segunda-feira, 20 de julho de 2015

Emoção por Encomenda




Em postagem anterior (05/07/2015) na seção Psicologia deste blog http://oblogdowerneck.blogspot.com.br/2015/07/psicologia.html) encontrei artigo interessante sobre classificação das emoções, donde me fascinou um detalhe no meio da leitura da compilação por Maria de Fátima Estimado Corga, do estudo de Eric Berne, onde ele classifica as emoções básicas do ser humano. O Afeto está entre as cinco. E diz que “desde a detonação da carga emocional até seu efeito corporal, podemos identificar três tempos da emoção: Sentir, Expressar verbal e Atuar corporal. Diz ainda que o afeto é emoção presente no amor, em seus diversos rótulos. 

Não pude parar de pensar nisso desde essa leitura, e não é por outra coisa, senão que desafios são para mim, como botões vermelhos que sempre me tentaram. 

Reparando na sequência dos tempos da emoção, eu me detive na relação que elas guardam entre si e na possibilidade (eis meu desafio), do “expressar verbal” sob encomenda. Então vou esclarecer isso. 

Se “as palavras têm substância e poder, representam o fio de ouro do pensamento, das crenças dos sentimento”, como verbalizar uma emoção sem percorrer um a um, esses passos, senão pela mentira? Assim eu trouxe a mentira à luz dessa verdade. Por ela pode-se escrever até cartas de amor. 

Na nossa busca constante pela verdade, costumamos repudiar todo conteúdo que não corresponde à verdade pura, e não é sem razão que desprezamos a mentira. Mas a verdade é que todo ser humano mente. A verdade é que necessitamos da mentira quase tanto quanto da verdade. Necessitamos dela se precisarmos nos defender ou a outrem que dela se nutra. O difícil é fazê-lo sem prejuízo. É tão sutil a alma da mentira, que às vezes precisamos chamá-la de omissão para que ganhe uma conotação menos malvada. 

Não estou aqui em defesa da mentira, mas não posso deixar de pensar em momentos em que ela é tão necessária, que eu poderia dizer “bem vinda”, mesmo. E quantas vezes está tão presente em nossos gestos, na tentativa de guardar reais sentimentos, emoções e proteger os tais três passos que Eric Berne descreve tão bem em seu estudo...?

Viva a mentira! como camuflagem, como proteção, como consolo. Não mentimos somente quando trocamos a verdade por inverdade, mas quando atuamos sob disfarce visando um benefício maior, um sentimento de conforto. Nesse instante a mentira pode ser uma aliada e é mesmo um bálsamo.

Voltando aos três passos percorridos pela emoção, fico me perguntando, até que ponto é possível mentir no decorrer desses estágios... e se isso depende de um talento especial que a princípio não existe em todas as pessoas, mas que pode ser aprendido e aperfeiçoado? Sentir e não demonstrar (e vice versa) é uma forma de mentir? ..e isso é tão mentira quanto verbalizar e não sentir? Camuflar o atuar corporal é também mentir? 

Por MÔNICA TORRES



-Desenvolvedora de Softwares por formação.
-Minhas habilidades incluem:
  -Desenvolvimento de sites em linguagem voltada para WEB.
  -Edição de Imagens e Vídeos - Restauração MEU BLOG
- Elaboração, revisão e correção de textos.
- Elaboração de artigos de caráter reflexivo e de cunho social e político para blogs e sites.

4 comentários:

  1. Sim, a mentira é tão necessária, tão útil e ao mesmo tempo tão perniciosa e tão destruidora como a verdade tb o é! A questão está no bom senso do uso de ambas. E para isso, eu teria que descorrer horas e horas sobre o tema da péssima aplicação de uma e de outra e suas consequências. Vou apenas me limitar a dizer que seu texto como sempre impecável e abrindo leque do conhecimento. Parabéns, amiga! Orgulho de vc. Bjs

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    1. Grata por sua presença, querida! Me enche de satisfação tê-la aqui. Abçs!

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  2. O problema da mentira na verdade...rsrsr (creio), são os seus efeitos colaterais, que considero muito mais maléfico, que qualquer outro "beneficio" que lhe sirva de justificativa....rsrsr

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  3. Ponto! Muito bem, Oliveira!! Em geral a mentira é ruim. Mas às vezes é o único recurso de alívio e consolo, para aqueles cuja verdade é sentença de morte. Obrigada, amigo querid

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