sábado, 30 de maio de 2020

Metodologias Ativas nas Salas de Aula


Autora: Márcia de Carvalho(*)


Sabemos que a profissão de professor está em constante transformação e é repleta de muitos desafios. Todos nós conhecemos algum professor na família, no grupo de amigos, no convívio em algum círculo social ou de amizade. 

Esta é uma profissão que envolve muita responsabilidade, apesar de não ter, nos dias de hoje, o reconhecimento que merece. Um dos objetivos mais importante para o professor é a formação dos seres humanos que passam pela sua vida, tornando-os críticos e aptos para convivência em sociedade e em sua jornada profissional. 

Esta profissão possui inúmeros desafios cotidianos, portanto precisam estar em constante aprimoramento, melhorando suas práticas, estudando e lendo muito, pois o mundo de hoje e os sistemas de aprendizado está em constante mudança. 

Devido ao salário defasado em algumas instituições públicas e privadas, muitos professores tem que lecionar em duas ou mais escolas para manterem suas contas em dia, sendo assim, a falta de tempo a maior dificuldade em manter a qualidade de vida e o equilíbrio, conciliando assuntos pessoais e profissionais, afetando assim de forma muito negativa em sua vida.

Lidar com pessoas é sempre um grande desafio em qualquer profissão, imagina um professor em uma sala de aula com 30 alunos em média, cada aluno com seu estilo, suas características e suas dificuldades? Pois bem, o professor tem que instigar o interesse de todos os alunos, com um conteúdo único, respeitando as particularidades de cada um em uma sala de aula homogênea e com o maior número de participantes possíveis. 

Além disso, o professor deve identificar, entender e ajudar os alunos em suas dificuldades, onde principalmente as dificuldades contribuem para o baixo rendimento e a evasão escolar. 

Em uma instituição particular, o trabalho tende a ser um pouco mais fácil, visando que a escola possui profissionais qualificados como orientadores, psicólogos e o apoio dos pais, na maioria das vezes, para sanar e buscar soluções para tais dificuldades. 

Já nas instituições públicas, essas intervenções tentam ser amenizadas por professores e coordenadores. Alguns pais até demonstram interesses e colaboram, na medida do possível, mas encontram -se engessados, devido ao serviço público de saúde e ao CAPS onde as consultas demoram para ser marcadas, terapias são feitas em grupos, dificultando muito para um diagnóstico preciso e efetivo para esses problemas. 

Os professores, muitas vezes se desdobam e procuram atividades diversas para trabalhar em todas competências da área, diversificando as atividades para atender melhor todos os alunos. Um assunto muito abordado dentro e fora das salas de aula também, são as competências socioemocionais, muito importantes em sala de aula e estão previstas na BNCC (Base Nacional Comum Curricular), onde inclui estas competências para a formação integral do aluno. 

O uso das mídias tecnológicas, celulares e tablets em sala de aula também é outro recurso, que se utilizado de forma assertiva, pode contribuir e muito na aprendizagem dos alunos, onde também é citado na BNCC para que professores e alunos aprendam e administrem da melhor forma. 

Diante de tudo citado aqui, vimos que a formação continuada do professor é de suma importância, mas nada é tão importante quanto ter um planejamento escolar adequado, incluindo as metodologias ativas, englobando diferentes práticas em uma sala de aula, tornando o aluno um protagonista em sua jornada educativa. 

A ideia, em geral, é estimular o aluno a construir seu próprio conhecimento, envolvendo-o de forma ativa. Com este objetivo, percebemos que existem várias abordagens que podemos utilizar no trabalho em grupo ou individual para que a aprendizagem seja mais efetiva, como a aprendizagem baseada em problemas, a sala de aula invertida ou com o design thinking, tornando assim, o professor um companheiro do aluno e não uma figura detentora do conhecimento. 

A aprendizagem ativa reflete de diferentes maneiras no processo ensino-aprendizagem, sendo elas em aulas presenciais ou no ensino a distância, proporcionando experiências e imersão, permitindo com que cada aluno reconheça a melhor estratégia para seu aprendizado. Sendo assim, o professor passa a ser um mediador, ajudando o aluno a pensar e aprender de acordo com sua forma de pensar, com objetivos mais claros e com a metodologia adequada, dentro do seu próprio tempo, reforçando e valorizando os saberes e sua construção, identificando os recursos que funcionam melhores para si. 

No aprendizado a distância também podemos utilizar as metodologias ativas, como uma das práticas mais importantes, pois exigem muita autonomia e comprometimento, principalmente nos fóruns, chats e outras tarefas com características e abordagens colaborativas, utilizadas como soluções na distância entre professor e aluno, tornando a aprendizagem ainda mais dinâmica com toda essa interação digital, levando o aluno a elaborar ideias e explorar saberes. 

Esse novo sistema de educação tem ajudado para melhorar e modificar as aulas tradicionais, trazendo os modelos híbridos onde os alunos tem atividades mais interativas, vídeos e encontros presenciais, centralizando nas competências e saberes do que nas próprias tecnologias, aprimorando a autonomia, a autodisciplina e maturidade do aluno em seu próprio aprimoramento. 

Referências 

MOURÃO, JANAINA. Fundadora da EducaEthos, formação de professores pautada na humanização. Disponível em https://educaethos.com.br/

LILIAN BACICH. Metodologias ativas para uma educação inovadora. Série Desafios da Educação. Editora Penso;

NAVARRO, MAIRLOS. Coordenador do Núcleo de Educação a Distância e Ensino Hibrido. Universidade São Judas Tadeu.

MÁRCIA DE CARVALHO


-Pedagoga formada pela Universidade do Grande ABC, Santo André, SP;
-Especialista em Ensino Fundamental, problemas de aprendizagem, com Especialização pela Faculdade Campos Elíseos em Direito Educacional, Educação Especial e
-Especialização em Novas Metodologias pela PUC;

-Professora há 20 anos, lecionando desde a educação infantil em colégios particulares e há 5 anos no ensino público do Município de São Paulo

Nota do Editor:

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