segunda-feira, 11 de janeiro de 2021

Parar?


 Autor: Edson Domingues(*)

O Brasil tem hoje, segundo o IBGE, 16,2% da população acima dos 60 anos, com uma expectativa de vida em 2019 de 76,6 anos. Quarenta e três por cento dessas pessoas, sustentam as famílias, segundo a exame.com.

É um número considerável, de uma população que trabalhou boa parte de sua vida, e que ainda trabalham, muitos, pela necessidade de manter o padrão de vida, outros, por escolha, e por sentirem-se ainda produtivos e uteis no sistema.

E, quando parar, e gozar sua merecida aposentadoria? Por que parar, e por que não parar?

Ninguém para de trabalhar e fica sem nada fazer, a não ser por alguma deficiência de saúde. O seu tempo passará a ser utilizado em atividades agora de sua escolha, seja como hobby, seja por aprendizagem, ou qualquer outro motivo. Há quem diga que se você descobrir algo para fazer, e gostar muito do que faz, nunca mais vai trabalhar, só ter o prazer de fazer o que gosta, ainda que a sua atividade seja o seu sustento pelo resto da vida.

Mas sabemos que não é bem assim. A necessidade nos obriga a aceitar tarefas que farão parte de nossa vida, e nem sempre elas serão aquilo que sonhamos. Mesmo considerando as pessoas que trabalham com música, lazer, viagens e outras atividades que para muitos seriam muito interessantes, têm os seus percalços e estressam.

Todos nós sonhamos com o tempo em que não teremos mais obrigações de horários, de produtividade, e estar enquadrados em algum sistema organizacional, e queremos poder dispor do tempo e de atividades como bem nos aprouver.

Deixar para trás o status conseguido, é também um ato de coragem; mas, quando parar? Enquanto ainda tiver saúde, ou esperar chegar ao limite? E se a grana não der? Manter o padrão de vida, ou viver uma vida mais simples, sem a preocupação com dinheiro e aplicações de bens?

Será que vão esquecer quem fui? Será que manter o nome ainda será importante? Ou ainda, será que a minha mulher, ou meu marido vai me aguentar tanto tempo em casa? Se estiver sozinho, vou para um retiro, viajar ou velejar? E meus sonhos, meus filhos, meus netos?

São muitas questões sobre ficar trabalhando ou passar a gozar a vida plena. São questões pessoais, afetivas, econômicas, mas que cabe a cada um de nós decidir o seu destino.

Ninguém terá nem a sapiência suficiente, nem o direito de aconselhar, ou opinar. A história é pessoal, de cada um, e o script será feito a cada dia, para que vivamos o presente, na esperança de que o futuro seja melhor, ou "o" melhor.

Seu conselheiro será sempre o travesseiro.

Boa escolha! Mas saiba que você não está sozinho na busca dessas soluções.

Seja bem vindo!

 

*EDSON ALVES DOMINGUES




 

 




-Psicólogo formado pela Universidade de Guarulhos – 1977;
-Especializado em Psicodrama, com titulação em Terapeuta, Terapeuta de Alunos, Professor e Supervisor pela Federação Brasileira de Psicodrama; 
-Especializado em Terapia de Casais e Família pelo Instituto Bauruense de Psicodrama e
-Psicólogo Clínico, por 20 anos. 


Nota do Editor:

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