sábado, 11 de maio de 2019

A Magia da Ação


Autora: Maria Cristina Tófoli




Leio a frase abaixo há anos. Deparo-me com ela em sites, mídias sociais, textos educativos, textos de autores conhecidos e amigos educadores:

"Ensinamos conteúdos do século XIX, em ambiente do século XX, para jovens do século XXI". 

O que de fato é preciso ensinar aos nossos pequenos alunos, futuros jovens, adultos de sucesso?

Para iniciar, acredito na ideia de que todas as escolas precisam saber e ter, bem claro, a sua tarefa ao formar seus alunos (incrível, mas há ainda, as que não têm). Mais que regimentos e planos pedagógicos atualizados e bem formulados, é preciso ter professores interessados! Professores responsáveis e bem formados. Que acreditem (e conheçam) o poder do conhecimento através de conceitos bem aplicados, que saibam conquistar seus alunos nos aspectos afetivos e emocionais, aspectos fundamentais para os dias de hoje. É preciso professores excelentes, em que gestores, pais e alunos possam confiar. 

Sabemos que uma enorme quantidade de estímulos surgiu no século XXI, com várias ferramentas e fundamentos para o cumprimento de exercícios e conteúdos, nem sempre para suprir a demanda pedagógica, mas também às necessidades de mercado. O que fazer com essa realidade, que não me parece tão complicada assim?

Acredito que, com a nova demanda de alunos hiperestimulados, com focos diversificados e com diferentes interesses, é impossível aprender sem uma organização de sala e, como base principal, a meu ver, os alunos necessitam de um ambiente preparado + professor preparado. Espaços preparados e que cause entusiasmo em aprender. Assim, a aprendizagem fica mais fácil e acontece. É impossível aprender ou ensinar algo, sem a organização, sem esforço de ambas as partes, aluno almejando o saber, professor desejando o ensinar. 

Não saber como ensinar as crianças do século XXI não acredito que esteja conectado às novas exigências ou modelos de ensino. É preciso saber o que ensinar, como, para quem e o quê. Independe de tempo e local. Sem medo, saber o que desenvolver com os alunos, e com propriedade promover a construção da vida escolar desse aluno.

Se concentrar na tarefa principal, que é oferecer a base intelectual, dando-lhes conhecimentos, preparando-os para a vida, transmitindo-lhes uma cultura que lhe dê uma visão do social, da cidadania, do conhecer o ser especial que somos, que o professor é a autoridade e é preciso respeitá-lo como os colegas, já estaremos fazendo um belo trabalho nesta vasta missão que temos.

Educar sem medo! Porque regras e combinados devem existir sempre, ética e cidadania, valores e princípios nunca sairão de moda. A boa didática do professor traz o desempenho para o sucesso dessa vivência/aprendizagem. 

A simples explanação que faço menção à frase de reflexão é para que não nos prendamos a ideias formadas e às frases de impactos.

Outro dia, em uma gostosa discussão com colegas de profissão, falávamos sobre uma frase dita por alguns: "Aquela escola ainda utiliza carteiras, uma atrás da outra". Falávamos da disposição das cadeiras enfileiradas em sala de aula e que ainda hoje algumas resistem a essa posição, como se fossem elas as "culpadas" de um ensino retrógrado.

Na verdade, cabe ao professor à ideia e a didática de como mudar isso, sua forma de pensar, agir e até mesmo, movê-las de lá. Em 1995 eu já fazia mudanças incríveis nessas fileiras/salas, ministrando aulas em fazendas, com salas multisseriadas no interior de São Paulo. Criatividade era o meu forte. 

Professores inteligentes e com atitude, com interesse e estudo constante, ensinam ricamente conteúdos em qualquer tempo, propiciando ambientes adequados e para alunos de qualquer época.

Professores, vocês são os grandes responsáveis pelo belo futuro que teremos. Não tenham medo de arriscar, de fazer diferente – sempre com responsabilidade. Só assim encontraremos novos caminhos de sucesso e novos modelos, em busca de novas reflexões, planejando e replanejando sempre. 

O professor inteligente é aquele que vai além do domínio de um conteúdo. É aquele que aplica a inteligência emocional com sensibilidade, o conhecimento com a boa didática, o compromisso com amor à profissão, em qual tempo for, e que esteja atento a cada aluno, mesmo no meio de um universo deles, e que, assim, consiga captar a sua atenção, entrar na mente de cada um, transformando-o, se possível em um adulto feliz! Isso não tem preço, nem tempo!

Com carinho,
Cristina

*MARIA CRISTINA TÓFOLI













        
-Formada em Magistério/ Especialização em Educação Infantil/ Pedagogia;
- Há mais de de 25 anos na área da Educação, exercendo funções como: 
    -Professora Educação Infantil e Ensino Fundamental I e
    -Coordenadora Pedagógica em escolas particulares no segmento da Educação Infantil ao Ensino Médio; 
Nos últimos anos atuou como Assessora Pedagógica em Editoras atendendo professores, coordenadores e diretores em SP e interior.

Nota do Editor:

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