segunda-feira, 17 de julho de 2017

Resiliência Brasil:Um Novo País Está Nascendo Agora




O Brasil se destaca por seu gigantismo territorial e a quase ausência de desastres naturais. Já o Japão possui pequeno território e grandes riscos de desastres naturais, entre eles os terremotos e tsunamis. Mas, se estamos livres dessas tragédias naturais, o mesmo não podemos dizer das tragédias sociais e culturais ou as tragédias políticas e econômicas.

O Japão desenvolveu tecnologias para enfrentar e lidar com as tragédias naturais, não vive tragédias como as nossas, pois politicamente e culturalmente o Japão é um país estável, socialmente e culturalmente homogêneo.

A comparação que faço entre Brasil e Japão visa destacar duas realidades opostas em quase tudo. É preciso muito esforço para encontrar semelhanças entre as duas nações que estão opostas até mesmo geograficamente. Estamos do outro lado do mundo!

O gosto pelo futebol talvez seja uma semelhança, mas até aí, a forma é completamente oposta. Se por aqui a garra e a paixão comandam, por lá, a técnica perfeita é o alvo. 

Eu sempre valorizo muito as diferenças, pois são nelas que podemos nos enxergar corretamente. Entendo ser este o melhor caminho de crescermos como indivíduos e como sociedade: Avaliar e reavaliar nossa trajetória, entendendo nosso contexto, nossa história, nossos valores e objetivos. Conhecer nossas falhas, nossas deficiências e aprender com isso, crescer e superar nossos próprios obstáculos.

O Japão é historicamente um grande exemplo de superação no pós-guerra, mas também se destaca pela capacidade tecnológica, no enfrentamento das tragédias naturais, desenvolveram tecnologias de construção civil que tornaram seus edifícios resistentes aos constantes terremotos no arquipélago. Suas construções possuem grande flexibilidade, permitindo inclinações que evitam rupturas estruturais. Edifícios rígidos como os que são feitos no Brasil, não resistiriam a um terremoto de pequena escala, certamente ficariam comprometidos por rachaduras e trincas. Mas se não temos riscos de terremotos, por que nos preocuparíamos com isso?

O Brasil precisa ser reconstruído!

Não! Não estou falando estou falando de edifícios ou construção civil. Falo na verdade, das Instituições e do projeto de país. 

É preciso reconhecer que jamais vivemos período tão propício para falarmos disso, como esse que estamos vivendo agora. 

O Brasil está uma verdadeira bagunça!

Esta sim é uma afirmação literal. Nosso país passa por mudanças jamais vistas em tão pouco tempo. Os noticiários mostram diariamente os maiores empresários do país na cadeia, junto com alguns políticos de renome e, as maiores autoridades do país estão ameaçadas por acusações diárias de corrupção e outros crimes.

Essa bagunça gera grande desconforto. A crise instalada causa apreensão nas pessoas e nos mercados. Mas acredite, vivemos o melhor momento de mudança possível, pois assim como o Japão do pós-guerra, nós temos a oportunidade de reconstruir o Brasil.

Precisamos aprender com nossas falhas, estudar as razões que nos trouxeram ao caos, identificar os agentes que nos conduziram até aqui e bani-los definitivamente do poder.

Assim como o Japão desenvolveu tecnologias e soluções para seus problemas e tragédias naturais, precisamos também desenvolver soluções para evitar o aparelhamento do Estado Brasileiro e, banir da política esses agentes comprometidos com o modelo de política praticado até aqui, que nos trouxe a esse estado de coisas, a essa bagunça generalizada.

É preciso mudar as pessoas e as ideias completamente!

É difícil para leigos entender como isso é possível, mas se conseguir olhar para o mercado com frieza, poderá observar alguns sinais claros das mudanças positivas que se processam no Brasil.

A principal mudança ocorreu com a radical queda da alienação política, substituída por uma polarização. A eclosão de revoltas populares em 2013 marcou essa mudança fundamental e culminou num despertar político que levou ao impeachment de uma presidente. No caminho, as operações da Polícia Federal amplamente cobertas pela imprensa desencadearam o processo de limpeza que gera a sensação de bagunça atual. 

Toda faxina profunda exige uma certa bagunça, móveis fora do lugar, cortinas arrancadas, cadeiras sobre as mesas e cenários de caos são construídos, somente após a limpeza, a arrumação será iniciada e a casa perfumada e limpa será vista somente ao final.

Essa analogia é de fácil entendimento, porém, poucos são aqueles que conseguem enxergar o final quando envolvidos, como estão, no caos diário, na bagunça gerada por essa situação. Já para os que veem de fora, o cenário é melhor compreendido!

Os mercados internos e externos já conseguem demonstrar expectativas melhores num futuro próximo. Começam a compreender o novo Brasil que eclodiu a partir de 2013. O terremoto atual já encontra edifícios melhor edificados. 

É possível, por exemplo, ver empregos sendo criados em meio a uma crise política sem precedentes. Em maio de 2017, com o atual Presidente da República sendo investigado por corrupção, a indústria automobilística cresceu 25,1% na produção de veículos segundo a Anfavea. Essa é uma notícia impressionante, porque a indústria automobilística gera uma cadeia de produção industrial que movimenta todo um mercado, desde a indústria de peças até os serviços de seguro e financiamento, além do consumo de óleos e combustíveis, pneus e etc.

Fica claro para o mercado que o país amadureceu muito rapidamente, descolando a crise política da crise econômica, embora a imprensa ideológica tente esconder esse fato.

O processo de limpeza do país começa a ser visto pelo mercado, como algo que melhora e fortalece as Instituições nacionais. Algo que ainda não é percebido tão facilmente pelas pessoas comuns. Essas demoram a perceber melhoras, pois estão na ponta da economia e somente vão assimilar melhoras quando houver aumento do emprego formal e na renda, algo que demora a acontecer e, depende de reformas profundas nas Leis Trabalhistas e da Previdência Social que travam os investimentos no país e colocam o Brasil numa situação de atraso em relação as nações desenvolvidas.

O Brasil precisa vencer o corporativismo sindical que inviabiliza as reformas e limitam o país a um salário mínimo ridículo, um sistema que impede a melhoria de renda no país e retroalimenta a pobreza, servindo às corporações e aos sindicatos que sobrevivem desse sistema apodrecido. São muitos os desafios a serem superados, mas a oportunidade é essa, é agora!

A participação popular precisa vencer a polarização e unir os brasileiros pela modernização das Leis, destravar o país e permitir que novas ideias e novas pessoas adentrem à política, substituindo as velhas práticas. 

O processo de cobrança da população tem que ser permanente! É preciso punir os corruptos e eleger pessoas comprometidas com projetos de Leis que endureçam as penas, mas que garantam o Estado de Direito e as Leis de Mercado que garantem a livre iniciativa, a segurança jurídica e as liberdades individuais, incentivando o empreendedorismo e garantindo oportunidade de desenvolvimento dos potenciais de cada indivíduo, daqueles que trabalham e produzem a riqueza do nosso país. 

É preciso entender que políticos corruptos precisam ser banidos definitivamente da vida pública. Leis duras que impeçam que estes participem de pleitos novamente, após condenação em última instância, precisam ser criadas e a recuperação de bens e dinheiro de corrupção precisam atingir a todos. Sem desfrutar dos bens adquiridos com dinheiro de corrupção, com bloqueios e recuperação, a prática da corrupção será inviabilizada. 

Não podemos deixar passar esse momento. Precisamos eleger pessoas comprometidas com essas bandeiras e exigir a modernização das Leis e viabilização do país.

O Brasil já deu demonstrações ao mundo de sua vocação para grande potência econômica. Mesmo diante dessa crise absurda que vivemos, nossa agropecuária cresceu o dobro da Norte Americana. 

É preciso deixar o derrotismo de lado e seguir em frente para transformarmos o Brasil numa nação admirável. Não podemos nos deixar levar pela descrença pregada por ideológicos que querem o poder somente para si. O Brasil é grande não somente em sua geografia, mas sobretudo, no seu potencial e na resiliência que faz o mundo olhar para nós admirados nesse momento. Veja o Brasil com um olhar de fora e trabalhe pelo nosso país, se engajando, se envolvendo e fazendo você a diferença. 

Política não é para bandidos como tentam fazer você acreditar. Política é para todos aqueles que acreditam e amam o seu país.

POR ALUISIO NOGUEIRA












É Escritor, Romancista, Terapeuta, Consultor de Empresas e de Economia

Nota do Editor:
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