segunda-feira, 30 de maio de 2022

Qual o imposto mais cruel no Brasil?


 Autora: Maria Cristina de Oliveira (*)




Em nosso país, dentre os tributos federais, estaduais e municipais, o imposto mais cruel é o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços - ICMS, porque ele é cobrado no preço, nivelando a todos, como se possuíssem o mesmo poder econômico, passando longe da definição do artigo 155 da Constituição Federal, em que determina como deve ser a cobrança dos impostos no país "caráter pessoal e graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte".

Este imposto é de competência estadual, portando cada estado determina a taxa de cobrança, ou isenção. No setor de telecomunicações este vilão oscila, por exemplo, na conta de celular, em São Paulo é de 28% e no Rio é de 52%.

A maioria dos brasileiros não olha na Nota Fiscal para ver o quanto está pagando de imposto. Ao comprar uma bolsa, por exemplo, do valor total dela, 40% é de imposto e 60% é o valor real da mercadoria. Pagamos em um almoço no restaurante 32, 31% de imposto, em um relógio 56%, perfume importado 78,43%, um porta-retrato 43,47%, um medicamento de marca contra o câncer (Tamoxifeno) 18%.

Ocorre também isenção parcial ou total do imposto sobre o produto, como foi o caso do feijão e alguns alimentos da cesta básica. Neste ano o Governo de São Paulo anunciou a isenção de ICMS em medicamentos usados nos tratamentos de diálise e câncer, sendo que a desoneração na área da Saúde soma cerca de R$2,4 bilhões no estado.

Um produto que não sai das manchetes é o combustível. A média nas regiões metropolitanas, a alíquota é 14% no diesel e 29% para a gasolina. Na verdade há quatro tributos que incidem sobre os combustíveis vendidos nos postos: três federais ( CIDA, PIS/PASEP e COFINS) e um estadual (ICMS). No caso da gasolina, segundo a ANP, a composição do preço nos postos ocorre da seguinte forma:

- 27, 9% - tributo estadual (ICMS)

- 11,6% - impostos federais

- 32, 9% - lucro da Petrobras ( acionistas e Governo Federal)

- 15,9% - custo do etanol presente na mistura

- 11,7% distribuição do combustível

No dia 25/5 a Câmara Federal aprovou o Projeto de Lei nº 211/2021, que estabelece o limite máximo de 17%  no ICMS sobre bens e serviços que passam a ser considerados essenciais. O objetivo é aliviar o preço de serviços que sofrem com a inflação e são repassados ao consumidor final, como é o caso dos combustíveis, energia elétrica.

Este projeto agora está para avaliação do Senado. Se aprovado no Senado e sancionado pelo Presidente da República ,trará uma grande perda na arrecadação dos estados.

 Com isso podemos observar várias coisas, destaco uma delas, o vilão ICMS, que recolhe tanto dos cidadãos com maiores poderes econômicos, quanto do indivíduo de baixa renda, o mesmo valor, não diferenciando o poder aquisitivo de cada um.

 Amenizar a cobrança deste imposto, seria baixar o ICMS de tudo, para que este tributo, no geral do consumo, pudesse variar entre 7% à 12% no máximo. Afetaria inicialmente  a arrecadação dos estados, necessitando primeiro que os estados cortassem gastos.

BIBLIOGRAFIA

https://www.metropoles.com/brasil/economia.br

*MARIA CRISTINA DE OLIVEIRA












-Graduada em Letras pela PUC Campinas;

-Pós-Graduanda em Ciência Política pela UNYLEYA ;

-Atualmente é funcionária pública federal.

Nota do Editor:

Todos os artigos publicados no O Blog do Werneck são de inteira responsabilidade de seus autores.

6 comentários:

  1. Quando pedimos notas fiscais; e o brasileiro que não tem o hábito? Como esse imposto é cobrado?

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    1. O imposto é calculado sobre emissão de documento fiscal no caso de venda de produtos ou serviços, tem uma série de regras conforme o negócio, localização, produto/serviço ou regime de tributação escolhido pela empresa.
      O crime de Sonegação tributária consiste no ato de deixar de declarar no intuito de não pagar ou pagar menos impostos, existe punição para quem comete essa infração.
      Nesse caso do estabelecimento não fornecer o documento fiscal incorre ao crime de sonegação.
      Cabe ao Estado fiscalizar e cada vez mais com a digitalização e informatização dos dados, essa prática tende a diminuir, pois o governo consegue verificar quem está praticando essa infração.

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  2. Volto aqui para perguntar a quem entende do assunto:
    "Essa redução fo ICMS que @jaibolsonaro defende; vai reduzir o preço da gasolina? Sr vai, por quanto tempo?"

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    1. Álvaro, se aprovado o projeto ocorrerá a redução do ICMS, que reduz no valor do combustível, sim.
      Entretanto, será grande o impacto negativo no orçamento dos estados. Fará muita falta!
      Para fazer a redução da aliquota, o ideal era primeiro que cada estado cortasse gastos se preparasse para perder na arrecadação.
      Na prática o Governo Federal terá que repor parte dessas perdas e diluindo esse valor em anos, para dar tempo de haver adequação das finanças nos estados.
      Álvaro, para nós, neste momento da economia do Brasil e devido o preço do barril de petróleo no mundo, não vamos sentir tanto o impacto dessa diferença na hora de encher o tanque do carro. A tendência é ainda o litro da gasolina chegar R$10,00 neste ano nas bombas.
      O maior problema o Brasil é o mau uso dos recursos públicos, o segundo maior problema ainda é a corrupção.
      Morarmos no município e tudo acontece aqui, porém o
      pacto federativo retira o dinheiro do município, do estado e vai para Brasília, voltando em cota para o município, para o estado. Teríamos que rever esse pacto federativo, para que o dinheiro arrecadado ficasse mais perto do cidadão e uma Reforma Tributária é imprescindível.

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  3. Quando não pedimos Nota Fiscal...
    O imposto é calculado sobre emissão de documento fiscal no caso de venda de produtos ou serviços, tem uma série de regras conforme o negócio, localização, produto/serviço ou regime de tributação escolhido pela empresa.
    O crime de Sonegação tributária consiste no ato de deixar de declarar no intuito de não pagar ou pagar menos impostos, existe punição para quem comete essa infração.
    Nesse caso do estabelecimento não fornecer o documento fiscal incorre ao crime de sonegação.
    Cabe ao estado fiscalizar e cada vez mais com a digitalização e informatização dos dados, essa prática tende a diminuir, pois o governo consegue verificar quem está praticando essa infração.

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  4. Limitar a aliquota em até 17% vai reduzir o valor do combustível... Sim!
    Se aprovado o projeto ocorrerá a redução do ICMS, que reduz no valor do combustível, sim.
    Entretanto, será grande o impacto negativo no orçamento dos estados. Fará muita falta!
    Para fazer a redução da aliquota, o ideal era primeiro que cada estado cortasse gastos se preparasse para perder na arrecadação.
    Na prática o Governo Federal terá que repor parte dessas perdas e diluindo esse valor em anos, para dar tempo de haver adequação das finanças nos estados.
    Neste momento da economia do Brasil e devido ao preço do barril de petróleo no mundo, não vamos sentir tanto o impacto dessa diferença na hora de encher o tanque do carro. A tendência é ainda o litro da gasolina chegar R$10,00 neste ano nas bombas.
    O maior problema o Brasil é o mau uso dos recursos públicos, o segundo maior problema ainda é a corrupção.
    Morarmos no município e tudo acontece aqui, porém o
    pacto federativo retira o dinheiro do município, do estado e vai para Brasília, voltando em cota para o município, para o estado. Teríamos que rever esse pacto federativo, para que o dinheiro arrecadado ficasse mais perto do cidadão e uma Reforma Tributária é imprescindível.

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