sábado, 27 de junho de 2015

Ética&Moral

Bom dia amigos!!

Dando continuidade a alternatividade das Subseções da Seção dos sábados "Ética&Moral" teremos hoje a Subseção "Visão dos Filósofos".

Esta subseção mostrará a cada 15 dias  a visão de filósofos sobre a ética e a moral.

Os dois  primeiros filósofos que nos mostrarão essa visão serão,  o importante filósofo grego Sócrates, em relação à Ética e de Aristóteles  outro Influente filósofo grego, discípulo de Platão.

Vejamos agora  a visão do filósofo Sócrates tem de ÉTICA:

Autor: Julian Farias postado no dia 27.01.2010 em
https://jfariaadvogados.wordpress.com

Uma das figuras mais emblemáticas da filosofia ocidental, Sócrates é um divisor de águas para a filosofia antiga. Isto porque situava o seu pensamento e especulações na natureza humana e suas implicações ético-sociais e não na cosmovisão das coisas e da natureza. Sócrates não deixou obras escritas, razão pela qual tudo o que sabemos a seu respeito tem origem no trabalho dos outros. Estima-se que tenha nascido em Atenas por volta do ano 469 a.C., tendo sido condenado à morte pelos juízes desta cidade no ano de 399 a.C. Mas, o que faz o seu pensamento um importante marco na história da ética?

Pois bem, Sócrates erigiu uma linha de pensamento autônoma e originária que se voltava contra o despotismo das palavras, interagindo e reagindo ao movimento dos sofistas, muito em voga nesse período da história grega. Seu método maiêutico era baseado na ironia e no diálogo, tendo como finalidade uma parturição de idéias. Logo, para Sócrates, todo erro é fruto da ignorância e toda virtude é conhecimento. Daí a importância de reconhecer que a maior luta humana deve ser pela educação e que a maior das virtudes é a de saber que nada se sabe.

A ética socrática reside no conhecimento e em vislumbrar na felicidade o fim da ação. Essa ética tem por objetivo preparar o homem para conhecer-se, tendo em vista que o conhecimento é a base do agir ético. Ao contrário de fomentar a desordem e o caos, a filosofia de Sócrates prima pela submissão, ou seja, pelo primado da ética do coletivo sobre a ética do individual. Neste sentido, para esse pensador, a obediência à lei era o limite entre a civilização e a barbárie. Segundo ele, onde residem as ideias de ordem e coesão, pode-se dizer garantida a existência e manutenção do corpo social. Trata-se da ética do respeito às leis,e, portanto, à coletividade.

A abnegação pela causa da educação dos homens e pelo bem da coletividade, levou Sócrates a se curvar ante o desvario decisório dos homens de seu tempo. Acusado de estar corrompendo a juventude e de cultuar outros deuses, foi condenado a beber cicuta pelo tribunal ateniense. Sócrates resignou-se à injustiça de seus acusadores, em respeito à lei a que todos regia em Atenas.

Para esse proeminente filósofo grego, o homem enquanto integrado ao modo político de vida deve zelar pelo respeito absoluto às leis comuns a todos, mesmo em detrimento da própria vida. O ato de descumprimento da sentença imposta pela cidade representava para Sócrates a derrogação de um princípio básico do governo das leis, qual seja, a eficácia. Segundo Sócrates, com a eficácia das leis comprometida, a desordem social reinaria como princípio.

Assim, são muitas as lições trazidas pela ética socrática: o conhecimento como virtude; a educação como forma de conhecer a si mesmo e, por consequência, conhecer melhor o mundo para alcançar a felicidade; a primazia do coletivo sobre o individual e, a obediência às leis para garantir a ordem e a vida em sociedade. Sábias ideias. Se os agentes políticos e a sociedade em geral pensassem assim, teríamos, com certeza, um país mais justo e solidário.

E a visão de Aristóteles sobre a MORAL é:

Postado em meucci.com.br/wp-content/uploads/2010/07/aristoteles_moral.pdf



Aristóteles classificava a excelência moral como uma disposição da alma, e não como emoção ou sentimento. 

Para ele, o que diferenciava a política da moral é que a primeira tem como m o bem dos homens, e a última a felicidade do indivíduo. 

A moral é uma arte, e como toda arte deve preencher certos requisitos. A primeira é determinar que a moral trata das ações humanas. A segunda é que ela trata de determinadas ações voluntárias, mais especi ficamente as que partem da escolha. 

Por fim , ele classi fica que o objeto do desejo racional, que caracteriza a escolha, é a nalidade de atingir um bem propriamente dito. 

"[1109b] 

A excelência moral se relaciona com as emoções e ações, e somente as emoções e ações voluntárias são louvadas e censuradas, enquanto as involuntárias são perdoadas, e às vezes inspiram piedade; logo, a distinção entre o voluntário e o involuntário parece necessária aos estudiosos da natureza da excelência moral, e será útil também aos legisladores com vistas à atribuição de honrarias e à aplicação de punições.

Consideram-se involuntárias as ações praticadas sob compulsão por ignorância; um ato é forçado quando sua origem é externa ao agente, sendo tal a sua natureza que o agente não contribui de forma alguma para o ato, mas, ao contrário, é in uenciado por ele – por exemplo, quando uma pessoa é arrastada a alguma parte pelo vento, ou por outra pessoa que a tem em seu poder.

Mas há algumas dúvidas quanto ás ações praticadas em conseqüência do medo de males maiores com vistas a algum objetivo elevado[1097b] (por exemplo, um tirano que tendo em seu poder os pais e lhos de uma pessoa, desse uma ordem ignóbil a esta, tendo em vista que o não cumprimento acarretasse na morte dos reféns); é discutível se tais ações são involuntárias ou voluntárias. (...) Tais ações, então, são mistas mas se assemelham mais as voluntárias, pois são objeto de escolha no momento de serem praticadas, e a nalidade de uma ação varia de acordo com a oportunidade, de tal forma que as palavras “voluntário” e “involuntário” devem ser usadas com referência ao momento da ação; com efeito, nos atos em questão as pessoas agem voluntariamente, portanto são voluntárias, embora talvez sejam involuntárias de maneira geral, pois ninguém escolheria qualquer destes atos por si mesmos.

[1111b] 

Tendo de nido voluntário e involuntário, devemos examinar em seguida a escolha, esta, com efeito, parece relacionar-se intimamente com a excelência moral, e proporciona um juízo mais seguro sobre o caráter do que sobre as ações. A escolha então parece voluntária, mas não é a mesma coisa, pois o âmbito da última é mais ampla. Tanto crianças quanto animais inferiores são capazes de ações voluntárias, mas não de escolha. Os que identi cam a escolha com o desejo ou as paixões não o fazem acertadamente, pois a escolha não é efetuada pelos seres irracionais.

[1112a]

Que é a escolha, ou que espécie de manifestação da alma ela é? Aparentemente é voluntária, mas nem tudo que é voluntário é objeto da escolha. Seja como for, a escolha requer o uso da razão e do pensamento. Seu próprio nome, aliás, parece sugerir que ela é aquilo que é escolhido de preferência a outras coisas.

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