também desestimula o
investimento privado.
- Cortes
em Serviços Essenciais: A falta de espaço fiscal pode levar a cortes
em áreas essenciais, impactando diretamente a população. Lembram-se quando
lá atras, neste texto, eu escrevi “que haverá falta de recursos para
cumprir os compromissos dos Ministérios da Saúde e Educação, já em 2027”?
Então, a nossa preocupação, confirma-se, tem fundamento.
Comentaristas mais críticos e
bastante preocupados estão chegando até a sugerir às pessoas, seus seguidores
ou leitores, que não contraiam dívidas ou compromissos mais substanciais, pois,
correm o risco de não os honrar em virtude das dificuldades da economia, já a
partir do próximo ano.
Para evitar os cenários mais alarmantes, a economia brasileira precisaria de um compromisso firme com o ajuste fiscal, que envolva não apenas o controle das despesas, mas também a revisão de gastos tributários e o enfrentamento das reformas estruturais necessárias para aumentar a produtividade e a competitividade do país. A reforma tributária, que começará a ser implementada, é um passo importante, mas outras medidas serão cruciais para garantir a sustentabilidade de longo prazo.
Considerações finais:
A. O IVA Dual é uma modalidade de tributação que incide sobre o valor agregado em cada etapa da cadeia de produção e comercialização de bens e serviços;
B.Ingovernabilidade (substantivo feminino) Qualidade daquilo que é ingovernável;
C.Alarmante (adjetivo): Que provoca alarme, pavor súbito, abalo, tumulto; assustador, inquietante;
D.Preocupante (adjetivo de dois gêneros): Que preocupa, que é motivo para preocupação; inquietante, alarmante, perturbante, assustador, grave e
E.Este artigo contém pesquisas de IA no Google
Gemini.
-Especialista em Gestão Empresarial pela Universidade Paulista UNIP (2012);
-Especialista em Planejamento, Implementação e Gestão da Educação a Distância pela Universidade Federal Fluminense (2017);
-Consultor Empresarial e de Vendas, além de Corretor de Imóveis credenciado pelo CRECI-SP;
- Presidente do Lar dos Velhos da Igreja Presbiteriana e
-Primeiro Secretário do GACC Grupo de Apoio à Criança com Câncer .
Belíssima representação!
ResponderExcluirBem atualizada e embasada em fatos, embora a "maioria" do povo desconhece todos esses termos, significados e resultados práticos.
Essas infirmações só são interessantes para economistas!!
Parabéns!!!
Grato por ler e apreciar este artigo, e, por deixar aqui sua opinião. Leitores assim nos fazem seguir escrevendo. Grande abraço.
ExcluirComentário do Sr. Nelson Machado, de Ribeirão Preto - SP.
ResponderExcluirUma palavra abalizada sobre assuntos importantes da atualidade econômica brasileira.
Infelizmente, 90 por cento dos brasileiros ignoram estes problemas por falta de entendimento!
A linguagem utilizada bem como os detalhamentos apresentados, somente são entendidos, pelos economistas.
Para nós leigos é grego puro.
Mas vale o esforço em explicar a nós neófitos no assunto, para termos uma ideia de como funciona a economia brasileira.
Parabéns!!! Nota 10!!!
Grato pela leitura e pelo comentário, caro amigo Nelson. Abração.
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