domingo, 20 de outubro de 2019

Envelhecimento: Processo Doloroso ou Privilégio?


Autora Keity Valim(*)

No dia 1º de Outubro foi comemorado o dia Internacional do idoso.  Durante esse mês é divulgada a campanha Outubro Prateado, onde são feitas ações e eventos com o intuito de sensibilizar  a sociedade sobre os aspectos do envelhecimento e a necessidade de cuidado com a população idosa.

Mas, para você, o que significa envelhecer?

Para algumas pessoas é algo doloroso, para outras pessoas é um privilégio. Mas, uma coisa é fato, envelhecer é algo INEVITÁVEL.

No Brasil 14,3% dos brasileiros são idosos, o que corresponde a 29,3 milhões de pessoas, segundo o Ministério da Saúde. Com essa estatística posso dizer que você que lê esse artigo convive com um ou mais idosos no seu dia-a-dia.

Quando relacionamos o envelhecimento com as doenças físicas tem-se 24,6% dos idosos com diabetes, 56,7% tem hipertensão e a principal causa de internações no Sistema Único de Saúde entre idosos são as doenças do aparelho circulatório. O dado que mais me espanta, e que provavelmente irá te espantar também, é que 75,3% dos idosos brasileiros dependem “exclusivamente” dos serviços do SUS.

Entretanto, falar de envelhecimento é também falar de aspectos não só físicos, mas também psíquicos que envolvem essa etapa da vida. Não é raro quadros depressivos e ansiosos. Muitos idosos são deixados pelos familiares ou não são estimulados a participarem de eventos sociais diante das dificuldades e limitações que possuem, o que favorece o aumento do isolamento social nesta etapa da vida.

Na Inglaterra onde o percentual de idoso em 2039 será de 24,3% já existem campanhas para o combate à solidão na terceira idade. Foi criado também um serviço de 0800 que recebe ligações de pessoas idosas e solitárias.

No Brasil os diretos dos idosos foram regulamentados pelo Estatuto do Idoso. Mesmo com o estatuto temos muito o que melhorar para que essa população possa ter qualidade de vida.  Uma das maneiras seria a sociedade se preparar, diante da mudança populacional que está ocorrendo, para entender que o idoso não é apenas um consumidor, mas que eles podem contribuir como colaboradores. Quero dizer que a inclusão é um caminho para beneficiar esse público que cresce.

Estudos recentes correlacionam períodos repetitivos de pobreza com o envelhecimento precoce. Ou seja, não só a genética, estilo de vida e meio ambiente influenciam como e quando envelhecemos. Pensando no cenário brasileiro, faz-se necessário que os governantes busquem solucionar questões referentes a distribuição de renda da população.  

Diante das mudanças que estão ocorrem mantenho a opinião que muito se precisa fazer para mudar o cenário pouco acolhedor e responsável com o idoso brasileiro.

Fontes de pesquisa

Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia
Estatuto do Idoso (Lei nº 10.741/2003)


* KEITY TEIXEIRA FONSECA VALIM

-Psicóloga Clínica;
-Especialista em Neuropsicologia pelo CEPSIC-ICHC/FMUSP;
Especialista clínica na abordagem analítica – Unicamp;
Experiência como coordenadora pedagógica, formação de professores e assessoria educacional;
contato: keityteixeirafonseca@yahoo.com.br






Nota do Editor:

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