segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

O Flagelo Petista

O presente texto procura investigar os resultados obtidos ao final do governo Dilma, no que diz respeito ao cenário econômico legado ao país pelo PT, com o objetivo de esclarecer aos leitores, com base em dados reais, diante das informações controversas veiculadas pelas mais variadas formas de divulgação, não raras vezes utilizando-se da técnica funesta da desinformação.

Em 31 de agosto de 2016, o Senado Federal afastou Dilma Roussef do cargo de Presidente da República, pela expressiva votação de 61 votos contra 20, ao apreciar a proposta de impeachment já aprovada anteriormente pela Câmara dos Deputados.

A conjuntura econômica daquele momento indicava um quadro de colapso sem precedentes na história econômica do país. Para tentar explicar (abdicando do economês para melhor compreensão de todos), selecionamos algumas variáveis macroeconômicas que poderão ilustrar o "legado" de Dilma e do PT, acerca da economia nacional.

A tabela que segue demonstra o estado geral da economia no momento da queda de Dilma, confrontada com os dados referentes a setembro do corrente ano para efeitos de comparação.


1. COMPORTAMENTO DA INFLAÇÃO: o Brasil adota o regime de "metas de inflação", onde os policymakers determinam a taxa de inflação a ser perseguida (atualmente de 4,5% a.a. como centro da meta), com uma tolerância de 2% para cima ou para baixo. No período em que nos propomos a analisar (final do governo Dilma), a inflação jamais esteve no centro da meta, ficando invariavelmente situada ao redor do teto (6,5% a.a.), sendo que, em 2015, atingiu inaceitáveis 10,67% a.a. e, por ocasião da sua queda estava em 9,28%, o que causou um desarranjo geral nos preços e a degradação do poder de compra dos salários penalizando, principalmente, as camadas de menor renda;

2. TAXA DE JUROS (SELIC) /PRODUÇÃO INDUSTRIAL: o legado petista contemplava uma taxa de juros anual de 14,25%, tendo como resultado uma brutal transferência de recursos da sociedade em benefício do capital financeiro estéril, que abocanhava algo em torno de 1 /3 dos recursos do orçamento nacional. Na esteira desta insanidade, a alta taxa de juros causa uma retração nos investimentos da economia real, causando recessão e desemprego. Consequência disso, a produção industrial apresentava uma retração de 9,8%. Para que se tenha uma ideia, somente na indústria automobilística a redução medida foi de 24,3%;


3. PIB: este importante indicador (quantidade total de bens e serviços produzidos pelo país), conheceu o recorde da história econômica do Brasil, com uma taxa negativa de 5,4%, resultado este que não tinha sido verificado nem mesmo na maior crise do sistema capitalista (1929). O governo petista conseguiu este recorde negativo pela incúria e incompetência dos seus quadros, aliada a um “projeto” em que o caos econômico se torna necessário para a tomada permanente do poder (inspiração Gramsciana clássica), o que impactou deletereamente as exportações, importações e o saldo da balança comercial, conforme se verifica na tabela mencionada; e

4. POSTOS DE TRABALHO: o quadro de degradação econômica verificado resultou naquilo que poder-se-á dizer ser a pior chaga social: DESEMPREGO! "Queimaram-se" quase 450 Mil postos de trabalho e instalou-se um clima de desespero na população economicamente ativa. Trabalhadores vagavam em busca não só de um posto de trabalho para o seu sustento e de suas famílias, mas almejando a sua dignidade perdida juntamente com o desemprego.
Os nefastos resultados da irresponsabilidade política, incompetência gerencial e desonestidade pessoal daqueles que ocuparam o poder por longos e tenebrosos 13 anos, atrasaram o país por, no mínimo uma geração, de vez que a recuperação será penosa, dolorida e de longo prazo.

Por outro lado, apesar dos resultados que indicam claramente uma recuperação geral na economia (pelo menos não são incompetentes), não se está aqui a chancelar a politica econômica adotada pelo atual governo que privilegia os interesses do capital financeiro estéril em detrimento de um projeto de nação ainda inexistente.

Aliás, "projeto de nação" é o fator preponderante que nos distingue desfavoravelmente dos países considerados desenvolvidos. O Brasil caracteriza-se por ficar a mercê de grupos que se alternam no poder, cada um com objetivos próprios e descomprometidos com o futuro da nação.

O objetivo deste artigo foi a análise sob a óptica econômica, mas não foge do nosso horizonte o clima de desagregação social implantado com a política perversa do "nós contra eles" que ameaça dividir o país de forma criminosa pelo confronto direto entre irmãos.

Em face disso, ao se avizinhar um ano eleitoral com a finalidade de elegermos o próximo Presidente da República, deve-se refletir no que pode representar uma eventual volta destes (ir)responsáveis pelo triste quadro antes exposto. Para que se possa evitar esta catástrofe, é importante que aquelas camadas mais esclarecidas passem a adotar uma postura eminentemente didática junto aos nossos irmãos que não puderam ter melhor formação, pois são eles as "presas fáceis" deste populismo esquerdopata delinquente que habitaram o poder nos últimos 20 anos. 

POR FLÁVIO JOSÉ CARPES SANTOS



-Economista e Professor Universitário;
- Graduação em Economia, Mestrado em Desenvolvimento Econômico e Doutorado em Economia Social;

- Economista da Carpes dos Santos Assessores Econômicos e Gestão de Crise.


Nota do Editor:

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