domingo, 7 de fevereiro de 2021

Imperfeições e Vulnerabilidade em Tempos Difíceis.

 


Autora: Keity Vallim(*)


"O que nós sabemos tem importância, mas quem somos importa muito mais."

Numa sociedade que pede cada vez mais que sejamos perfeitos são poucas as pessoas que conseguem assumir suas imperfeições e mostrar sua vulnerabilidade.

Durante a pandemia nossas imperfeições e vulnerabilidades ficaram mais evidentes dentro dos nossos lares. Ficamos protegidos do externo, que continha algo que nos colocava em perigo, mas  nossas imperfeições e vulnerabilidade foram expostas.
A busca pela perfeição talvez tenha sido um dos motivos que fizeram que adoecêssemos psiquicamente durante a pandemia. Nos cobramos tanto para dar conta do home office, das aulas on line dos filhos e das dificuldades financeiras, que não tivemos tempo para rever atitudes e comportamentos e buscar um equilíbrio entre a saúde física e mental.

Somos cobrados a sermos "perfeitos" e "à prova de bala", mas essas expressões não existem na realidade humana, afirma Brené Brown, autora do livro "A coragem de ser imperfeito".

Além de sermos cobrados pela sociedade também temos medo de mostrar o quanto somos vulneráveis. "Vulnerabilidade não é fraqueza. Para Brown, vulnerabilidade não é conhecer a vitória ou derrota; é compreender a necessidade de ambas, é se envolver, e se entregar por inteiro".

Alcançar nossa coragem e ter clareza onde queremos chegar com os nossos propósitos é determinado pela vontade de assumir riscos e de se comprometer com a nossa vulnerabilidade.

Brown explica que a definição da vulnerabilidade se baseia nos seguintes ideais e fundamentos:

1) Amor e aceitação são necessidades irredutíveis de todas as pessoas;

2) Pessoas que se consideram dignas de amor, de aceitação e até mesmo de alegra;

3) A preocupação principal de indivíduos plenos é viver uma vida orientada pela coragem, pela compaixão e pelo vínculo humano;

4)IMPORTANTE ->  As pessoas plenas identificam a vulnerabilidade como um catalisador de coragem, compaixão e vínculos.

Enquanto pais, como lidamos com nossas imperfeições diante da grande tarefa que temos que é educar nossos filhos?

A autora diz:

"Quando se trata de criar filhos, a prática de estigmatizar mães e pais como bons ou maus é ao mesmo tempo exagerada e destrutiva – e transforma a criação de filhos em um campo minado. As questões fundamentais para os pais deveriam ser: "Você está comprometido?" "Você está atento?". Se estiverem, preparem-se para cometer muitos erros e tomar decisões ruins. Perfeição não existe, e o que torna os filhos felizes nem sempre os prepara para serem adultos corajosos e comprometidos."

Considero importante dizer que imperfeições e vulnerabilidades fazem parte da constituição do sujeito e para que tenhamos um desenvolvimento psíquico e emocional pleno é importante reconhecer essas características.

Para finalizar eu diria que "as palavras de ordem" quando pensamos em imperfeições e vulnerabilidade é aceitação, acolhimento, mudança e coragem.

Referência bibliográfica: 

"A coragem de ser imperfeito – como aceitar a própria vulnerabilidade, vencer a vergonha e ousar ser quem você é".  Brené Brown.

*KEITY TEIXEIRA FONSECA VALLIM











-Psicóloga Clínica;
-Especialista em Neuropsicologia pelo CEPSIC-ICHC/FMUSP;
Especialista clínica na abordagem analítica – Unicamp;
Experiência como coordenadora pedagógica, formação de professores e assessoria educacional;
contato: keityteixeirafonseca@yahoo.com.br


Nota do Editor:

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