domingo, 13 de agosto de 2023

História, Ciência e Hipocrisia


 EDIÇÃO ESPECIAL EM HOMENAGEM AO DIA DO ECONOMISTA

Autor: João Luiz Corbett(*)

No século XII na região de Genova – Itália nascia o que futuramente seria chamada de carta de crédito e/ou de letra de câmbio. Era o impulso inicial para o incremento das negociações de compra e venda sem a necessidade de pagar e receber em moeda corrente.

O comércio interno dos países estava alavancando volumes cada vez maiores de transações interligando comerciantes e produtos diversos, em uma velocidade que exigia ferramentas que ao mesmo tempo fornecessem segurança contra roubo e garantia de recebimento.

Ainda no século XII em Veneza - Itália surgiu o primeiro banco, que por incrível que pareça conta a história que sua criação se deu para financiar monarcas em suas guerras.

O que se sabe é que o comércio interno e internacional foi o grande impulsionador do desenvolvimento das nações. A superação das guerras de pilhagem e pirataria pela importação e exportação de produtos, além de render mais recursos era mais segura e favorecia o entendimento entre as nações.

O surgimento de pequenos produtores aliado às indústrias naval e ferroviária chamava a atenção dos estudiosos e nesse cenário surge Adam Smith e seu famoso livro "Uma investigação sobre a Natureza e a Causa da Riqueza das Nações".

Ao estudo da produção, distribuição e consumo de bens e serviços deu-se o nome de origem grega e latina de economia.  Tornou-se ciência e adotou diversas ferramentas que a tornaram segura e determinante da administração pública, empresarial e pessoal.

Em 1968 foi criado o Premio Nobel de Economia sendo o primeiro premio entregue em 1969 justamente a dois economistas que desenvolveram modelos dinâmicos para análise de processos econômicos. Em 1971 Simon Kuznets ajudou o Departamento de Comercio dos Estados Unidos a criar o a medida do Produto Interno Bruto – PIB.

Milton Friedman em 1976 ganhou o premio Nobel pela sua análise de consumo, teoria monetária e estabilização econômica. Em 1982 George Stigler desenvolveu a teoria de que grupos de interesse e outros agentes políticos usariam seus poderes coercitivos de governo para moldar leis e regulações que lhes fossem favoráveis. Isto parece familiar a vocês?

Poderíamos continuar a citar outros trabalhos e economistas homens e mulheres que criaram, analisaram e desenvolveram metodologias que buscam incessantemente demonstrar que a capacidade inventiva e criativa do individuo aliada à ciência econômica faz a riqueza das nações.

Economia é a ciência que estuda como administrar a carestia e o excesso, os recursos pessoais e públicos, aplicar e gerir bens e serviços, investir e diversificar recursos financeiros, com metodologia e técnicas apropriadas. Uma ciência que como as demais não permite invencionices e planos mirabolantes.

O desenvolvimento econômico de uma nação se dá pela iniciativa de indivíduos que criam negócios, empresas e oportunidades que geram empregos e pagam impostos. Buscar crescimento de outra forma é enganoso e temerário.

Vivenciamos planos econômicos mirabolantes, coercitivos e dilapidadores do patrimônio publico e privado na busca por melhorar as contas públicas e levar a estabilização financeira. Apenas um o Plano Real deu resultado não apenas por sua estrutura e pela forma como foi implementado mas também porque contava com um uma equipe de governo que à época foi firme politicamente.

Atualmente estamos a ser brindados com um "plano" econômico no momento em que o país vive estabilização econômica e financeira. Para que então um novo “plano”? Para gastar mais sem ter a responsabilidade de respeitar o total de recursos arrecadados.

O governo seja ele qual for não gera dinheiro, todo o dinheiro que o governo tem foi tirado do trabalhador que comprou bens e serviços pagando impostos. Gastar mais do que se arrecada gera inflação. Todo aquele que tem conta em banco e gasta mais do que recebe vai entrar o cheque especial e pagar juros, até o ponto que atinge o limite do cheque especial e entra em "default". Vai quebrar. Aí vai entrar a hipocrisia culpando outros pela sua incompetência.

*JOÃO LUIZ CORBETT











 -Economista com carreira construída em empresas dos segmentos de açúcar, álcool, biocombustíveis, frigorífico, exportação, energia elétrica e serviços, com plantas em diversas regiões do país;


-Atuação em planejamento estratégico empresarial, reorganização de empresas, aprimoramento de competências, elaboração de planos de negócios com definição de estratégias, estrutura societária e empresarial, com desenvolvimento e recuperação de negócios; e

Atuação em empresas de grande e médio porte nas áreas de planejamento estratégico, orçamento, planejamento e gestão financeira, tesouraria, controladoria, fiscal e tributária. 

Nota do Editor:

Todos os artigos publicados no O Blog do Werneck são de inteira responsabilidade de seus autores.

 


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