domingo, 6 de maio de 2018

Proposta da Psicologia Positiva




 A psicologia positiva surgiu em um momento onde a psicologia tradicional se preocupava basicamente com as patologias dos seres humanos. A psicologia que foi estudada por muitos de nós nas universidades, se ocupa e se ocupou durante décadas, em desenvolver estudos relacionados à doença mental sem considerar o lado saudável das pessoas.

O movimento da Psicologia positiva, iniciado pelo psicólogo Martins Seligman, que foi presidente da associação norte-americana de psicologia em 1998, não desconsidera os avanços e benefícios que a psicologia tradicional realizou ao longo de sua história, desenvolvendo formas de minimizar os sofrimentos apresentados pelas pessoas em seus relacionamentos e no ambiente em que elas vivem. Para Seligman, tratar não significa apenas consertar o que está com defeito mas também cultivar o que temos de melhor. 

O que seria então a psicologia positiva? Quais são os seus objetivos? 

É o estudo científico das virtudes e qualidades humanas, que são causadoras de emoções positivas. Um novo enfoque científico nas qualidades,na resiliência. Com este conhecimento, nós seres humanos poderíamos ter vidas mais felizes e satisfatórias. 

Esta sugere, que nós tenhamos um equilíbrio com relação a totalidade dos seres humanos. Acreditamos que uma pessoa que sofre de algum tipo de patologia ,não deve ser vista apenas como portadora de uma dificuldade, ela não é 100% doença, ela tem um lado saudável que está sendo ocultado. Por esta razão, não consegue enxergar as possibilidades de resoluções que existem nela mesma, que poderiam ser usadas para solucionar os problemas existentes em sua vida. 

Segundo Barbara Fredrickson (2009), qualquer tipo de positividade, não importando de que forma ela nos é apresentada, gera emoções positivas, abrindo nossas mentes e nos dando uma nova perspectiva de vida. Através dessas emoções, enxergamos cada vez mais possibilidades, o mundo se apresenta de forma expandida, surgindo novas motivações, aumentando assim, o ciclo de positividade.

Para Fredrickson (2009), nós seres humanos, sabemos que a positividade é de grande importância para o nosso desenvolvimento e crescimento, e por consequência, temos a tendência a nos aproximarmos de fenômenos que nos deem emoções positivas, buscando absorver o máximo de positividade, ampliando mais e mais as nossas mentes, chamado de efeito de ampliação pela autora. 

Ao nosso ver, a positividade pode ajudar as pessoas a produzirem e atingirem suas metas, uma vez que amplia as suas variadas visões de mundo, fazendo com que elas vejam possibilidades em áreas específicas de suas vidas, onde elas não conseguiam perceber e enxergar. 

Esse efeito de ampliação é temporário. A positividade pode ser ameaçada constantemente pela negatividade, fazendo com que a nossa mente entre em um ciclo de expansão e retração. Ao mesmo tempo em que a positividade amplia a mente, gerando novas possibilidades e aumentando consideravelmente o nosso poder de visão do mundo, a negatividade pode surgir com efeito contrário, retraindo-a rapidamente, e como consequência, a retração da nossa visão do mundo, levando a diminuição de novas possibilidades. 

De acordo com o Modelo Cognitivo de Beck, podemos dizer que as distorções cognitivas (erros de interpretação) levam a negatividade. Uma mesma situação pode ser interpretada de forma diferente por indivíduos que vivenciam a mesma. Com essa perspectiva podemos dizer que a cognição (pensamento e interpretação) influencia a negatividade na forma de pensar e interpretar, levando-nos a cometer erros cognitivos que poderão nos afastar de nossas metas estabelecidas. Assim, poderíamos desconsidera-las, não acreditando mais em nossas potencialidades para alcançar nossas metas.

A proposta da Psicologia positiva é que possamos explorar as qualidades e virtudes das pessoas junto com suas dificuldades, para que elas possam atuar de forma mais ativa em seu ambiente, resolvendo seus problemas com o que elas já possuem de saudável. Dessa maneira, se tornaram mais produtivas, tendo como resultados, mais satisfação pessoal, controle do ambiente em que vivem, tornando-se pessoas mais felizes e com capacidade de se fortalecerem frente às dificuldades. O resultado seria o aumento e a potencialização de seus recursos próprios de enfrentamento para alcançarem e formularem metas dentro do ambiente em que vivem. 

Segundo Snyder e Lopez (2009), a psicologia positiva é um enfoque científico e aplicado na descoberta das qualidades humanas e da promoção de seu funcionamento positivo. Ela sugere um equilíbrio em relação à abordagem tradicional da psicologia, sugerindo que devemos explorar as qualidades das pessoas junto com seus defeitos, auxiliando para terem vidas mais felizes e produtivas. Como Martin seligman (1998) relatou, seria uma ciência das qualidades e da resiliência, que poderia fortalecer as pessoas saudáveis ou com alguma patologia, tornando-as mais produtivas, bem como realizando o potencial superior dos seres humanos. Para Snyder e Lopez (2009) seria importante para nós seres humanos termos a capacidade de capitalizar as características humanas mais fortes, e com isso, gerar mais emoções positivas, que seria um dos objetivos da psicologia positiva. Devemos promover o que é bom, em lugar de deixar o que é ruim controlar nossas vidas. Fazer com que o que temos de bom triunfa sobre o que temos de ruim.

POR RAMIRO A.BARBOZA











 -Psicólogo –CRP 05/34298; 
-Pós graduado em Terapia Cognitivo Comportamental;
-Consultórios no Rio de Janeiro e Juiz de Fora 
-Tel: 21 9 6945-8074

Nota do Editor:

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Um comentário:

  1. Também penso assim. Quando se enaltecem os aspectos positivos de uma pessoa, ela imediatamente reconhece sua autoestima. Com isso ela poderá enfrentar melhor suas negatividades. Em outras palavras, o lado benéfico bem aproveitado fará esmorecer outras dificuldades que a pessoa possa apresentar .

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