domingo, 26 de maio de 2019

Precisamos Falar sobre Envelhecimento



Autora: Edina Costa  da Silva(*)

A velhice sempre foi associada a dependência, quando completamos 60 anos, é como se não pudéssemos mais controlar as nossas vidas, passamos a ser vistos como dependentes. Nos dias atuais,isso não é relativamente a verdade. Os considerados idosos de hoje, são pessoas muito bem conservadas, poucos parecem com uma figura frágil.

Mesmo com problemas de saúde crônicos, o idoso pode ser independente e sentir-se bem e saudável. Porque para eles o conceito que tem de ser saudável é diferente do que nós temos. Conseguir fazer as atividades rotineiras, alcançar seus desejos, manter relacionamentos sociais é se manter ativo, consequentemente, não são pessoas dependentes. Muitos são arrimos de família, ajudam os filhos e netos.

Segundo o IBGE, o envelhecimento populacional está ocorrendo no mundo inteiro, já temos mais idosos do que crianças e devemos isso aos avanços da tecnologia e pesquisa. Estamos vivendo mais e com qualidade.

Em 2003, foi criado o Estatuto do Idoso, (Lei nº 3.561/2003), para garantir os direitos dessa parcela populacional, porquê até então, não existiam, políticas publicas para amparar o idoso, a pessoa envelhecia e quem cuidava era a família, isso quando tinha um cuidador disponível. Essa lei da o direito a Educação, Cultura, Esporte e Lazer e Saúde, além de serviços e produtos que respeitem a sua condição de idade. Essa lei garantiu também ao idoso o benefício LOAS, que da direito ao idoso ter um amparo na velhice, serve para aqueles que não puderam contribuir com o INSS e que tenham renda familiar per capta baixa.

A psicologia do envelhecimento é uma área ainda em expansão que foi estudada com rigor a partir de 1950, antes teve alguns estudos, mas, ninguém se importava muito com o bem estar desses indivíduos. Com o nascimento da Gerontologia nesses anos, várias áreas da saúde se uniram à psicologia e começaram as pesquisas psicossociais dessa parcela da população. Até Freud em 1905 achava difícil que um sujeito com mais de 50 anos se beneficiasse integralmente das intervenções psicológicas, por questões dos limites da plasticidade dos processos mentais.

Por muito tempo, acreditavam que o idoso não tinha muito o que fazer psicologicamente, a não ser, aceitar e integrar o seu contexto pessoal através de princípios comportamentais.

O idoso não era visto como um ser ativo, não levavam em conta os aspectos biopsicossocial, as terapias eram focadas na revisão de vida, orientação para realidade e contenção comportamental naqueles que tinham quadro depressivo ou estado de demência. 

Em 1990, foram notadas evidências que a abordagem TCC ( Teoria Cognitiva Comportamental ) eram mais eficazes no tratamento clínico com idosos, a partir desse momento,foram levadas em contas outras variáveis para compor e desenvolver práticas que ajudaria o desenvolvimento dessa população.

É necessário reflexões sobre o envelhecimento. Que mundo queremos usufruir quando chegarmos nessa faixa etária? Como queremos viver? Estamos envelhecendo todos ao mesmo tempo, isso não é peculiaridade de quem está na faixa dos 50. Será que temos um ambiente adequado para a convivência dessa população ? Quem disse que uma pessoa de 60 anos é idosa? 

Precisamos pensar, discutir e por em prática politicas publicas para que no futuro tenhamos mais pessoas especialistas nessa área da saúde, para também, mudar nossos conceitos e visões sobre o envelhecimento. 

O jovem de hoje será o idoso de amanhã. O envelhecimento é para todos.

*EDINA COSTA DA SILVA


 - Graduada em Psicologia Clinica pelo Centro Universitário FMU (2018);
- Pós Graduanda em Psicopedagogia com Ênfase em Educação Especial pela Faculdade Fael;
-Vivência em Plantão Psicossocial na Abordagem Psicanalítica e Junguiana; 
-Atendimento Clínico Individual e Atendimento Infantil.




Nota do Editor:

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