segunda-feira, 16 de setembro de 2019

Economia: Uma Ciência Humana



Autor: Aluisio Nogueira(*)

A economia é uma ciência humana e não exata como é percebida por muitos. Ninguém em sã consciência desprezaria a importância da economia na vida das pessoas, de todos nós, sua abrangência e o quanto implica na sociedade. Presente em quase tudo, implica na qualidade de vida de tal forma que a saúde financeira é um tema presente no dia a dia, mas ainda assim negligenciado nas escolas e na formação básica do brasileiro.

A economia opera em várias áreas, na macro economia que trabalha com expectativas futuras decorrentes das ações de mercado, de governos e do comportamento da economia mundial, mas também no micro, a chamada economia das pessoas, o consumo e comportamentos que indicam as mudanças sociais provocadas por evolução tecnológica ou variações de mercado se refletem direta ou indiretamente na produção, no consumo, no emprego, na geração de riquezas, impostos e que move o desenvolvimento.

A complexidade das matérias econômicas e suas implicações precisam ser enfrentadas, exatamente por sua importância na vida das pessoas. Entendo como primordial ao desenvolvimento de um país que sua população aprenda a lidar com dinheiro, com endividamento e com rentabilidade.

O brasileiro é conhecido por sua criatividade e "jogo de cintura", capacidade de buscar soluções e tomar decisões diante de crises, mas também é conhecido pela desorganização na administração das finanças, pelo alto grau de endividamento e mais recente, pelos índices de inadimplência que cresceram de forma assustadora. Nos anos 90 os índices de inadimplência no Brasil eram muito baixos em comparação com países ricos, europeus sempre tiveram altos índices de inadimplência, mas no Brasil o crescimento desses índices está muito elevado hoje em dia.

Defendo que matérias sobre economia e administração de finanças faça parte do currículo escolar básico, se ensine a desenvolver um orçamento familiar e também se desenvolva matérias de administração de pequenos negócios e noções sobre mercado, investimentos e funcionamento da economia.Assim como a Justiça e o funcionamento do Direito está cada vez mais presente na vida das pessoas, o conhecimento das Leis e da técnica jurídica!

As pessoas hoje sabem o nome dos ministros do STF, o time de 11 ministros se tornou mais famoso que os nomes da seleção brasileira. Esse fenômeno, muito positivo diga-se de passagem, decorre dos problemas vividos pelo brasileiro com os recentes crimes de corrupção e que atingiu os poderosos da nação. A Justiça tornou-se uma matéria que apesar de complexa passou a fazer parte da vida das pessoas, próxima mesmo dos mais simples que hoje têm informações de como ela funciona, um legado da operação LavaJato e das ações penais hoje largamente difundidas pela imprensa e pelas redes Sociais.

Nos anos 80 vivemos na economia o que o Direito vive hoje na sociedade brasileira. Os brasileiros viveram uma época de hiperinflação, correção monetária, indexação da economia, congelamento de preços, mudança de moeda e vários e vários planos econômicos subsequentes. Essa experiência difícil e traumática na economia, trouxe um grande debate sobre a matéria e o tema se tornou popular na sociedade brasileira, assim como hoje o Direito e as questões da Justiça, das Leis, da política e ações contra a corrupção são comuns hoje e estão inseridas nas conversas não só entre especialistas, mas em todas as comunidades e até no churrasco de final de semana.

As experiências dos anos 80 não se perpetuaram, as gerações mais novas não dispõe das informações vastas sobre economia como vivemos nós de gerações passadas, que vivenciamos essas experiências traumáticas que foram, como o plano Collor, mas nos deram uma experiência importante sobre a economia e sua influência na vida das pessoas, do país e do mundo.

Por isso defendo que essas experiência devem se perpetuar através do ensino básico, até para que não voltemos aos mesmos erros que nos levaram às experiencias traumáticas dos anos 80.No Direito idem! As experiências vividas agora contra a corrupção e o funcionamento das Instituições do Direito devem ser perpetuadas através de matérias no ensino básico, capazes de instruir todo cidadão sobre o funcionamento do Sistema de Justiça, jamais deixar se perder essa cultura jurídica, tão fundamental para uma população, basta ver a participação atual dos brasileiros no campo político e como isso tem cooperado para que o Brasil se reorganize e reencontre seu caminho com o desenvolvimento.

O conhecimento é a base para o desenvolvimento de uma pessoa, uma organização e um país. Economia e Direito são tão fundamentais na nossa vida que devem ser ensinados desde cedo, através de uma didática simples, mas capaz de formar uma população preparada para transformar o Brasil e suas próprias vidas.

Essa excelência pode parecer um sonho distante, mas como todo sonho precisa ser mais que sonhado, precisa ser pensado e implementado, ainda que aos poucos. O interesse existe e é óbvio, basta olhar para as transformações na sociedade brasileira nesses últimos 6 anos, sobretudo no cenário político, jurídico e econômico, esse último com abertura recente ao liberalismo, algo impensável à 10 anos quando nossa sociedade estava mergulhada numa política socialista e aprofundava o gigantismo do Estado brasileiro com Guido Mantega e suas viagens ideológicas pela economia que trouxeram o país a sua maior crise econômica em toda a sua história.

Fico feliz em ver jovens interessados em conhecer mais sobre o liberalismo econômico, ver essa prática que transformou nações miseráveis em nações ricas em poucas décadas, agora ser debatida intensamente nos meios acadêmicos e ser tema de palestras e grande profusão no Brasil, não mais de forma embrionária, mas de forma objetiva e ostensiva. É maravilhoso para mim que assistia encantado a entrevistas de Roberto Campos nos anos 80 e 90, quando ele próprio admitia ser uma espécie de João Batista que pregava no deserto, falava de leis do mercado, de riqueza e de desenvolvimento para cegos socialistas que sonhavam com um Estado cada vez maior, mais ineficiente, corrupto e insustentável.

Roberto Campos sabia que a bolha do socialismo sempre estoura do lado mais fraco, ou seja, os pobres! No Brasil não seria diferente, não é em lugar nenhum do mundo! A prosperidade do socialismo sempre dura muito pouco, alguns anos, a miséria é o resultado final dessa política econômica falida que congrega inúmeros políticos fanáticos pelo Poder, pela riqueza e por pobres, esses últimos, desde que não sejam eles próprios ou seus amigos.

Não há outra forma de desenvolver o Brasil e perpetuar esse desenvolvimento que não seja pela educação e conhecimento, mas esses precisam ser bem realizados. Essa deve ser a nossa principal luta, para cada brasileiro que ama o seu país.    

*ALUISIO NOGUEIRA






É Escritor, Romancista, Terapeuta, Consultor de Empresas e de Economia 







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